A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quarta-feira, 31 de julho de 2013

domingo, 28 de julho de 2013

.

Começo a afeiçoar-me à minha maldição.
Dias não são dias nem noites noites quando vivemos por vivermos porque não há nada mais interessante do que viver - o que é muito chato - e habituamo-nos tanto a isso que fumar um cigarro torna-se tão banal que nem nos lembramos de ter fumado e questionamos "porque não? Porque não fumar outro cigarro?" mas é óbvio que já se tem a resposta antes da pergunta, por isso não perguntamos, fumamos. E a vida deixa de ser luta, deixa de ser vitórias ou derrotas, passa apenas a ser dias que não são dias e noites que não são noites. Porque os dias e as noites têm significado, têm algo especial. Mas é para quem se especializou em viver. Eu resignei-me à minha condição de resignar-me. A resignação é uma das fases do luto. Não é deprimente, enquanto houver cigarros. O que se pode dizer? A secura é a ironia e a amargura serve o sádico.

.

Eu sou um facto feito de ilusões
Serei eu dias que passam
e tu nem te dás conta,
sóis que se erguem e vos aquecem
mas ninguém repara.

Serei eu peixe que não sabe nadar,
e gritos interiores capazes de calar
esse barulho que ensurdece o ruído que nos mói.

Serei um sorriso implementado
e um amor-próprio desleixado.

Serei poemas incontáveis
sobre tudo, sobre nada,
que enchem o vazio,
sorriem a tristeza,
pedido de socorro
em berros de silêncio
e tudo se torna mentira
quando te vejo chegar.

.

A vida é um forte ruído que é silêncio aos sussurros e murmúrios do amor

sábado, 27 de julho de 2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

.

Se estás triste dorme e deixa os sonhos tomarem conta das tuas tristezas.

A Rua

Passo esta rua.

Esta rua passa por mim.

Nem eu, nem ela, passámos.

Não me lembro. Nem ela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Trespasso a rua perpendicular.

Passo para o outro lado.

Passei dentro dela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Esta rua não é minha.

É de ninguém.

De ninguém que eu conheça.

Por isso passo,
de passagem.

E não paro.

É apenas uma rua.

Uma rua.

Entre milhares.

Não sei que rua é.

Só sei que não é minha.

Mas se eu te conhecer
e fores tu dessa rua,
então a rua existe,
tal como tu.

Se não, é mais uma rua.

Sem nome. Sem nada.

Por ser de ninguém.

Talvez à espera de ser.

Talvez até, num qualquer andar,
eu deva parar, por lá haver
mais do que as palavras sabem alcançar.

terça-feira, 23 de julho de 2013

!

O meu orgasmo são nebulosas
no Universo que tu admiras,
meu amor,
que sou muito mais
do que poesia e prosas.

O teu orgasmo é o oceano,
de onde me elevo e emerjo,
e ressuscito ser humano.
Tenho um barco de mil velas,
velas de sonhos, empurrados
pelos suspiros felizes,
sou marinheiro fantasiando
o brilho das estrelas,
reflectindo o seu reflexo no mar
viajando pelos cinco oceanos
na busca do significado amar,
com a luz da lua no seu olhar.


.

Tenho uma túnica feita de tecido de nuvem.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

.

Muitas iriam para a cama contigo mas nenhuma daria a vida por ti. Chama-se amor.

sábado, 20 de julho de 2013

Passo horas
na troca de roupas,
indeciso na veste
do meu corpo,
pensando no teu
despindo-se à volta
do meu universo.

É hoje. Sei-o.
Longe de ti sinto o teu sentimento,
o sentimento do teu cheiro,
o cheiro da tua voz,
a voz do teu silêncio,
o silêncio do teu olhar,
o olhar do teu desejo,
o desejo de possuíres a nudez da minha alma.

E todo eu sou
ambição do teu sentimento,
nutrição do teu cheiro,
inspiração da tua voz,
cúmplice do teu silêncio,
razão do teu olhar,
satisfação do teu desejo.

Sou sexo da paixão
escrito em vice-versa.

.

O Maltês sabia todos os livros que existem à face da terra, sabia literalmente tudo. MAS, no que tocava ao amor-próprio, o Maltês era o maior ignorante do mundo, e então, ele suicidou-se.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Algo Que Eu Não Sei

Escrevo, porque é a única coisa que sei fazer,
os outros sabem viver, e eu não...não sei nada,
(ouves o eco da palavra nada? continua sem parar,
sem sequer se afastar: nada... nada... nada... nada...)

sou tão vazio como estas palavras são vazias para ti,
mas a diferença, é que elas não são a tua vida,
são a minha... tu não sentes esta dor,
esta dor que é a vida...

para ti, a vida tem outro significado...

e escrevo, porque as acções dos sentimentos falham...
se a Poesia me pudesse abraçar fisicamente
e dizer-me palavras cheias...

mas ela... ela sou eu. eu sou ela,
e só sei de mim, não conheço o outro lado,
tenho inveja, tanta inveja...

a ferida infectou...

só gostava de saber esse algo que eu não sei...
mas só conheço a sua saudade...
será que alguma vez soube?

É verdade, ainda estou vivo...

Às vezes esqueço-me disso
por me sentir morto...

Ainda tenho forças,
ainda alguém me ama...

Estou perdido,
alguém me encontre dentro de mim,
que as estrelas do meu Universo
são velas que se apagam,
e o fumo delas, ao apagar,
enevoa e enegrece o meu olhar...

Não vejo bem, não vejo bem...
mas não sei ver melhor...

Alguém sabe?

.

A verdade dói aos que vivem pela conveniência.

.

Todos os falhados estão apenas perdidos, precisam de se encontrarem.
O lençol enrola-se em mim
e tu surges dele sorrindo-me,
a beleza do sorriso calmo
apraz-me a saudade de te ter.

Toco-te e sinto a frieza do tecido
deformando-se nos meus dedos,
impalpável,
desfazes-te como uma rocha
transformando-se em areia,
desvanecendo com o vento.

És saudade minha,
vento que se sente
mas não se apalpa...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Verbo Amor

O silêncio do nosso olhar é o prelúdio
da realização dos desejos e fantasias
sobre a magia das magias
na acção dos verbos sexuais em gerúndio.

Dá-se o beijo,
o beijo infinito inicia a nossa perdição
ao partilharmos os nossos segredos
desfazendo lentamente esses mistérios da paixão
com o toque suave dos dedos.

As mãos decoram a dimensão corporal,
os beijos intensos fundem vontades
absorvendo a beleza física e natural,
sendo introdução das necessidades.

Sacio o desejo de posse do ser,
cresce a vontade de me encontrar em ti
enquanto em ti me estou a perder,
perdendo-me a mim e a minha razão.

Dissolvem-se os mundos,
não há barreiras nem segundos,
estou submerso nos versos
exclamados em vogais.

Não sei e não quero pensar,
se há verbo sem reflexão
é o nosso, puro demais,
criador de histórias sobre amar.

Morro no nosso prazer,
invertendo o tempo mortal,
vivendo uma vida momentânea
e no final, renascer.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Quando desligo a luz do meu quarto,
as estrelas surgem e flutuam como pirilampos
formando constelações das raparigas que amo
e os espíritos iluminam a sua presença
embalando-me cantando vogais de contos de fadas.

Desafeição da Poesia

Estou levando balas na cara,
estilhaçam os meus ossos,
perfuram-me a carne,
esmagam-me os olhos.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou sendo esfaqueado na barriga,
as minhas entranhas desfazem-se,
os meus órgãos são carne picada
caindo no chão com a  cascata de sangue.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou ficando surdo,
rebentam-me os tímpanos
ao espetarem objectos nos meus ouvidos
para matarem a curiosidade de estarem a ser ouvidos.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou cegando,
agarram a minha cabeça
direcionando a minha visão ao sol,
na obrigação de ver a beleza desnudada.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou ficando sem corpo,
descolam-me a pele da carne,
puxam arrancando-me os músculos,
desmontam-me os ossos.

E eu parado, como se fosse nada.

Porque urgem encontrar, literalmente,
no meu corpo a minha poesia,
e se encontrarem o segredo da vida,
deixo de ser poeta para ser nada.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Um Conto de Fadas

Estes homens são indignos,
festejam em banquetes ilusórios.

Bebem vinho alegremente,
sem saberem que é sangue dos mortos.

Enfardam a fruta envenenada.

Eles enfardam.

Os mordomos são os senhores da Morte,
em silêncio obedecem aos mortais.

É noite de lua cheia.
As nuvens carregadas de raiva
anunciam a chegada do fim.

Os réis labregos não se apercebem,
e festejam. Ignoraram os ignorantes,
pensando terem ditado destinos
da nossa gente, roubando-lhes
as acções tornaram-nos inexistentes,
mas foi as ruas da miséria
que os acolheu, que,
na fome que chora,
semeou flores de sangue.

É a Morte, é a Morte a chegar,
pelas sombras invisíveis das ruelas,
nos veio abraçar, como nossa mãe,
nos pegou ao colo e sussurrou
formas de vingança.

Pegou num cravo ensanguentado
do cadáver do nosso irmão,
pousou-o junto do meu coração,
no meu peito e, pelas minhas lágrimas,
o cravo encarnado tornou-se
branco e límpido, de esperança.
A Morte tocou-me nas mãos,
guiando-as até se fecharem em volta do cravo,
e, quando as abri,
uma pomba branca surgiu delas,
voando em liberdade.

Era a Morte, que, existindo,
me fez ver a realidade.

domingo, 14 de julho de 2013

Meu corpo
é meu transtorno,
nestes meus passos
que ninguém saberá.

Não existo fisicamente,
se existir, é porque leste,
por isso existo dentro de ti.

Eu penetrei na tua mente,
manipulei o teu espaço
e teu tempo para te mostrar
o quanto eu sou fracasso.
A minha poesia
é prostituição
prazenteira
da fantasia
em forma
de alucinação,
é loucura sexual
que se deforma
na solidão,
é arrepio
colossal
de aviso prévio,
desfaz a carne
desse tédio
pretérito,
que, sozinho,
nunca alcança
mérito.
Ela era o corpo que sonhava a alma e eu era a alma que sonhava esse corpo.
Inventámo-nos, para nos completar-mos.
A minha Poesia é uma rapariga
apaixonada pelas minhas palavras

A Merda da Vida

A vida é uma merda.

Eu sou a merda dessa vida.

Eu,
que me queixo
e choro pelo que não faço,
e me enraiveço pelo que faço.

A vida é injusta.
E eu o injustiçado,
que não ajusta
a vontade com a acção,
sendo eu hipócrita
na solidão.

A vida é cão.
E eu sou esse cão,
que persegue rastos
sonhados dos restos
da realidade.

A vida é mesmo assim.
E eu sou assado,
por isso, entre mim
e todos os outros seres vivos,
está o vício e o hábito da ilusão
dos sonhos por realizar.

sábado, 13 de julho de 2013

Poder. O Passos usou o seu poder para substituição de Vítor Gaspar desrespeitando o poder de Paulo Portas e o Seguro agora anda a ver se pode poder. Enquanto isso o PR vai podendo não poder. Enquanto isto, o FMI assiste à situação como uma revista pornográfica, sendo o FMI a corporação que pode, e tem poder legal, para investir na corrupção dos Países e na miséria das pessoas. Ganhando dinheiro, como qualquer empresa financeira. Disney, ensina lá às criancinhas o quanto a ganância é mortal, nos dois sentidos.

Não é "poder", é foder. Estes meus erros ortográficos....

.

Capitalistas. Dizem que o dinheiro ajuda à felicidade. E se não houvesse dinheiro? Não conheço provas de que o dinheiro foi inventado primeiro que a felicidade. E se tal acontecesse, o químico cerebral que provoca a felicidade provocaria dinheiro.

.

Dinheiro para felicidade momentânea e infelicidade infinita.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Voa, pomba branca,
que o vento é nosso por termos nascido.
Procuro sem palavras exactas,
a cada jovem olhar feminino,
o encaixe das partículas abstractas...
Quero beber a tua água destilada,
que invada as minhas veias
e faça do cheiro do meu suor
irradiação da luz dos meus olhos
quando te vejo.
A Vida,
indica-me o caminho da Vida
pelo teu corpo, pelo teu sorriso,
pelo teu olhar, diz-me,
te seguirei fielmente,
sem questionar.

A Poesia

Ensina-me a escrever a verdadeira poesia,
a poesia que ama incondicionalmente:
a inesquecível poesia feita de sorrisos especiais.

Tão desejada poesia criada sem palavras,
a de semi-gestos, que, na lentidão intensa,
simplifica a humanidade da paixão.

Ensina-me a calma da loucura,
sou poeta fraco e pessoa incompleta
por não saber escrever a Vida.

.

Amo-te, mesmo sem conhecer-te ou as razões que me fazem amar-te. Que se foda isso. Amo-te na mesma.

..

Morreu com um sorriso na cara e isso alivia-me olhar.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Palavras Para Mim

Sou engolido pelo desejo infinito de te ter...
paralelamente, um receio eterno não te quer saber.

Eterno, porque não ajo e não saberei,
sendo-me a gravidade roubada,
levito até aos céus mas...

longe da terra, longe das estrelas,
volta a mim a realidade de eu ser nada,
o vazio do Espaço arranca-se
do meus pulmões descolando-me a alma.

Lá vou eu em queda,
caindo na minha poesia,
sendo eu mero poeta..
só, e só.

Sonhando, sou mais do que isso...

Mas a minha força está somente nas palavras,
não nas acções e nos actos, não nos movimentos...

seco as minhas lágrimas no papel,
sujando-o, manchando a tinta ainda fresca,
e volto a ser o Francisco que todos conhecem.

Quem me dera não saber escrever estes poemas...

.

Nunca pensei que isto fosse acontecer. Por isto é que estou desiludido.

..

Como nos habituamos à morte? Choramos.
porque fazes parte da minha infância, porque corria os corredores do mercado da ribeira, porque brincava às escondidas no meio da fruta e dos legumes com o meu irmão Francisco Sarmento, porque dançava e ria contigo, porque cantavas me a formiga no carreiro de Zeca Afonso, porque almoçamos cozido à portuguesa, porque oferecias o gelado no verão, ficam estas e outras memórias da minha infância partilhadas ao teu lado..

- Inês Sarmento

..

Vai contigo o meu perdão,
como uma chapada que se transforma em asa...

.

É humano aquele que perdoa e aquele que quer ser perdoado.

Jorge Jourdan

Arranco as unhas
arranhando estas rudes paredes,
desfazendo a carne
dos meus dedos
em teu sacrifício,
berrando o teu nome
na esperança e na dor
de te ver surgir delas...
as unhas caiem-me
sem se despedirem,
materializando
a dor da tua morte.

Morreste sem nos despedirmos,
morremos ambos em silêncio...

terça-feira, 9 de julho de 2013

..

É chato tu existires e eu não poder fazer nada com isso.

As Minhas Flores Do Deserto

Eu segui em frente, porque o mundo segue em frente, o tempo segue em frente. Porque não devemos olhar e assinalar as coisas más da nossa vida como cicatrizes, mas sim cales desimpedidas da frieza. Nunca há falta de amor, teremos sempre alguém que nos abrace, até um desconhecido, se lhe pedirmos. Não existe a certeza de que a vida é um inferno, pois quem afirmasse isso, com máxima certeza, ter-se-ia suicidado. E a morte é uma escolha sem consequências. É o fim da história, da música, do poema. O autor morre. Acabou. Nada mais se acrescenta. Mas vivendo, teremos sempre a hipótese de mudar, não sabemos o futuro, talvez até possamos ver que o "normal" é errado quando a nós o normal não nos assiste. Eu caminhei por um deserto de solidão, onde a sede do amor me provocava fantasias para poder sobreviver, porque sem sonhos finitos, sem histórias criadas na solidão, não haveria esperança, mas apenas o fim, a morte. No deserto que caminhei, sozinho, as pessoas que confiava eram miragens intocáveis, e areia me engolia, esse chão, que muitas vezes significa realidade, me devorava, me sufocava. Ainda assim, tomando a minha vida nestes insignificantes metáforas, plantei flores no deserto. O que não é normal, mas eu consegui, eu fiz, porque eu também não sou normal.
... este, é o sangue que me corre nas veias, que, de tempos a tempos, se revela meu desespero, minha angústia. Mas nunca o meu destino.

.

Ando rodeado de pensamentos soltos. Vê-se logo que estou solteiro.

.

Ultimamente não tenho usado drogas metafóricas. Reparo nisso agora.

.

Se leste um pedaço do meu blog, então pensarás que sou louco mas se leres tudo, verás que sou mais humano do que consegues definir.

.

Ando cheio de ideias para escrita. Ainda bem que tenho estupidez em abundância.

.

Cabrões dos leitores que aplaudam a minha Poesia. Aplaudirem funerais... sinceramente, e eu é que sou louco.
Um poeta a desprezar a sua Poesia é horrivelmente poético. Ando seco, e não é por falta de inspiração. A minha Poesia está constantemente a sofrer mutações. São fases da minha vida.

.

Estou desempregado, sou poeta a tempo inteiro.

.

Se sentisse alguma coisa do que tenho escrito ultimamente, não estaria escrito aqui.
Divirto-me a explorar uma parte de mim que mantive abafada durante muitos anos. E escrevo porque não há nada para fazer neste calor. O que neste momento desejaria fazer está fora do meu alcance e temo que nem vá acontecer, vendo o historial de tentativas falhadas diria que o karma anda em dívida para comigo. Mas se o disser, eu ficarei em dívida para com o karma.
A voz que não é voz nenhuma mas sei lá eu o que é. As pancadarias frustradas do meu pai, quando eu era criancinha, ainda continuam a agitar as partículas e células da minha inconsciência. Estou desmaterializado de mim próprio. Vivo "omnitemporal", no passado e no presente ao mesmo tempo. Combato contra isso com a grande ironia de não saber como combater. Aqui parece-me haver resíduos do tal algo que eu não sei o que é.
Só eu me encontro nas minhas palavras. Os outros limitam-se a dizer que escrevo bem ou que sou louco. Acho que sou as duas coisas. Acho que na solidão das palavras acho a minha loucura. Só me lembro de ser normal quando a solidão dissipa-se entre amigos. Na verdade, até os cigarros perderam o seu valor.

..

Não sou louco, porque já chorei.

..

Em toda a minha vida disseram-me amo-te. Foi tal palavra que me levou à loucura. Pois actos não correspondiam ao significado da palavra.
Amo-te, em palavras incomparáveis, em sugestões irrealizáveis. Amo-te, quero-te, desejo-te. Repito infinitamente estas palavras mas continuo frustrado porque não igualam o meu sentimento.

.

Normal, significa ser como os outros. E o que são os outros?

..

Só não dou termo porque não sei se não encontrei.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

.

A melhor parte de ser poeta é que fica sempre a ganhar, até nas suas próprias tragédias!

domingo, 7 de julho de 2013

.

A fatalidade não é mais do que a determinação consciente.

.

Coitado de mim, que morro tantas vezes, em cada poema que finalizo.

.

Mas quem é o arrogante que define a genialidade? O que eu acho é que estamos desviados no nosso pensamento. Ou, por outras palavras... burros.

.

Coitada da bela adormecida, que muitos homens beijaram-na (e não só) mas ela continua a dormir. A definição de príncipe também dorme.

Ou Sopas

É fodido, é fodido... é fodido andar estes anos todos arrastado por problemas impalpáveis, estando impotente à sua prórpria desordem. É fodido cometer erros inocentes e ser atirado para a vala dos culpados. É fodido saber não saber porra nenhuma mas saber algo que tenho vergonha em dizer fora do meu silêncio. É fodido acreditar ser uma merda e não acreditar que os outros não sintam esse meu único cheiro, mas outro que me fará chorar o mundo de mentiras. É fodido estar a escrever estas merdas todas e nada mudar. É fodido me expôr assim. A verdade é que estou todo fodido mas também sei foder. Foder com os sonhos que nunca passam disso. E é absurdamente fodido ter tais sonhos. Que supostamente nem se deveriam chamar sonhos. Mas que se foda! Digo eu... que cada vez estou mais fodido. É fodido que algures eu acredito em mim, sorrindo feliz, mas é ainda mais fodido não ter presente factos que comprovem. Estou tão habituado a ser fodido que é-me quase imemorável se alguma vez fodi. A foda disto tudo é que estou a escrever por escrever. Não sentindo quase porra nenhuma do que está aqui escrito. E por isso, fodi-te.
Arranha-te, foda-se!

Sífilis

Que sa foda a Poesia. Que vão para o caralho todos aqueles que só têm a matéria física dos olhos. Morte a eles todos, que desconhecem a masturbação dolorosa da vida. Tou farto das vossas regrinhas merdosas tão praticadas e pregadas, que são sempre inquestionáveis, que no máximo dos máximos, é porque vos faz comichão. À merda com os vossos impedimentos e pipis que não devem dizer asneiras, é nojentozinho. Tenho pena da maior parte desses vossos neurónios que nasceram como eu: mortos. Cambada de filhos-da-puta superficiais, merdas ambulantes que não dizem a asneira "merda" por dar comichão! Pois caralho! Cambada de masturbadores que têm orgasmos mas (atenção!) não lhes sai fluído nenhum porque é demasiado nojento! Ainda me questiono se têm sanitas em casa, porque é nojento defecar e como a merda não pode sair pelo cu, entompe-lhes o crânio sufocando e "conservando" o cérebro! Mas quem são estes filhos-da-puta, que se acham doutorados em alguma coisa que não prostituição, que por lerem livros já pensam saberem definir a vida!? Foda-se! E chamam-nos de porcos selvagens sem educação! Mas que burros com cultura que me saíram, que usam a cultura só para se adaptarem às conversas! Inférteis de merda, nunca criaram porra nenhuma! É fácil a qualquer um inserir-se num restaurante carinho cheio de cheio de objectos para isto e para aquilo para comerem a merda de um bagosinho de arroz com nome francês! Ridículo! Agora esses não se conseguem inserir no meio de nós, no meio daqueles que trabalham a terra e a vida! Aqueles que ritualizam os livros lidos pelos "senhores", aqueles que inspiram filósofos e outros tais! Isto é tão básico, foda-se! Tão básico como a matemática simples! Mas para ler é preciso saber ler, não decorar.
Já continuarei.

sábado, 6 de julho de 2013

..

Ir desistindo, até desistir. Acontece, quando não se escolhe viver.

A Carta, Amor

Tenho medo de não te ser especial. De não ser único para ti. De ser uma pequenina pedrinha despercebida na areia que te amou, que, sem boca para falar nem membros para me mexer, viu a tua beleza gigante passar-lhe ao lado sorrindo a outros caminhos. Como na vida e na morte, espero que uma estrela caia do céu para brilhar o meu coração. Espero, especado, admirado e assustado com a beleza poética da Natureza e de possíveis bons momentos. Tenho medo de te amar... por isso fujo, correndo em corpo imóvel. Tenho medo de não me amares como te amo, de não me desejares como te desejo, pois nesta vontade desumanamente insatisfeita de te querer mais do que a palavra amor pode sustentar, somente tu tens esse poder de me fazer sentir satisfeito, desejando-me com a mesma intensidade. Sou mero humano, condicionado pela minha ignorância de ser humano, tu és... tão indefinível como o que sinto por ti.
Mas estou tranquilo, porque eu também sei voar.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Algo

Estou a tremer.
Estou a tremer.

Será dentro de mim?
Ou fora?
Ou o que sinto ver fora
está, na verdade, dentro de mim?

Quero-me perder sem perder
os meus objectivos
mas estou parado,
estancado, travado,
trancado, quieto,
paralizado, estático,
inactivo, hirto,
detido, inflexibilizado,
fixo, interrompido,
imóvel, inerte,
estagnado,
permanecido,
petrificado,
estacionado,
suspenso...

O meu corpo mexe
e move e alma remexe
e comove...

Há forças maiores
que o pensamento...

.

Coitado do vinho. Que ao ser bebido, passa a ser apenas álcool no sangue.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

.

O que as pessoas se esquecem é que o sofrimento tem vários conceitos. Principalmente pessoais.