A minha vida foi dar vida ao papel,
era a única vida que tinha,
papéis em branco que pintei
até que um dia me cortei
e escorreu sangue, sangue meu.
Eu, sangue vivo,
sangue que caíra em papéis de desespero,
papéis de ódio,
papéis de felicidade,
papéis de revolta,
papéis de esperança,
papéis de vergonha,
papéis de amor,
papéis de criança,
papéis de alegria,
papéis de angústias,
papéis, papéis e montes de papéis.
Vivo desses papéis,
porque, por mais que os tente queimar,
esses papéis estão ensanguentados,
nunca hão-de se apagar...
Esses papéis,
desenhados por primeiros, segundos e terceiros,
são minha jovem alma...
Este papel onde escrevo
faz parte de um caderno
cheio de papéis desses que sou eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentário