A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sábado, 29 de janeiro de 2011

À Luz Do Inconsciente

Corre desenfreadamente sem poder ver,
choca contra as paredes,
um turbilhão de sons gritam aos ouvidos.
Cai, cai num buraco profundo,
vai caindo... caindo... caiu, caiu bem no fundo.
É chão? Levantou-se, deu dois passos para trás,
foi a correr pela desorientação da escuridão
e pelo barulho abafado pela solidão,
bateu, partiu e passou, com sangue a escorrer,
não conseguia ver, era da luz intensa do lado de fora,
era o Sol, o calor, tudo se via agora,
via-se as chacinas inexistentes,
as cinzas que não lá estavam,
as pessoas influentes,
via-se um diário e uma caneta,
nesse caderno de folhas brancas sujas, gastas, rasgadas,
não havia uma única linha de tinta,
mas estava cheio de vida... sentia-se,
sentia-se pensamentos e sentimentos,
sentia-se amores e ódios,
sentia-se alegrias e tristezas,
sentia-se desejos e medos,
sentia-se sonhos e pesadelos...
no meio da rua construída por memórias
e pintada por emoções,
estava um espelho rachado onde me observava,
por momentos de tensões.
Ergo a mão para tocar-lhe,
desfaz-se aos meus olhos
e em minha frente está um caminho por construir.
Vou, o tempo leva-nos como um tapete rolante
que leva a sua clientela parada... adeus, vou dormir...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Bora lá fazer a puta da Revolução,
mandar os culpados para a prisão,
aqueles que querem tornar um luxo o nosso pão,
aqueles que mandam os douturados lavar chão,
aqueles que dizem que os pobres devem ir para o caixão,
aqueles que lixam o nosso futuro com a corrupção,
aqueles que nos enganam e influenciam mal a nossa opinião,
aqueles que abusam da nossa electricidade e nos deixam com apagão
e fazer, pela primeira vez no Mundo, Democracia em primeira mão.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Terras Portuguesas Sem Portugal

Durante anos ninguém quis saber,
houve quem avisasse que viria uma tempestade,
haveria um apagão se usassem demasiada electricidade.
Mas votaram nos símbolos da ignorância,
políticos que faziam promessas de circunstância.
O dinheiro nem era nosso mas gastámos
e ainda esfolámos o saldo negativo.
Na Assembleia, corromper era o objectivo,
tudo a desviar preços e dinheiro,
as leis sobre justiça nunca estariam primeiro.
Tudo se comprava,
media? Eu compro.
Justiça? Eu compro.
Liberdade? Eu compro.
Boatos? Eu compro.
Tudo estava em leilão,
para os políticos era o Monopólio da Ilusão.
Chegara a altura,
a tempestade destruía Portugal, e mal souberam,
eles roubaram tanta cheta quanto puderam,
esvaziaram os nossos bancos,
levaram as nossas empresas à falência,
culparam-se uns aos outros falando de consequência,
fugiram do País e levaram os Lusíadas para vender,
o orgulho ficara no passado agora que é só sobreviver.
Roubaram as cores da nossa bandeira
e fugiram mal viram que fizeram asneira.
A asneira foi terem sido descobertos nos seus furtos,
terem feito dos nossos monumentos salões de chuto.
O povo descobriu quando morreu a comer frutos venenosos
das sementes plantadas pelos gananciosos.
Não posso reclamar os meus direitos ou sou despedido
mas os deveres são sempre perseguidos.
É tarde demais,
os meus sonhos foram desgraçados
pois foram esses os votos dos meus pais.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Alucinação Naturalista

Esta moca é pesada,
quero dormir mas não consigo,
a minha mente quer ser libertada
do crânio que agora é inimigo.

Tremo... tremo tão intensamente,
pois a alma bate nas paredes do corpo tentando sair,
a verdade é que isto é da minha mente
coisas da pedra, é alucinante...
O que é real? Não sei e é isso que a torna interessante.

Este frio é de corpo fantasma sem alma
e o calor faz-me sentir estranho,
perguntando qual é a temperatura que tem razão.

A visão é possuída pela pseudo-perseguição
e não pára de me dizer que sou alvo da descriminação,
fico bastante irrequieto apesar da moca não deixar-me irritar.

Estou a andar sem sequer ver os meus pés a passear,
a mente balança quando a minha visão é escura e sinto o mundo a rodar
mas abrindo os olhos, tão destorcidos, vejo tudo no mesmo lugar...

mmmmmmmmmgygymmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmygggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggjummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhkllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllgfggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssscccccccccccccccccccccccccccccccccccc... (adormeceu com o computador a fazer de almofada)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Esta É A Carta Que Não Deves Ler

Não te posso dizer o que é pois o dinheiro não permite, o físico não permite, a mente não permite... a única coisa que tenho são estas palavras que lês e nem te apercebes que estou a falar de ti, dos teus belos olhos dos quais me fixo, dos teus lábios que desejo, da tua voz que me embala e da tua presença que, com a ignorância que tens sobre isto, me deixa nervoso, com as mãos nos bolsos e a olhar para o horizonte para não ser percebido. Um tema ao qual não consigo falar porque quando te digo olá tenho vontade de te dizer adeus e quando te digo adeus tenho vontade de te dizer olá. Sonho-te, crio a tua presença, assim, durmo sossegado, ando com um sorriso na cara pela rua e dá-me vontade de fazer nada. Sonhar-te implica desligar-me do mundo e da razão. E tu lês isto, do mais forte que tenho, palavras escritas, até gostas, até achas piada, até dizes que tenho jeito "pá" coisa mas... não te engasgues com o que vem depois: amo-te.

A Irmandade

Quando te chamo Irmão,
digo que estou contigo,
dou-te a minha Irmandade,
estás no meu coração.
Porque quando te chamo Mano,
é a alma que fala
e um amor que não se cala.
É despir o meu corpo e mostrar-te as minhas marcas,
as cicatrizes, as feridas, o sangue que não é meu,
os corações que me confiaram, as estacas,
é dar-te a conhecer o mais puro eu
e abraçar-te nu, sem roupas de marca,
sem brilhos falsos, sem defesas
e com sentidos descalços.

Tu Da Minha Parte - Manifestações Sociais

O corpo é cansado,
a alma é pálida,
o coração é parado
e a mente é inválida.

A certa altura, a solidão é cura
para a colisão da falsa crença
e eis que a loucura passa a ter presença.

Louco por uma resposta que frustradamente não aparece
para uma pergunta que arrepia mas se desconhece.
É a alma iluminada no meio da escuridão partilhada pelas outras mentes.
Um escuro onde andam corpos sem almas pesentes,
onde todos vêem o mesmo: escuridão.
A alma que brilha mostra ser quem é:
humano com Humanidade, uma pessoa com própria personalidade.
Um humano completo, com sentidos e sentimentos.
O escuro tenta atacá-lo freneticamente
enquanto noutros corpos cresce a semente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu Comigo e o Meu Momento

Não vou falar,vou simplesmente escrever...
não quero ser, não quero ter, quero apenas viver.
Sem bússula, nem mapa nem agenda
para que possa perder-me...
Quero beber, dá-me bebida,
se não tiveres... dá-me vida.

Sobre este rochedo molhado
onde várias vezes estive sentado
com a alma para lá do horizonte
e vendo o pôr-do-sol, a minha fonte...

Existe areia por baixo do mar
assim como existe dentro do meu corpo "amar".
Tão bom como gritar tão alto
no maior planalto do mundo
e ouvndo-me como quem ouve divagar de um vagabundo...

E assim escrevo, entre terra e o mar,
assim sonho como uma águia a voar
enquanto ouço as ondas a rebentar,
aqui, entre a terra e o mar,
escrevendo e a sonhar...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pensava que tinha acabado
mas o demónio desarrumou o que eu tnha arrumado.
Agora, como sempre e como das outras vezes,
caio em lágrimas, mas já nem me apetece escrever
como sempre e como das outras vezes, apetece-me desaparecer.
O que se passa? "Olá, o meu nome é..."
Ergo o peito,
olho para a frente
e vou para lá direito.
Se errar, o que poderei fazer?
É passado que não está presente
por isso, com licença,
é que ainda tenho muito para viver.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ressacado Por Falta de Ressaca

Já dou por mim a chorar como uma criança,
a alucinação torna-se mais real à medida que o tempo avança.
Todo o meu desejo está concentrado
na falta da ressaca que está a deixar-me ressacado.
Eu preciso, eu tenho necessidade,
se não tiver afundo em lágrimas esta cidade.
Já não sei o que é real,
com tanta irrealidade só vai é acabar mal.
Necessito dessa droga preciosa,
do charro de papel e caneta,
que me é coisa valiosa...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Mar Morto (Funeral)

Alguém se foi embora
por injustiça ou porque já chegara a hora.
O mar que é alimentado pelas lágrimas dos vivos
e pela Natureza que deixa outros desactivos.

Na praia desse mar
vivem-se as hiocrisias e os arrependimentos
de quem nunca quis saber
e de quem se sentiu em tormentos.

Lá estiveram uns quantos que quiseram mergulhar
para trazer os seus à vida mas quem vai não vai voltar.
E outros quantos foram à praia para não parecer mal
sem saberem que o karma lhes há-de ser igual.

Não há luz naquele local
e o silêncio predomina do último adeus.
O mar do descanso eterno
onde são mitos os nadadores
que partiram e deixaram-nos com dores.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Em Tempos De Guerra

Sara, meu amor,
em tempos maus e em tempos de dor
dá-me vontade de desistir de tudo
e ser cego, surdo e mudo.

Nesses tempos de podre trigo
penso para comigo
que só ando, não por mim,
mas porque sou amigo.

Nesses tempos de tristeza,
onde a rotina já não bate certo,
não vejo neste mundo beleza
senão almofada em que me aperto.

Nesses tempos de negra humildade,
choro em meu ser fragilidade,
onde o gesto e a palavra ganham outro ideal
das pessoas em que me confio e não fizeram por mal.

Nesses tempos de solidão,
onde sobrevivo em quatro paredes,
não há senão escuridão,
deito-me no chão por não sentir solução.

Nesses tempos de cansaço,
onde sinto que para o meu nome não existe espaço,
choro a desgraça de me sentir um fracasso.

Esses tempos, são tempos de guerra,
onde não luto contra a vida nem contra a morte,
onde frustradamente espero que acabe a má sorte.

Esses tempos, são tempos do passado irreversível,
onde não consegues esquecer,
onde terás de aprender.

Dá esperança ao futuro,
pois é incerto
e nem sempre será duro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um Par De Amor

Dois pares de olhos cruzam-se,
Um par de mãos entrelaça-se,
Dois pares de braços abraçam-se,
Dois pares de lábios tocam-se,
Um par de corações sentem-se...

Um par de corpos
cruzam-se,
entrelaçam-se,
abraçam-se,
tocam-se,
sentem-se...

Descriminação - Um Olhar Fechado

Correm vozes velozes
pelas montanhas da verdade.
Abafam gritos sangrentos escritos
atrás das janelas da cidade.
Cantam olhares de descriminação
fingindo não ver a desgraça no chão.
Desviam pernas de reino
quando se aproximam jovens de fato de treino.
Ignoram, os três macacos,
os crimes contra os mais fracos.
E exclama a boca e o pensamnto
sobre feses no chão como se fosse um grande tormento.