A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Morte que Deus Não Amou


No oceano dos mortos,
onde os cadáveres bóiam,
há uma pessoa viva na superfície,
que também está a boiar,
que devia ter morrido mas não morreu,

esquecida e abandonada,
à espera do sol que não vai nascer,
da lua que nunca fica cheia,
da noite que não parece
e do dia que não aparece...

é a morte que Deus não amou.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Passo noites acordado,
na cama, de olhos abertos,
a ver passar fotografias
contigo ao meu lado
em sonhos completos
num futuro onde sorrias.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amores Luares

Encontrei a Lua a passear nas ruas nocturnas,
ela segredou-me o motivo que a faz enganar-nos,
chamando-a mentirosa, disse-me ela que o Amor
não se baseia no que se diz ser mas sim no que realmente é,
contrariando a aparência com a realidade,
porque há uma verdade em cada par de Amor
que mais ninguém irá conhecer,
perguntei-lhe se falava de cumplicidade,
ela respondeu-me ser algo maior,
algo que ao viver ultrapassa o que é real.

Ilusão? Não, ilusão serve para nos agarrarmo-nos à terra,
o sentimento que te falo está num patamar superior,
é a forma máxima do Amor,
é super-realismo das invisibilidades espirituais,
é a materialização do sentimento através de partículas surreais,
é o descomposto da química através da física,
é a superioridade das palavras entre silêncios,
é a prova da inexistência do que é paralelo
na aglomeração perpendicular de duas linhas
rectas paralelas que se tornam numa só
através de um olhar - destinos intocáveis -,
em poucas palavras: sou eu e ela.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Amor - Mais Uma Tentativa

Oh Amor,
fazes-me sorrir ao expoente máximo
e ser asas de uma vida contada em sonhos.
Somos perfeição, somos estrelas aluadas,
somos outra espécie de água,
que tanto parece mágica,
que, ao beber, tudo se torna nítido
como se visse o universo todo dentro de um copo
e que, ao absorver, me tornasse literalmente universal,
sentindo as emoções de todos os seres vivos
de uma só vez, sendo-me transversal.
Amor, somos um comprimido
cujo efeito é rasgar os horizontes
e ver o planeta todo como se fosse plano,
como se víssemos tudo ao mesmo tempo
cada detalhe, cada olhar.
Ainda não consegui inventar
a palavra para decifrar
o meu desejo por ti.
Invento outro poema
na tentativa de explicar
o nosso amor exemplar,
a perfeição de ser e estar.
Os meus lábios são serventes
da tua natureza,
meu amor, nada é mais certo
que a nossa paixão,
mesmo que tudo isto seja uma mentira
sempre podemo-nos abraçar,
beijar e talvez alcançar
a pureza total e pura,
sem que haja procura
da palavra amar.
Meu Amor,
de um lado ao outro neste mundo
vai percorrer a nossa história,
em galerias, porque a Humanidade
orgulha-se sem saber explicar
a eterna equação criada por nós,
nós tornámo-nos fazedores da Vida
no seu estado mais básico e belo
através do nosso olhar.
Meu Amor,
nós somos a razão da qual
existe e resiste a Humanidade,
o teu ventre é o início e a origem
dessa mesma razão subentendida
em gritos de gentes desesperadas,
por cada pétala da flor do nosso Amor
transforma-se em estrela no céu
para dar brilho aos olhos humedecidos
de cada homem, mulher e criança,
para que cada lágrima se torne alimento de uma nova flor,
para que haja em todos os becos uma subtil esperança,
e torne este planeta mais redondo
para que não hajam pessoas atiradas para cantos.
Amor, esta matemática é a existência do fazer,
do amar e poder ser mesmo sem saber,
entre amar e ser amado há uma terceira parte
ainda não contado, é o nosso amor,
tão necessário como o ar
que expulsa e repele qualquer tentativa de nos matar.
Meu Amor, mais uma vez falhei
em tentar representar o nosso amor,
dá-me um beijo, já que não consigo representá-lo em palavras,
represento-o na melhor forma de existir, nas acções.

terça-feira, 23 de outubro de 2012


Estou encardido de mim mesmo,
oxalá pudesse ser uma outra pele,
uma pele com luz sem cicatriz
que sugam como um buraco negro no Universo,
mas eu não sou pele,
sou cicatriz...
Anseio dizer-te que te amo,
entrelaçar os meus dedos pelos teus cabelos,
aconchegar-me no teu olhar,
mas eu sou uma sombra na escuridão
proibido de alcançar os sonhos
que iluminam os teus olhos,
sou um rasto de um pavio
desfeito numa mesa
que alguém frustrado ousou derrubar,
sou tudo abstracto, nada em concreto,
sem papel onde me consiga identificar...
sou um facto de um futuro incerto,
sou um pedaço do céu caído no mar,
ou sou reflexo do céu no mar,
não sei...
afogo-me...
e não sei o que me está a afogar...
Tu és um sonho que sonho viver,
um espelho onde me quero ver,
no regalar dos teus olhos apaixonados
me reconhecer, e sem nos beijarmos,
beijarmo-nos arrepiados do nosso ser
e sermos transformados pelo Amor de acontecer.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Amor - Outra Tentativa



O meu amor vai mais longe que a infinidade dos números,
não há conjunto de palavras que definam o meu amor por ti,
não há acções que satisfaçam a minha vontade de me aglomerar contigo,
és a minha luz, o foco do meu olhar,
sem ti os meus olhos não param de girar à procura da única imagem nítida.
 No final da noite observo-te enquanto dormes
e pergunto-me onde é que se foram inspirar,
tu és a etimologia da palavra perfeição,
posso ficar anos inteiros a observar-te sem me cansar
a ainda vou descobrindo maravilhas em ti,
tu és o papel para a minha poesia,
em ti escrevo histórias de amor e paixão,
fonte de inspiração, origem do Universo,
no teu ventre carregas a esperança da Humanidade,
a essência do Amor transformado em realidade.