A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sábado, 29 de junho de 2013

Ando às voltas e voltas, de um lado para o outro sem parar porque o meu pensamento encravou. Esta é a minha inquietação sobre algo que me ultrapassa.

!

Mata-me o sonho e a saudade de não ser um pedaço teu.

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Só aqueles que não conhecem a vida é que choram.
Para quê escrever a beleza se a beleza já existe?
Roubaram-me a poesia, roubaram-me tudo.
Não encontro função para os meus sentidos.
Eu sei os meus erros, eu sei os meus enganos,
eu sei tudo. Mas é como se não soubesse nada.
Desenhei constelações mas perderam o brilho
porque outras brilham mais.
Os meus poemas murcham agora,
agora que outra fragrância invadiu o meu mundo.
As palavras já não encaixam quando escrevo,
sou estrangeiro sem terra de origem.
As minhas mãos apodrecem
quando tento escrever, a alma afogou-se.
Agora vivo como os mortos vivem a paz,
vivendo a vida em tanto me faz.

..

Estou definitivamente a perder o controlo do meu blog, está a tornar-se efectivamente igual aos meus cadernos de vontades.

..

Já estou a voltar a acender as velas. A única iluminação da infinita escuridão do meu quarto. Duas velas com mais pavio que o cabelo da Rapunzel, e só não acendo o rasto do pavio porque não sei o que será o caminho iluminado por elas. Pode acabar em explosão.

...

Mas que merda é essa de ter medo de ser amado!?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Trouxe a magia das palavras aos animais.

O gato lambia a cauda
em sua solidão harmoniosa.
A cadela olhava-me.
O peixe nadava às voltas no aquário
como se fosse sempre a primeira vez.
As plantas mantinham-se na mesma posição.
Os pássaros continuavam a picotar o chão.
Mas ali estava eu de pé.
Recitando-lhes a minha poesia.
É o que sei partilhar.
Ninguém bateu palmas,
nada haveria mudado.
Depois de ter recitado,
agradeci sem olhar
e o mostrei o meu sorriso
de despedida por ter
acabado o poema.
Lá estava eu,
em plena queda,
de cima para baixo,
da marca das doze horas
directamente para a das seis,
sem passar pelas outras horas
desperdiçando essas oportunidades
para que a vida fosse acontecer.

Lá estava eu,
outra vez, caindo de costas,
olhando as estrelas do céu sem olhar
deixando-me ir na queda, sem pensar.

A vida passa por mim
mas ambos não existimos.

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AGORA TUDO FAZ SENTIDO! Mas estou com sono e quero mesmo mesmo dormir, que se lixe o sentido das coisas, a única razão é a minha cama. Quando dormir tudo e estiver totalmente descansado, cansar-me-ei a retirar o sentido. Mas agora, dormir. Dormir é o que interessa.

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É de manhã, acordei com o despertador pois tenho de acordar. Mas mesmo assim estou com uma insónia.

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Já não consigo aturar mais as minhas palavras. Não tenho paciência nenhuma para isto.
Estou com sono e não sei o que me fez acordar.

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Desconcertei a fatalidade. Assim sou poeta. Mas para lá da alma há um corpo que tenho de lidar.

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No início, cada poema meu era uma tentativa de suicídio, um cartucho de bala usado numa pistola apontada à minha cabeça. São tesouras incapazes de cortar.

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A vida tem das suas ironias e eu tenho certezas falidas.

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Tudo o que eu quero é a vossa compreensão, um pedaço da vossa perfeição.

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Não se enganem. Toda a minha Poesia não existe. É apenas um momento de silêncio antes de me matar, o silêncio imperceptível que imortaliza o mistério do porquê da minha morte.

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Está tudo muito bem, muito calmo, nada se passa fora do normal, até que de repente, do nada, aparece a Vida e grita: "SURPRISE MOTHER*****!!!!".
É de arrancar o coração com o susto, não é?

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Leitores sem alma servem poetas sem mãos.
Coitado do homem, viajou trezentos quilómetros de autocarro para chegar a esta linda paisagem e suicidar-se. A merda disto tudo é que se esqueceu das balas em casa e agora não tem dinheiro para voltar a casa. Tem de mendigar. Será que as pessoas vão-lhe, muito caridosamente, dar-lhe dinheiro para ele fazer a viagem de ida e volta e matar-se?
Parabéns Sábio! E que a tua sapiência seja saudavelmente louca. Ou, senão conseguires te encaixar neste mundo loucamente normalizado, então grita, porra! Grita loucamente como se num grito te saíssem todas as palavras e sentimentos, e se não ouvirem a tua liberdade, a Natureza te acolherá. Um grande abraço e felicidades.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

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A coincidência torna muito mais interessante a nossa existência.

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Esse teu amor ganancioso só nos leva à fatalidade das consequências.

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Nada do que vocês leram aconteceu, foi apenas um momento de silêncio.

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Olhos de ouro, coração de prata e corpo de bronze.

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Tenho consciência mas a minha inconsciência não está consciente, o que me lixa nos momentos de pressão.
Há muitas pessoas que me têm em consideração... não sei porquê. Não sei o que devo ter dito ou feito para tal acontecer. Quando era mais novo, acreditava inconscientemente que quando diziam que gostavam de mim estariam a mentir. Mas entretanto percebi que não. Não tenho nada de especial em mim que provoque essas reacções. Acho que é por não ter muito amor a mim próprio (e isto responde ao facto de as pessoas gostarem de mim e ao não saber porquê). Talvez porque a minha vida seja a busca incessante e constante do meu equilíbrio e da minha harmonia. E não só.
Transformo-te sem tentar
com o verbo copulativo
amar.


terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Às vezes tenho vergonha de existir. Oxalá não fosse humano e não tivesse que lutar contra os meus sentimentos. Quem me dera poder destruir estes fantasmas da minha cabeça sabendo que eles existem e amaldiçoam as minhas decisões. Nem sabes a tortura que é. Se não ouvir música e dançar o seu ritmo estaria louco com tanto ruído. Provavelmente nem estaria aqui. Como tudo seria simples, senão tivessem ejaculado as frustrações de outrém em cima mim quando era novo. Merda! É tão difícil rejeitar o espelho que me rejeita!... apetece-me chorar, mas se choro vou lembrar-me da minha infância e sentir-me-ei uma aberração... tenho vergonha de existir, o medo que me assola zumbe constantemente o meu cérebro sacudindo de mim a vontade de ser feliz. Quando falo com alguém, a minha sombra goza-me berrando. Merda! Tenho vergonha de existir, não houve quem reparasse na minha existência quando eu era mais novo, e agora sou assombrado por isso. E sei, sei tão bem disso mas não sei lutar contra isso. Posso me abstrair, é verdade, mas vai-se acumulando em mim sem me aperceber e tenho medo de explodir. Tenho forças, mas não sei por onde caminhar... alguém sabe? A pressão que se ergue em mim obriga-me a falhar por impulso. Não quero ser mais assim... estou desesperado. Merda! Conheço os meus feitos, as minhas conquistas, mas não lhes sei sorrir nem tenho orgulho. Porque o meu pai nunca me sorriu às minhas conquistas, e pior, desprezou-as e amaldiçoou-as. Não fiz mal a ninguém, não cometi os erros com intenção. Sou contrário ao meu pai, sou boa pessoa, tenho muitos motivos para me orgulhar de quem sou mas não tenho orgulho. Meu pai, esse reles, consumido pela malvadez, destruiu muita gente, enganou outros e tem orgulho demais. Toda a tristeza só me serviu para escrever este texto. Não estou triste e sei o que quero e como lá chegar.

..

Bem, aqui estou eu, a olhar para o nada, sem fazer nada.
Meu amor,
não sei que morte me espera,
mas que morra no teu colo
como uma criança adormecendo
na sua paz inocente,
transportando-se para um sonho.

No dia que eu morrer,
é para acordar deste sonho
sabendo como viver.

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Não escolhemos não sofrer, apenas escolhemos não pensar nisso.

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Palavras sem alma são como peças de roupa sem vida por não terem ser humano.
Gostava de ser pequeno
o suficiente para passear
nos teus lábios e, nos cantos
do teu sorriso, adormecer
e sonhar infinitamente.


Gostava de pôr dois dedos no mar
fazendo ressuscitar montanhas,
desabrochar, assim, flores,
tornando-as receptivas.

Anseio beijar a planície,
criar dilúvios, e provocar
respirações ofegantes ao vento,
eriçando as folhas das árvores.

Descobrir a origem do oceano
na escuridão das suas profundezas,
sentir os seus terramotos
na ravina submersa.


domingo, 23 de junho de 2013

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O preconceito é a ideia que nós temos antes de possuirmos o conceito, ou seja, está entre a burrice total e a realidade.

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Se escrevo poemas com tristeza é porque estou recheado de esperança, caso contrário nem sequer os escreveria, não é?
Há pessoas que não podem ser representadas por artistas quando essas pessoas nem sequer se conhecem a elas próprias. Cujas emoções desfocam as justificações para tais críticas e as nossas partilhas de arte não atingem os corações delas pois vêem em nós, não uma partilha mas um saco espelhado para descarregar.
Ninguém sorriu por mim,
ninguém chorou por mim,
por isso choro por quem
o devia ter feito por mim.

A minha vida
é uma poesia
de versos trocados,
rimas indesejadas
com inversão de significados.
A minha raiva é inocente,
porque é de uma criança triste.

Os meus erros são inocentes,
porque temo tomar decisões.

As fugas na minha vida são inocentes
porque fujo daquele que nunca esteve presente.

O meu sorriso humilde é triste,
porque não chorei abraçado.

Tenho medo de conquistar,
não sei o que está para lá da conquista,
tenho medo...

Sou uma criança ainda,
cujo pai foi seu inimigo.

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Sou o maior ignorante do mundo, pois não sei sorrir às minhas conquistas.
Who will cry for the little boy, lost and all alone?
Who will cry for the little boy, abandoned without his own?
Who will cry for the little boy? He cried himself to sleep.
Who will cry for the little boy? He never had for keeps.
Who will cry for the little boy? He walked the burning sand.
Who will cry for the little boy? The boy inside the man.
Who will cry for the little boy? Who knows well hurt and pain.
Who will cry for the little boy? He died and died again.
Who will cry for the little boy? A good boy he tried to be.
Who will cry for the little boy, who cries inside of me?

Antwone Fisher

quinta-feira, 20 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Estes olhos brilhantes...

Sonhadores
entre inocência
e ingenuidade.
Olhos sorridentes,
cheios de vontade.

Esta criança é...

a beleza do brilho,
sua essência.
Astro iluminante.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para sempre asas,
sei que não posso,
não é suposto voar,
mas, menina do meu coração,
levas-me acima das nuvens
sem sair do chão.

Sorrirmos um ao outro
é viajar no nosso interior,
é fazer do corpo 
uma nave espacial,
minha lua, teu sol,
nosso amor especial.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Possuindo Impossível

Há uma catástrofe na minha realidade,
a catástrofe é a única coisa real na minha vida.

As estrelas apagaram-se,
as nuvens transbordam raiva
querendo descarregar mas sem poder.
O chão treme intensamente
mudando a sua orientação constantemente.
Sinto-me perdido,
as lágrimas transformam-me
na criancinha que tinha sido
num passado quase esquecido.
Quanto mais fujo correndo
mais vou ficando criança,
temendo o mundo,
mas, ao mesmo tempo,
parece que estou a morrer,
a dor tira-me o poder de ver
a minha maneira feliz de viver.

A gravidade tornou-me pesado,
estou colado ao chão, esmagado,
com os meus pulmões em pressão
sem conseguirem manter a respiração,
quero chorar, quero gritar, mas não consigo,
estou quase a desistir de lutar
sem saber quem o meu inimigo,
tão cansado, tão exausto,
a minha alma aborta
o meu corpo de consciência morta.
Tão perto do final, mais uma vez,
mas desta vez, o meu olhar brilha
sem esperança, com força,
luto contra mim mesmo,
tentando conquistar o controlo,
tendo certeza que sou eu
o autor da minha realidade,
benefício da minha liberdade,
esforço-me mais um bocado,
sem de contrariar a gravidade
sobre mim exercida,
mas sim controlar essa capacidade
de saber viver a minha vida
pelos meios da felicidade.

Rascunho Sobre Amizade

Amigo,
espero-te aqui,
no lugar da nossa infância.

Esperando a tua lembrança
sobre as nossas recordações,
só me lembro de metade,
a outra metade pertence-te.

Metade da minha vida passada
é tua, confio plenamente em ti,
tu conheces a minha alma nua
por isso não a deixes abandonada.

Vejo-te desvanecer
em fumos inúteis e fúteis,
dançando sobre ilusões
perigosas, feliz Presente.

Guardas promessas
e aguardas que se concretizem,
influenciado com conversas
que experienciem.

Não posso fazer nada,
já conversei contigo,
agora só me resta esperar
magoado para depois me levantar
na tua queda e ser teu amigo.
Tão sincero na escrita
que nem me apetece escrever
exposições de sentimentos.

Há sempre receio,
receio de me expor,
medo de recuperar,
de me abrir e sentir dor.
Em relação à criatividade, dentro do meu crânio está o Universo e no meio um meu olho com 360º de visão.

domingo, 9 de junho de 2013

Nossa Cidade

Nunca deste pela minha presença
por eu estar nos bastidores dos bastidores.

Há tanta gente neste planeta,
tantos gordos, tantos gordos,
não há espaço para todos,
não são humanos, são aberrações,
alimentam-se de bocas
sem fundamentações...

Este mundo é só ruído,
parece que cada um de nós
tem duas bocas, meio ouvido,
e vive sem voz.

Tanta gente morta a ir trabalhar
com os seus sentidos enchidos
de publicidade para comprar
a felicidade temporária.

Gente operária cuja a vida não opera
mas espera espera, às vezes desespera
acabar com esta vida mera,
infértil, só ingira infelicidade que gera.

Onde estão os sonhos da inocência?
Somos mais velhos, somos culpados
por termos consciência e não lutarmos
pelo que nos deixa bem irradiados.

O corpo continuará cansado ao acordar
enquanto a nossa alma não despertar!

..

Próximo capítulo: vida incrementada.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Apresento-me ao serviço da solidão
para descrever um momento de reflexão.

És o maior?
Onde está o diploma
a dizer isso?
Só te pode confirmar
alguém que seja maior que tu.

Notas escolares
geram notas capitais,
é a promessa dos nossos pais.
Promessas são feitas
a quem duvida.
É rotativo o que possuímos
é transformável quem somos.
Olá! O meu nome é...
não não não!

Devo perguntar-te como estás,
para não parecer egoísta.

Olá! Tudo bem?

Pronto, já soa melhor,
até me torna mais sociável.

Fim.

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Antes de perguntarmos "Porquê" temos de ter consciência do "Quê"

quarta-feira, 5 de junho de 2013

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A vida é um mar de rosas, porque as rosas também têm os seus espinhos.
Vamos ter momentos românticos
sem histórias de namorados,
sem vestes intocáveis
possuindo as nossas almas,
não os nossos corpos.

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Na Natureza é a lei do mais forte. Mas nós, Humanos, chegámos onde chegámos por causa do que tínhamos dentro do crânio.
Novo amanhecer,
reformada alma
proposta a renascer.

Ainda há sono
nesta manhã
de um dia
em sonho.


terça-feira, 4 de junho de 2013

Ó[p/c/d]io Deambulante

Salva-me além,
trespassa-me salvação,
ando por cima de linhas rectas
desequilibradamente contemporâneas
carregando sentimentos impermeáveis,
não me largo, olho para baixo
e adivinho as consequências da queda,
cedendo a divisão entre a dimensão espiritual
e a razão corporal.

Chaves-mestras
num pequeno ruído
prestes a tornar-se um estouro,
correndo entre olhares sem fechaduras
em portas desenhadas nas paredes
de um traço sem intenção
de existir ao laço incapaz
de entrelaçar por estar tão amachucado
e hirto de tanto ser tocado.

De quem é este quadro?
São precisas quantas drogas
para atingir este estado?
Não confundir nuvens com nevoeiro
tóxico e poluído,
são ilusões a ganhar vida
nos meus passos largos
passando pelos móveis
cuja madeira se torce
e contorce com o toque
nojento da transpiração.

                                                                                                                                                         
Os observadores observam as pessoas, e quem observa os observadores? O tempo.

Fumando Uma Paixão

Devia ter sido cão
e corrido atrás de ti
em vez de ter ficado a olhar,
mas sim, tu acendeste-me o cigarro
e disseste para eu esperar.

Fiquei a fumá-lo
sem sair do mesmo sítio,
mordendo o filtro
com o sorriso,
excitado, berrando
os encantos da felicidade,
e enquanto o fumava
tu passavas por mim
como se fosse nada.

E eu estranhava,
mas acreditei nas tuas palavras,
esperando fielmente de pé firme.

Mais de metade do cigarro tinha ardido
e tu ainda não tinhas aparecido,
comecei a ficar desconfortável
duvidando sem o querer fazer,
o medo de me magoar
por essa paixão deixar-me vulnerável
sem conseguir prever
o quanto me haveria de doer.

O cigarro já estava nas letras
e o desespero tomou conta de mim
procurando, no chão, as cinzas a fim
de juntá-las para ter o cigarro de novo.
Mas, como é óbvio, não consegui,
então continuei a fumar,
desesperadamente a acreditar em ti,
sem que o meu olhar soubesse alcançar
uma mínima parte do mundo exterior.

O caramelo do cigarro já ardia
e os meus lábios queimavam-se,
mas a chama ainda não se tinha apagado,
por isso continuei a fumar
porque dei o meu coração
e agora sabia que ia sair magoado,
fumava apenas para evitar
a dor da paixão que se torna maldição.

Até que o caramelo se apagou
e o fim de algo deu início
a uma história que ainda mal começou.

Jurei-te amar,
sorrir com o teu sorriso
nas nossas vastas conversas picantes..

A qualquer ponto
sabia o que viria
acontecer entre nós,
estava certo disso
e mais feliz que isso,
pela primeira vez
eu queria ser sacrifício,
nesta paixão incessante
em te deixar feliz
sendo eu teu vício.

Miúda,
o coração era o meu músculo mais forte,
fazias pulsá-lo tantas vezes eternas,
com força infinita, a mesma força
que o meu desejo por ti incita.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Acreditei ser, a minha luta interior,
uma guerra de mim para mim,
contra o outro eu com medo sem fim
e zangado com o mundo exterior.

Meu ódio contra o ódio meu
envergonhado de ser eu,
entre o futuro e o passado
o destino marcava-me falhado.

Perante tal crença sub-consciente,
vi-me de cabeça cabis-baixa
num corpo onde a alma não encaixa,
sendo eu queda omnipresente.

Mas apercebi-me 
não ser guerra minha,
mas o que se passou
antes da minha liberdade
tomar decisões sozinha.

domingo, 2 de junho de 2013

Paixão Pela Paixão

Apaixonei-me pela paixão,
felicidade infantil de sentir-me igual,
de me sentir mais humano
entre o desejo carnal e sentimental.

Quero apaixonar-me
e pensar nela toda a hora,
sentir o relógio frustrar-me
pela sua demora.

Sorrir ao vê-la,
não ter maior prazer
do que satisfazê-la
pelo meu ser.

Quero sentir a vontade
de desenhar o corpo dela
com os meus poemas,
declarar toda a verdade
do meu amor por ela
sem grandes esquemas.

Quero amar-te intensamente,
irradiar mais felicidade
que o sol em luminosidade
com sorriso pepsodente.

Tua matéria ser minha poesia,
tua personalidade ser-me previsível,
romântico, histericamente intenso:

Hei-de eu ser
total ignorante aos olhos do mundo
porque os teus lábios são meu único saber
e meu conhecimento profundo.


Simples Desejos

Não sei o porquê desta atracção por ti,
esse olhar desejoso de me provar
flameja em mim vontade de te tocar.

Não te digo te amo, não é por aí,
talvez não tenha desígnio,
simplesmente quando mordes o lábio
o meu sangue ferve de fascínio.

Os meus olhos dilatam 
para absorver melhor a tua beleza,
os cantos da minha boca
derretem-se pelos teus encantos
ansiando sentir a tua natureza.

Sei que também tens sentido
e não arriscas pelo que outros vão dizer,
mas esta história somos só nós os dois
que a vamos viver.

Simplifica a equação,
amplifica a satisfação
intensifica a acção
e fica comigo
que sou eu a razão.

sábado, 1 de junho de 2013

Estou farto de escrever,
e também estou bêbado,
o meu objectivo é escrever sobre a felicidade,
mas não o sei fazer.

Felicidade é ouvir música
e sorrir de olhos brilhantes
é dar uma gargalhada com vontade,
mas isto não tem a mesma profundidade
que os meus desabafos,
se estou feliz apetece-me fazer tudo
menos dar na escrita.

Que chatice...

Agora que sei o que é paixão,
aprendi a destingui-la da solidão.
Aprendemos a pronunciar
palavras através da audição.

Em que momento começámos a falar
ao mesmo tempo em total confusão?

Porque deixámos de ouvir?

Talvez porque é a pensar
que passamos a existir
e falamos para o demonstrar
sem sequer reflectir.

É barulho por nada
em concordância
com a ignorância
do resto da manada.

Governados
pela inteligência,
liberdade em abstenção
são direccionados
à desgraça individual
e da sua Nação.

Além da Caneta

Paz e harmonia,
encontro-vos na Poesia,
em cada poema
que dou por acabado,
fica combinado.

Poesia, minha salvação,
sou transporte de sentimentos
para o papel, criança refugiada
de terras ditatoriais
em contos de fada felizes e irreais,
verdadeiras opções e impulsos
chegam à folha no momento,
mutilada por qualquer porquê
que não meu, não consigo
escrever sem ser eu,
ou eu inverso
nas vezes que peço
algo que eu não sei
no meu verso.

És de mim para mim,
para que eu seja livre
do meu próprio medo
e não encontre o fim.

São as folhas dos meus poemas
ligaduras no meu interior,
vazios meus ganham outro valor,
são funcionais e tu nem sabes disso,
leitor.
Andas nisto há mais tempo que eu,
sou pequeno e mas consigo ver o chão,
não confundas escala com escola da vida,
nasci ontem mas passei a noite acordado
e aprendi a acreditar em mim na escuridão,
não sei muito mas sei como chegar,
que impedimentos me impedem de alcançar.
Sempre que olho para o céu é para sonhá-lo 
e nunca conquistá-lo como um troféu.
Estou certo que estou certo
mas acredito que esteja errado,
assim consigo saber para que lado
o chão fica mais perto
e me eleva universalmente,
não quero ser maior nem melhor
comparativamente, quero me expandir, 
no amor e na dor descrever
o que estou a sentir.

Manadas - Crianças Culpadas

A caminho do pôr-do-sol
para chegar lá no final da história
numa tela de uma criança cujo desenho 
possui mais imaginação do que tinta.

Não sabe o que é dinheiro,
enquanto o desconhece sabe sonhar,
sem grandes detalhes para imaginar,
não é para ser feliz mas é verdadeiro.

Em tom de brincadeira imagina
guerras sem sangue, romances simples,
fadas mágicas, egocêntrico heróico
que a todos traz felicidade.

Coitado do adolescente,
nunca conseguiu seguir em frente,
sem encarar bem a realidade
ainda é a criancinha a imaginar
ser protagonista dos outros
fazendo de tudo para o ser,
sendo substituído, sem se aperceber, 
tornando terceiros personagens principais
da história por ele vivido.

Talvez não foi amado, 
talvez foi amado demais,
seja o que for que tenha sido
o coitado ficou encravado no passado
procurando nas massas o encaixe,
desejando ser idolatrado sem usar o seu raciocínio.
Procura comprar o amor com a aparência
sem opinião própria mas por escrutínio
da moda e grupos sem valor
caídos na tendência que tende
o amor de outros mas não lhe atende.
Nem entende o porquê,
relações falsas têm aqui a sua raiz,
porque a paixão pelas calças
encaixa-se na perfeição do que o preço diz,
vão pelo preço com apreço,
acreditando em palavras comerciais
para bater o coro entre a carência
e a mente cujo o sexo é o seu foro. 
Relações assassinadas à nascença
por conhecimentos aparentes,
a aparência é a primeira impressão
e o primeiro caminho para a desavença
de sentimentos divergentes
tendo a sua razão em duas pessoas diferentes
aparentemente iguais e tudo o mais.

Brincam às posses na ingenuidade,
não passam de criancinhas, coitadas, 
com esta idade e ainda tão distantes da realidade,
inventando tantos contos de fadas,
acreditando que possuindo vão ser heróis idolatrados,
mas só crianças como estas se sentirão invejadas.

Posses são como o dinheiro,
coisas inanimadas são esquecidas primeiro,
convencidos mas vencidos sem discussão
pelos que são amados por quem são.
Os cães também conhecem a expressão animada.

Manhãs de Sol

Numa noite amanhecida vi o sol chegar,
em arrepios de frio
a esperança gélida e adormecida
tentava-se libertar.

Presa em grades de medo,
brincava com a areia do chão
nas noites sós em segredo
até a manhã pôr fim à ilusão.

Com um sopro o pó levantava-se
e ganhava a forma dos sonhos,
deixava de ver as quatro paredes
e de sentir frustrações e transtornos.

Mas a manhã acorda e as pessoas também,
rapidamente tudo desaparecia,
o pó voltava a ser pó sem poesia
que não devia nada a ninguém.

Perguntava-me se ele morria de dia,
se me via, porque não me falava,
ou simplesmente me ignorava,
enganava-me de qualquer modo,
por ironia.

Criança não conhecia outro mundo
ou o mundo à nossa volta,
vivendo no submundo
onde os raios-de-sol arrefecem a revolta.

Nos escombros da mente,
nas ruínas dos neurónios,
mantinha-se de joelhos
esperança incandescente.

O Amor tem vários heterónimos
nas histórias individuais,
há também os crimes anónimos
praticados pelos que estão a mais.

Em que categoria se enfia a esperança?
Ou é amor à vida a nossa fiança?