Corre desenfreadamente sem poder ver,
choca contra as paredes,
um turbilhão de sons gritam aos ouvidos.
Cai, cai num buraco profundo,
vai caindo... caindo... caiu, caiu bem no fundo.
É chão? Levantou-se, deu dois passos para trás,
foi a correr pela desorientação da escuridão
e pelo barulho abafado pela solidão,
bateu, partiu e passou, com sangue a escorrer,
não conseguia ver, era da luz intensa do lado de fora,
era o Sol, o calor, tudo se via agora,
via-se as chacinas inexistentes,
as cinzas que não lá estavam,
as pessoas influentes,
via-se um diário e uma caneta,
nesse caderno de folhas brancas sujas, gastas, rasgadas,
não havia uma única linha de tinta,
mas estava cheio de vida... sentia-se,
sentia-se pensamentos e sentimentos,
sentia-se amores e ódios,
sentia-se alegrias e tristezas,
sentia-se desejos e medos,
sentia-se sonhos e pesadelos...
no meio da rua construída por memórias
e pintada por emoções,
estava um espelho rachado onde me observava,
por momentos de tensões.
Ergo a mão para tocar-lhe,
desfaz-se aos meus olhos
e em minha frente está um caminho por construir.
Vou, o tempo leva-nos como um tapete rolante
que leva a sua clientela parada... adeus, vou dormir...
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