A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sábado, 29 de janeiro de 2011

À Luz Do Inconsciente

Corre desenfreadamente sem poder ver,
choca contra as paredes,
um turbilhão de sons gritam aos ouvidos.
Cai, cai num buraco profundo,
vai caindo... caindo... caiu, caiu bem no fundo.
É chão? Levantou-se, deu dois passos para trás,
foi a correr pela desorientação da escuridão
e pelo barulho abafado pela solidão,
bateu, partiu e passou, com sangue a escorrer,
não conseguia ver, era da luz intensa do lado de fora,
era o Sol, o calor, tudo se via agora,
via-se as chacinas inexistentes,
as cinzas que não lá estavam,
as pessoas influentes,
via-se um diário e uma caneta,
nesse caderno de folhas brancas sujas, gastas, rasgadas,
não havia uma única linha de tinta,
mas estava cheio de vida... sentia-se,
sentia-se pensamentos e sentimentos,
sentia-se amores e ódios,
sentia-se alegrias e tristezas,
sentia-se desejos e medos,
sentia-se sonhos e pesadelos...
no meio da rua construída por memórias
e pintada por emoções,
estava um espelho rachado onde me observava,
por momentos de tensões.
Ergo a mão para tocar-lhe,
desfaz-se aos meus olhos
e em minha frente está um caminho por construir.
Vou, o tempo leva-nos como um tapete rolante
que leva a sua clientela parada... adeus, vou dormir...

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