A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

domingo, 29 de dezembro de 2013

Metamorfose

Alcanço o maior altar
para cear com as estrelas,
enriqueço-me por amar
e sou feliz a sonhar
enquanto estou a  tecê-las.

Hum.

Sim.

Sou metamorfose do sonho.

Os meus olhos brilham
adormecidos e o tempo
retoma o impasse.

Sou drunfo da realidade.

Crio o mundo usando as razões
que são razões para não o fazer.

Mas faço.
Mas crio.

Mas existo.

Se existo sobre uma mentira,
então existirei?

São etiquetas
para agendar
hiperligações
dum local
ilusoriamente
sem opções.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

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Hum. O meu mundo é metáfora, eu sou metamorfose do sonho e os meus pensamentos são mais surreais que a realidade.

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E fiz de ti um homem sem nunca abafar a criança que há em ti.
Não pertenço a nenhum lugar,
sou sonhador: o meu destino é voar.
O perdão não está relacionado com o outro, apenas connosco próprios. Está em perdoar os nossos sentimentos sobre as atitudes ou acções de outrém. É sobretudo, ter consciência que o erro é inacto ao ser humano, mesmo contínuo. É ter a superioridade - evolução e emancipação mental e espiritual - de que esses mesmos actos ou atitudes são pertencentes à condição humana. E que, por se ser humano, estamos ou estaríamos sujeitos às mesmas depravações, nas mesmas condições em que esse outro ser humano está. Apesar da história da evolução humana que nos incutem, nunca nos podemos esquecer que somos animais e portanto, as primeiras necessidades têm de ser equilibradas. E, claro está, o primeiro amor de todos: o amor-próprio.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

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Nascemos na realidade, mas cada cria um mundo de verdades. É a nossa loucura e o fim da liberdade.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

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Diz-me o quanto um homem se define pela quantidade de relações sexuais. Ou o teu pai é uma merda de homem ou é um grande homem e a tua mãe tem um par de cornos daqui até Lua.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

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O último representante da Liberdade morreu. Agora, estamos destinados aos paladores, que são paladinos que paleiam a paleta.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

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A mulher é o berço da Vida. Se a Humanidade tivesse girado em torno da mulher, nas nossas páginas não haveria tanto sangue e tantas mortes.

domingo, 8 de dezembro de 2013

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Meu irmão, partilhamos a mesma em dois corpos diferentes. No meu silêncio leste palavras. E também me disseste o quanto brilham os meus olhos com as minhas lágrimas. Sim, sou sonhador.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Intervalo Surreal

Possuo-te e desejo-te,
morre assim o tempo
em traços contínuos
tornando-me imortal.
Para ti e para sempre,
o teu...

!

Sou tudo, e tudo mais  quando te amo.

Intervalo (Parte Dois)

Não sou nem estou,
em lado nenhum
ao lado de ti,
sem amor ou paixão,
não sou apenas mais um
porque estou o que sou:
a fusão dos nossos mundos
é parte de mim.

Não tenho personalidade de pessoa,
nem necessidade de ser humano,
sou abstracção da alma
numa dimensão paralela à realidade.

Somos só nós,
nós os dois em sintonia,
nem preciso de uma voz
porque o nosso silêncio é uma sinfonia.


sábado, 30 de novembro de 2013

E como consegue um único homem - portador da Humanidade - pousar a sua cabeça a prémio, numa almofada, enquanto outros mil dormem com o desejo de o verem aniquilado?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Atingirei a noite estrelada,
aqui nada me diz nada, - sou tudo.

Metáfora de um mundo absurdo,
sou louco, a minha liberdade 
desafia as leis da gravidade.

Nada me diz nada, sou tudo - um sonho.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Homem

Estou aqui, hoje, perante vós, porque acredito no amor!

Afirmou perante os descrentes e os maldosos inconscientes,
de consciência tranquila, consciente da certeza que iriam destruí-lo
depois de tudo aquilo. Matam-no cruelmente, por espancamento.
Morre ele, com firmeza e convicção. E passa o tempo.
Na sua sepultura, passam pessoas em busca do perdão
para pôr termo à própria tortura sobre o que fizeram,
pois o que fizeram, não foi pela mesma razão.

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Sou inculto, mas no entanto, sei mais que a minha ignorância.

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Acreditar em alguém que diz, com desprezo, não valer a pena, ou alguém que diz sim, vale a pena, sentindo o que diz, de olhos brilhantes?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sonhar

Acreditar é um sonho,
um sorriso desmascarado,
são olhos genuínos que brilham
com o poder de conseguir ver
para além do que se vê
e sentir mais à frente,
como se a ignorância sobre o futuro
fosse uma conquista assente no presente
e não um tiro no escuro.

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O pior de nos perdermos é não saber que estamos perdidos.

..

O mundo será sempre um sonho, Lurdes, e por isso é que todos os dias acordo.

domingo, 24 de novembro de 2013

!

Se te disser que te amo, é mentira, essa porra de palavra minúscula não atinge o que sinto por ti.

!

Apesar de tudo, gostei de te conhecer. Gosto de ter motivos para sonhar, e, sobretudo, sorrir.

...

Quando paro, paro. Fico parado mas o planeta continua rodando, e eis que viajo, sendo a minha viajem uma circunferência dum paralelo do planeta. E quando o planeta completa a sua volta sobre si próprio, eu também volto a mim mesmo. Chamo-lhe: sonhar.

De Um Amigo Que Não Tive

Nunca é demais sonhar, mesmo que o sonho seja absurdo. Mesmo que a realidade seja contrária, ou impossível. Mesmo que o querer te leve a um pedido de desculpas e a um sem querer, e muitas dessas vezes, mais a ti próprio do que aos outros. Mesmo que os outros te vejam ridículo. Pois haja alguém que acredite, que sorri porque acredita, que experimente pela crença do sonho. E se for desilusão, haja alguém que chore a realidade, haja alguém que caia no real e reaja. E se o sonho te distorça as acções, pede desculpa e diz que é por teres amor à vida e por acreditares nela, no amor dela e que te leva a ser diferente. Haja alguém que acredite genuinamente em nós e que veja em nós o que não vemos nos outros.

...

Acho que a primeira pergunta que devemos fazer a nós próprios é: será que esta a pergunta que devo fazer? Porque às vezes olho para as pessoas e vejo-as embrenhadas em perguntas tão limitadas como... enfim, elas próprias o são.

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Às vezes tento olhar para mim de fora e fico a pensar que sou maluco. E depois dou a maior gargalhada da minha vida.
O meu olhar brilha disperso
concentrado em ti, distante do resto,
e expando-me curioso
enquanto absorvo 
cada parte que faz parte de ti.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

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Hoje ia ter a maior lição de vida... mas acabei por fazer a escolha que senti ser mais acertada.

Para Ti

No final, eles vão respeitar-te, mais do que eu - que sou teu amigo -, pelas tuas escolhas, porque a tua atitude não variou, mesmo com poder para levar as coisas até ao fundo, mesmo tendo do teu lado a realidade e a verdade que tu e eles sabem que poderiam prejudicá-los. Escolhes não odiá-los da mesma maneira, recusando tentar magoar propositada e deliberadamente, significando firmeza e honestidade sobre aquilo em que acreditas. Hoje atacam-te como cães raivosos e víboras, alimentando-se da tua vida e mais o que inventam, mas um dia acordam e o ódio deles ter-se-à esgotado, perceberão que não valeu de nada odiar, e não é sobre se te atingiram, mas porque perderam tempo, em vez de usarem-no para serem felizes, preferiram importar-se mais contigo do que com eles próprios. E tu, sairás com o orgulho de te teres mantido leal a ti mesma, continuando a tua vida. Tu enfrentaste. Essa é a dica. Tu pagaste as tuas contas. E a partir daí, se enfrentaram também ou não, tu continuaste na tua. Não ressintas o que não deves porque o ressentimento só serve para preencher a falta de atitude. Não são os outros que impõem se deves ou não, mesmo que o teu nome ecoe nas ruas. És tu mesma, aquilo que tu és, não aquilo que os outros se baseiam. Porque não é o facto de não responderes, é o facto de teres a tua vida e nela coisas e pessoas mais importantes e de maior valor. Por isso, quando te questionares se devias inteirar a realidade comum e magoar quem te magoou, lembra-te daquilo que tu és, não o que os outros querem que tu sejas. As acções demonstram mas as atitudes mostram. Acredita sempre no amor e descredibilizarás o ódio.

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Merda. Não consigo escrever poesia, preciso de drama na minha vida.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

!

Definitivamente há três factos belos na vida: o meu sorriso, o teu sorriso e a nossa lua.

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Era criança, não sabia que era criança nem sabia lidar com uma criança.

.1

Sei amar como ninguém
por ter estado do lado
de quem nunca foi amado 
por alguém.


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Erram aqueles que não têm consciência do seu erro

...

Sou poeta, ou seja, sou mágico. Vês o meu coração ou uma ilusão? Qual de nós é o mais iludido?

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A minha atitude tem mais paleta que as roupas de marca.
Eles exploram as lojas, eu exploro a minha essência.
Eles mudam consoante a moda, eu transformo consoante a vida.
Não te interessa o que escrevi
mas sim o que escreverei
depois do dia em que te conheci.

domingo, 17 de novembro de 2013

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

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A desgraça dos outros acontece simplesmente porque nós assistimos.

Carta Ao Oceano

O que faz de mim homem, hoje, não é o que passei e ultrapassei, mas sim as merdas que, hoje, acontecem só porque algum terceiro as provoca sem sequer saber o meu passado. O que faz de mim um homem, hoje, é encontrar forças para me manter firme e não vacilar, é não pensar que depois das merdas que já vivi ainda tenho de levar com merdinhas destas mas é saber que merdinhas destas não atingem a minha motivação. E essa motivação e firmeza não provém do que já vivi, mas sim da consciência do que sou hoje. Sou muito diferente, só eu sei o que é nascer e ser criado a olhar-me ao espelho com ódio e nojo. O meu brilho, a minha luz, é pura, porque foi nessa escuridão macabra que acendi duas velas para me procurar, não num espelho, mas em mim próprio. Porque no final, eu prometi ser o meu próprio herói.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

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Tenho vergonha de mim próprio mas tenho mais vergonha da vossa (in)existência.

domingo, 3 de novembro de 2013

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Há quem ande com um par de cornos porque os pais esqueceram-se de amar.

Quando Me Prometes

Espeta lentamente uma faca no meu coração.
Aposto a minha vida em como não acontecerá nada.

sábado, 2 de novembro de 2013

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Transformo os meus sentimentos em palavras para perceber o que sinto.

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É triste assistir que a única coisa que têm para dar à Humanidade é a reprodução.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

!

Sortudos aqueles com quem fizeste sexo mas felizes foram os que fizeram amor contigo.
Porque ela tem amor de cadela e eu com amor de cão.

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Sensível ou instável?

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

!

Por favor não vás. Só tenho vinte anos e uma carrada de horas pela frente sem te ver.

Amo-te.

Tal palavra não me satisfaz,

prefiro o silêncio do beijo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Loucura

Não é que eu não queira saber, ou se tenho razão. Não é não querer ouvir. Simplesmente sou louco e mantenho firmemente esta loucura. Desprezo tudo e todos. Tudo o que não está em mim. Todos os que não acreditam com a mesma intensidade com que eu acredito. A todos digo "está bem" e a tudo eu digo "ok", porque ainda não acabei. Porque entre todas ass negações que me fazem à felicidade, a todas as tentativas que me façam para desfazer aquilo que sou, o que sinto, são meros fracassos. Só tu, tu, podes acabar com isso e dizer-me não. E os teus olhos dizerem-me não. Mas, se disseres sim, acabou-se a minha Poesia. Porque, menina dos meus olhos, quando te vejo, perco as palavras.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

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(...) no final, a morte é próprio perdão da vida. É uma chapada que, não tendo a mão, tem uma pena.

Nascer Do Sol

A vida é muito mais que a minha poesia.
E eu inspiro profundamente, profundamente feliz.

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O meu sorriso. Nele, tenho tudo o que não tenho.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

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Se nos percebêssemos a nós próprios, chegaríamos à conclusão que não somos personagens principais mas sim parte da História em si. Mas o que impede isto de acontecer é que há algo, ou alguém, que pensa por nós.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dêem-me Pena, Já!

Tenho tido problemas de insónias. Durante as tardes viro as costas ao sol e adormeço em sonhos esquisitos que nem me identifico com eles. Não estou perdido mas também não tenho estado em lado algum. É a Poesia. Já não me serve. Os sentimentos são demasiado intensos e fortes... bloqueio depois do primeiro verso. As minhas mãos automaticamente param. O tempo bloqueava, antigamente, agora sou eu que encravo. É isto que me acontece. O meu corpo rejeita, não corresponde. Não considera que escrever seja uma acção. Mas eu não sei fazer nada mais...

sábado, 19 de outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um Dia Destes (Carta)

Olá, a primeira coisa que deves ficar a saber sobre mim é que não vais gostar de mim, ou que te vais afastar de mim e eu não saberei porquê. Não saberei que mal fiz, ou que possa ter feito. Provavelmente, nem sequer vais-me conhecer minimamente para ter esse discernimento e, a esse respeito, tu julgarás na tua ignorância, seja ela a sapiência da tua vida ou de sermos supostos iguais, serei digno do teu preconceito. Não jogo a vida, nem com a vida dos outros, e tenho dificuldade em esconder emoções. Desculpa, não sei manipular, não sei levar-te a pensar algo sobre mim antes de sequer pensares algo sobre mim, e, não sendo eu familiarizado com as regras de aparências da nossa sociedade, o meu ser impede-me de ser um ser que não seja o meu próprio ser. Não consigo aparentar, não consigo parecer. Não consigo fingir, só sei sonhar. E às vezes cometo o erro de viver um sonho cuja a única parecença com a realidade é ser totalmente diferente. Desculpa-me isso também, é que me perco nos teus olhos. Mas que interessa isso? Tu já sabes! Mas o que não sabes é que, na verdade, não sabes nada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Desprezo

As minhas refeições
têm sido servidas numa taça,
uma taça cheia de merda,
porque tu cagaste em mim
e eu não sei o que se passa.

Levo à boca uma colherada
cheia de merda, cheia de nada,
com fedor a ilusão e sabor
a chapada sem mão.

É a merda da vida,
proibindo o meu ser
de ser e ter de viver
com as regras
de gente conformista.

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O mundo é uma ilusão barulhenta ou antes, uma realidade silenciosa.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

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A ânsia é um sonho frustrado com tempo e o espaço mal aproveitado.

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Sou um sonho: realiza-me.

No teu olhar, no teu coração,
vagueio, sem forma,
e fermento a tua emoção,
anseio, sem saber a norma
da paixão.

É o que vejo.


sábado, 12 de outubro de 2013

Não há nada para dizer,
não há nada a dizer,
não há nada que seja dito,
apenas sentimentos parasitas,
lágrimas inexistentes, sem motivo
e palavras faladas ao vazio.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fim Do Mundo

Levei a maior facada da minha vida,
tenho o meu corpo dividido em metade,
a jaula está aberta à raiva reprimida,
seja bem-vinda a verdadeira liberdade.

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Para os reprimidos e os raivosos calados, podem usar o Winzip. O Winzip é de borla, apesar de avisar do contrário, vocês já entraram nessa vida com o tarifário de pré-pagamento.

sábado, 5 de outubro de 2013

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A chuva que cai nessa terra, só a essa terra lavará. As lágrimas vêm a sós.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

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No final desta minha jornada, da minha Vida, se me perguntassem para quê tornar-me esse "humano" se a maior parte da Humanidade parece navegar noutro sentido, eu responderia: ser humano é ser isso mesmo, saber perdoar, porque afinal, eles não sabem o que fazem. E também porque é matemática, karma: o mal consome-se a si próprio.

!

And at the end of the world,
all i'll need is your eyes
to loose myself and reality,
before reality looses itself.

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A última vez ou é porque desisti ou porque conquistei
E depois de escrever um poema de rajada, cheio de sinceridade, fico parado, sem pensar em nada, a lê-lo, esperando que alguma coisa aconteça e nem sequer sei o quê. Durante, literalmente, horas. Permanecendo a questão: e depois? Surgirá um milagre, um acontecimento que mudará a minha vida? Não. Mas vou tentar pela 959ª vez.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Parábola Sobre Mim

No comboio, sentado,
imaginava o mundo fora,
pela janela,
e suspirava alegremente
ao olhar para a frente,
mas vendo nada de especial,
retornei a inexpressão banal.

Parando nas estações,
pessoas entravam e saiam,
sem que o ambiente 
absorto se alterasse.

Quando as portas fechavam
voltava-me para a janela
e via a paisagem passar,
imaginando-me lá a correr
livre de tudo e de mim mesmo...

Já anoitecia e aos poucos
o reflexo do interior do comboio
roubava lugar à paisagem,
começando eu a ver-me
misturado com luzes de fora
a passarem velozmente.

Suspirei ao ver os meus olhos,
tudo era uma fantasia
de sonhos inconcretizáveis...

O comboio chega à penúltima paragem
e olho para as pessoas entrando e saindo,
sem valor... 

Até que entra uma rapariga,
com uma amiga, sentando-se
mais à frente, de frente para mim,
olhando-me duas vezes,
e eu aprecio-a, suspirando...

Chegamos ao destino final,
ela levanta-se e eu deixo-me ficar,
saio por último e à porta do comboio
tento-a encontrar no meio da multidão,
vejo-a ao longe e logo me apresso
na sua direcção, ao virar a esquina
encontro-a na paragem,
ela olha para mim,
como se eu fosse parte da paisagem...

mas nem sequer sei o meu próprio fim...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Estou a correr, porque estou a vê-la ao longe e desta vez vou agarrá-la, desta vez não será só um sonho, não será uma fantasia. Vou agarrá-la e não vai ser só com a minha mão espiritual, de poeta, vai ser também com a minha mão física, e com a coragem e confiança para erguê-la. Não serei teu poeta sem saberes, serei teu homem. Farei magia e será com as minhas mãos nuas, com as que realmente tocam no teu corpo. Desta vez, a Poesia será física e terá mais detalhes do que poderei contar. Alcanço-te e atingo-te com a minha sinceridade despida: amo-te e não sei o que fazer.

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Magia é a inexplicável razão que se sente no coração

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A Poesia é tudo e todos somos poetas. Não é necessário escrever para o ser. A Poesia é a magia da vida. Magia, de tão inexplicável que é, da vida, tão indefinível pela sua infinidade de ser. Digo isto porque é mágico, para mim, sentir a Poesia ser liberdade na solidão da escrita, livre da Ciência, da Razão, do impossível. Não é definível o que a Poesia é, apenas se descreve incompletamente o que sentimos através dela. No dia em que se conseguir definir a Poesia então não haverá mais nada para descobrir e não terei motivo para viver.

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Eu entendo outras realidades, diferentes, incomparáveis, opostas à minha. Afinal, já vivi mil e uma fantasias.
Fico magoado, não por me dizeres que estou longe de ser o melhor poeta do mundo, mas por ter consciência de que há tanta gente como tu, tão longe de entender a essência da Poesia. Ambos, tu e eu, vivemos distantes da realidade e da verdade. Eu, na minha escrita, vagueando pelas palavras, perco-me, desde o ar a entrar no meu peito - que logo se transforma noutra coisa - fazendo-me flutuar para outra dimensão, até aos constantes e contínuos arrepios de emoções à flor da pele, separando-me do mundo exterior, tendo nas minhas mãos a máxima liberdade - um papel em branco - vivendo a minha realidade, a realidade oposta e as outras realidades: fantasias e sonhos. Tu, perpetuado pela inconsciência ignorante ou culta, que nas duas formas de existência não entende que não sou servo do mundo Presente, que sou servo único de mim mesmo e que os meus poemas são partilhados mas não são para serem partilhados. Encontrei-me no papel, ainda eu era criança, e sei porque existo por entre as palavras. Sei quem sou e o que procuro nos olhos das almas vivas, aquilo que nos torna similares, humanos. Toda a minha vida se resume numa aventura em busca de me encontrar, e nela, a Poesia, me encontro entre páginas de um diário que só eu conheço muito bem, vividas por mim, e todas essas páginas são do Passado. O Presente e o Futuro sou eu a aventurar-me na minha primeira prioridade: tornar-me humano. Humano, num modo que sinto ter-se perdido entre nós, que nem sequer sei definir mas vai-se definindo a cada poema escrito, ganhando a sua consistência nesses pedaços da minha alma. São os outros que fazem acontecer esta aventura, apesar de ser, na sua essência, solidão. A mesma solidão que me envolve totalmente na escrita esquecendo a existência de pessoas e talvez seja, essa inocência, que me torna universal.
É aqui que ambos nos despedimos.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

Foda-se

Ressuscita-me
estou ardendo por dentro
não consigo controlar-me
esta puta de loucura não me larga
aquieta-me a tua doçura
e um beijo esquizofrénico
acontece simplesmente porque sim
simplesmente porque
vão para a merda
todas as razões e motivos
todas as objecções e adjectivos
todas essas porras pensantes castrando a minha vida
tou farto dessa merda
quero me perder sem consequências
sem previsões do futuro
sem advertências
quero beijar-te
quero que se fodam as regras
que se fodam os preconceitos
e a cultura do pseudo-respeito
quero começar na tua boca
quero consumir-te
sem palavras
possuir-te
e chegar ao fim
sem fim
e sem princípio
atirar-me da merda do precipício
já que ninguém ousa atirar-se
que se foda a merda da queda
a minha vontade impulsiona-me rapidamente
e a satisfação far-me-à voar para lá do consciente
que se foda
eu estou mais fodido que esta merda toda
de regras
de jogos
de intenções sublimares e segredos
do submundo controlado
que se foda tudo
que se fodam todos sem mim!

Menos tu.
Tu fodes comigo.

Quero-te na minha cama.
Limpam o cu com as notas e eu acredito que precisam de muitas
Salva-me, estou perdido em sonhos
e fantasias, escapatórias à realidade
para não ser obrigado a lutar,
sem sofrer, amar.

Enquanto sonho, objectivos ficam por conquistar,
e não consigo não ser eu, eu cresci assim:
não existo, a maior parte de mim
foram sonhos que vivi.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Enquanto o mundo desabava à minha volta, eu limitava-me a reflectir, a reflecti-lo. Ou antes essa reflexão tenha gerado mais danos que a realidade.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

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De tanto sonhar, acabei eu por ser parte do meu próprio sonho, deixando de viver a realidade.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

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Sou um gajo de dicas baratas, não tenho culpa que a sociedade falhe no mais básico (e suposto óbvio) da concepção da sua mentalidade
Se disseres duas vezes que só digo merda então já disseste mais merda do que eu

sábado, 21 de setembro de 2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tu e Eu

Giro-te o disco e toca o mesmo,
o teu timbre ecoando no meu interior
provocando em mim reflexões sobre nada
enquanto os ponteiros roubam-nos pela calada.
E resguardo este momento de amor,
cosido no tecido da almofada
provocando-me insónia
porque és um sonho que estou a viver
e não consigo adormecer nesta história.
E a fatalidade dos teus lábios
são o meu desprezo de eu ser nada
perante a Humanidade

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

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Espancas-me porque sabes perfeitamente que não consegues atingir a minha alma
Se eu quiser pôr um comboio a andar na estrada, sem carris,
ponho. Aliás, antes de te o dizer, já o fiz.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

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A quem o beijo não tem significado não o tivesse banalizado com gente sem valor
Rasgava o mundo em dois
para te acordar...
acorda por favor,
o que faria por ti
é impossível de fazer,
só em sonhos
tornados em pesadelos
que não me deixam
adormecer.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

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Quando numa parte da nossa infância e adolescência somos castigados sem razão crescemos a desconfiarmos de nós próprios e a crer em motivos errados e irreais sobre coisas que acabamos por não escolher viver por medo.

Reino

Estou a ser desmaterializado pelo teu toque
e sorrio ao encontro da paz e da felicidade.

Porque estou aqui, agora, e contigo,
e não devo a minha atenção a mais nada.

O meu organismo é um movimento
mas as moléculas dançam em êxtase.

Todo eu sou um mar de vibrações
arrepiadas transversais às tuas sensações.

Todo eu sou todo eu
dividido a metade
porque metade
é reacção à provocação
física, intocável,
tirando-me a seriedade
de ser quem sou,
- ou o que sou -
uma brincadeira desmedida
e despreocupada,
inevitável futilidade
de eu ser nada
perante a Humanidade,
porque estou contigo
e o meu sonho
é a minha realidade.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Mesmo Assim

Mesmo que os teus lábios tocassem nos meus,
que diferença faria?
Mesmo que fôssemos felizes,
porque o seria?
Se não é assim
nem nunca aconteceu,
se tivesses apaixonada por mim,
quem seria eu?
Senão outro,
senão tu outra,
para sermos compatíveis
em termos passíveis.
Quem sou eu?
Sou um gajo no canto da mesa do café,
o único sentado num canto,
transformando a mesa quadrada
num losango cujo o vértice
mais próximo de mim se afasta
dos outros até os deixar de ouvir.
E assim, no meu mundo,
recomeço a existir.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sou um pássaro de barbatanas,
sem asas, mas gosto de voar.

E amo, incondicionalmente, o céu,
sendo eu demasiado inocente,
sorrio na esperança alimentada pelo sonho,
em vez de chorar.

Porque dentro do mar sou veloz,
e com impulso, salto da água
para alcançar o céu,
tal como ele alcança a minha alma.

E sorrio, divertido, entre saltos,
e saltos de satisfação.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

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E há aqueles que não conseguiram/foram impedidos de controlarem as suas vidas e por isso acabaram por controlarem as suas mortes.

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E antes de escrever a primeira letra da primeira palavra do primeiro verso de um poema já estou a mandar o mundo todo para o caralho, só me chateia quando o mundo todo não vai para lá e interrompe-me.

domingo, 1 de setembro de 2013

!

Faz-me um broche,
desfaz-me em emoções,
quebra a minha mortalidade,
estilhaça o meu super-ego:
faz sexo comigo.

Controla o meu descontrolo.

Faz-me sorrir o sorriso
em que os cantos da boca
estão no fundo da própria garganta,
gritando em silêncio
a maior alucinação de sempre,
a mais feliz ilusão do mundo.

Separa as minhas partículas,
estende os meus músculos
até ao horizonte,
em natural descanso.

Faz-me existir.

Amo-te descontroladamente.
Faz-me um broche,
e fazes-me sentir gigante,
no céu sem gravidade,
o meu corpo mexe-se
livremente..

Somos nuvens, moldados
pela moleza dos orgasmos,
e a natureza trespassa-nos...

Completamente colados,
eternamente juntos,
tu e eu,
a junção dos dois mundos.
Droga. É a tua boca perto da minha orelha,
a tua respiração ofegante infiltrando-se no meu ouvido, 
e como um cheiro que denuncia, identifico a tua sensação
de perdição total nesse som expirado de quem se deixa levar,
enquanto domino a minha predominância no amor carnal
e me perco loucamente ao ouvir-te respirar.


domingo, 25 de agosto de 2013

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As minhas quedas são sempre a voar e nem o chão é meu limite.
Perfuro o planeta, chegando ao outro lado.
E de uma queda se torna salto.

sábado, 24 de agosto de 2013

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Miúda, com tanta beleza
achas que atinjo o cansaço?
Teu corpo é inspiração interminável
que me torna sexualmente incansável.
O Universo não tem limite,
mas eu quero lá chegar
para atingir a infinidade
dessa beleza
que nunca se há-de desgastar.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Penetro nas barreiras do amor,
e tenho licença para passar.

Porque também faço parte
desse amor que me quer.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

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Na vida há muitos noobs, ficam estancados muito tempo em "fóruns" para noobs - onde só se ensina o básico "deste jogo".

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Não tenho gosto em falar da vida dos outros. Isso é tema de nível um, básico. Para newbies, noobs, que não fazem ideia o que isto é e para que serve. A vida.

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Como poeta, sou um cabrão arrogantemente ignorante. Porque me ponho a escrever sobre coisas que nunca vivi.

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Se eu quiser escrever um texto cheio de "que's", escrevo. E no final até escrevo: que se foda.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

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Democracia para a ignorância de um povo é tudo o que o político quiser que seja.

Premissas

    Sabia, segundos antes de a porta se abrir, previ tudo... a porta abre-se. Ela procura-me com os olhos e logo me encontra. Não tinha palavras... eu não tinha palavras, ela estava... linda. Parados, ela cora ao ver o reflexo da sua beleza estampada nos meus olhos. Pela escuridão nocturna deles entrava o sentimento de quem vê o reflexo da lua no mar pela primeira vez. Paralisado, arrepiado, a minha alma expandia-se, como se o corpo estivesse dentro da alma e não o contrário. A constelação da beleza de todas as estrelas do céu já não era mistério da imaginação dos homens. Aproximo-me, fixando-a. Lentamente, toco-a na cara, e os desejos sem palavras ganham nome ao sussurrar o nome dela. Um dos cantos da minha boca sorri, porque sabe. Ela sorri também porque também sabe. E envolve os braços no meu pescoço... parecia dança incitando ritmo ao coração. No mesmo momento os meus braços estendem-se atravessando os lados dela completando uma linha sem fim e sem início nas suas costas - a mesma linha que nos liga espiritualmente. Puxo-a para mim pela cintura, quase tornando físico o desejo. O vestido dela deixava-me ver as costas dela ou não me permitia ver para além disso, contudo, já conhecia a geometria das minhas vontades. As nossas testas encontram-se, os nossos narizes também, sentimo-nos encontrados, um num outro - um alívio ao que o mundo não devia ter sido, à incerteza do que há-de ser e à contradição do que é com o que ignorantemente anseia ser. Os lábios tocam-se calmamente, partilhando em silêncio memórias nossas, como uma despedida que não quer existir. O início do ritual é o beijo. O beijo com significados prontos a acontecer, o beijo que é tudo antes de ser e nada é, quando acontece. O beijo, que é muito mais que beijo, ao sentirmos estarmos mais à frente da história. As nossas mãos, com vida própria, começam a diluir-se nos corpos e depressa correspondem às ordens de quem não é dono. A campainha toca. Toca outra vez. Acordo estatelado no sofá com um fio de baba seca desmantelada e um facalhão adormecido, encostado ao meu peito.
    A campainha volta a tocar.

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Quem suspeita torna-se suspeito

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Para haver liberdade de expressão tem de haver liberdade de pensar, ou seja, não se pode ser limitado na forma de pensar.
Amo a puta que me ama,
que todos os homens amam
uma vez na vida, pelo menos
na vez em que a levam para a cama.

sábado, 17 de agosto de 2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

!

Tira-me deste blog, leitora,
que me prende, sem chão e sem tecto,
sem apoio... onde até o nada é incerto.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Divagações

O que são para ti as minhas lágrimas
quando preenchem covas em terras
por onde nunca caminhaste?

Elogias as árvores, as plantas,
as flores, admirando a raridade de tais,
de tão incomuns, invulgares, anormais...

Não me vês, estou para lá do horizonte,
da tua pequena mentalidade.

Estou vendo as estrelas a separarem-se do céu
afastando-se de nós.

Mas há almas que brilham.

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Desprezar é ser espectador de um filme chamado Karma

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Amor, Amar E Sombras Falsas

Vê bem como me ensinaste desprezar,
desprezando. Esse teu desprezo que prezei,
fazendo não fazendo, rezei,
enquanto os sonhos me sabiam sustentar.

Ou de amargura, ou de arrogância,
sou eu, desprezando o desprezo.
Sou eu, vil pessoa, de menosprezo,
menos preço, em minha raiva aqueço,
ou de coração travado, me arrefeço.

Sou eu,
sorriso sarcástico, enlouqueço,
e talvez, por não ter apreço
tenha um preço a pagar
mas eu paguei pré-pagamento,
fui castigado por amar.

domingo, 11 de agosto de 2013

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Ou a dor é honesta e louca ou é défice de atenção e mentirosa. Ou é as duas coisas. De uma forma ou de outra, no antes ou no depois, estará a ilusão.

Rua De Mim

É de noite, na rua...
dou de caras com...

sinto a rua a desfragmentar-se,
as pedras da calçada e do alcatrão,
os postes, as árvores, os carros...
tudo se vai soltando do chão,
pairando desfragmentam-se,
desconstroem-se, ao nadarem no ar
- uma preparação d'uma onda de choque,
fulminante e implacável, prestes a chegar
para separar as partículas de todas as coisas -
e eu, no centro, em velocidade real,
assistindo a isto, pensando em nada,
consciente do que vem depois
e nada poder fazer senão fluir
o que tem de ser e nunca chegou a partir...

Na harmonia da realidade desfazida,
o que se desfragmentou converge-se repentinamente
dando-se uma explosão de fogo gelado,
e a dor centrada e enfraquecida espalha-se
antes de eu fechar os olhos...

As lágrimas batem de raiva contra as grades
berrando a liberdade. Uma a uma, caiem,
inevitavelmente, inutilmente... afinal,
a realidade está descomposta por mentiras.

sábado, 10 de agosto de 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

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Para quê escrever poesia agora? Se por esta altura inspiro poesia. Se neste momento inspiro a poesia com este sorriso que não sabe tudo mas sabe os motivos da sua existência.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

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Sou vingativo. Não me levem a mal, simplesmente às vezes prefiro ser mais rápido que o Karma.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Novo Mundo

Chegámos ao novo mundo com os velhos métodos. A nova Natureza. A ideologia era melhorar a qualidade de vida do ser humano, o que hoje ainda continua ser incutido nas escolas. Mas depressa ganhou outra intenção. Não poderia fugir ao que o mundo do ser humano é. De repente, passámos a ser quase detentores de dois dos três poderes de um deus. Mas desta vez, enquanto se brinca aos deuses e super-heróis na vida real, usando ilusões capitais, na Internet, o jogo é outro, todos são deuses. Do nada se cria um mundo virtual, e como a computação não tem a inteligência autónoma de um organismo a combater um parasita, não é movido por conceitos, mas por informação, está sempre sujeito a falhas. Por isto, neste novo mundo de deuses, aqueles que combatem os criminosos capitalistas - psicopatas de Q.I. superior que alcançam o maior dos poderes, sob o ser humano, do velho mundo: o dinheiro -, têm poder para contrair o velho esquema que serve a maior minoria da Humanidade, e serviu durante séculos. E por isto, chamo-lhe o Novo Mundo.

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A Poesia conquistou-me. Mais tarde, eu conquistei a Poesia. Chama-se crescer interiormente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

!

Desejava ter mil bocas
para beijar mil vezes
as mil partes do teu corpo
ao mesmo tempo.

Porque ao mesmo tempo
que te beijo com esta única boca,
incendeia-me a carne mil desejos
de te tocar, de te possuir,
e todas as outras mil formas
de te amar.

Ensaio Sobre Auto-Estima

A vida é isto:
brisa, um toque suave contínuo
e uma sensação de mil arrepios
- alma expela-se pelos poros
aglomerando-se com ar,
nevoeiro mocado a flutuar
para curar o reflexo da nossa vida
numa colher de pernas para o ar.

A vida é um pino,
de cabeça no chão,
pressionada pelo corpo
e pelo peso da sua anti-paixão.
Neste ponto de vista,
a interpretação é contrária
à realidade transformando
em mentira qualquer verdade.

Deixemos o pino,
somos mais felizes a pinar.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

domingo, 28 de julho de 2013

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Começo a afeiçoar-me à minha maldição.
Dias não são dias nem noites noites quando vivemos por vivermos porque não há nada mais interessante do que viver - o que é muito chato - e habituamo-nos tanto a isso que fumar um cigarro torna-se tão banal que nem nos lembramos de ter fumado e questionamos "porque não? Porque não fumar outro cigarro?" mas é óbvio que já se tem a resposta antes da pergunta, por isso não perguntamos, fumamos. E a vida deixa de ser luta, deixa de ser vitórias ou derrotas, passa apenas a ser dias que não são dias e noites que não são noites. Porque os dias e as noites têm significado, têm algo especial. Mas é para quem se especializou em viver. Eu resignei-me à minha condição de resignar-me. A resignação é uma das fases do luto. Não é deprimente, enquanto houver cigarros. O que se pode dizer? A secura é a ironia e a amargura serve o sádico.

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Eu sou um facto feito de ilusões
Serei eu dias que passam
e tu nem te dás conta,
sóis que se erguem e vos aquecem
mas ninguém repara.

Serei eu peixe que não sabe nadar,
e gritos interiores capazes de calar
esse barulho que ensurdece o ruído que nos mói.

Serei um sorriso implementado
e um amor-próprio desleixado.

Serei poemas incontáveis
sobre tudo, sobre nada,
que enchem o vazio,
sorriem a tristeza,
pedido de socorro
em berros de silêncio
e tudo se torna mentira
quando te vejo chegar.

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A vida é um forte ruído que é silêncio aos sussurros e murmúrios do amor

sábado, 27 de julho de 2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

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Se estás triste dorme e deixa os sonhos tomarem conta das tuas tristezas.

A Rua

Passo esta rua.

Esta rua passa por mim.

Nem eu, nem ela, passámos.

Não me lembro. Nem ela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Trespasso a rua perpendicular.

Passo para o outro lado.

Passei dentro dela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Esta rua não é minha.

É de ninguém.

De ninguém que eu conheça.

Por isso passo,
de passagem.

E não paro.

É apenas uma rua.

Uma rua.

Entre milhares.

Não sei que rua é.

Só sei que não é minha.

Mas se eu te conhecer
e fores tu dessa rua,
então a rua existe,
tal como tu.

Se não, é mais uma rua.

Sem nome. Sem nada.

Por ser de ninguém.

Talvez à espera de ser.

Talvez até, num qualquer andar,
eu deva parar, por lá haver
mais do que as palavras sabem alcançar.

terça-feira, 23 de julho de 2013

!

O meu orgasmo são nebulosas
no Universo que tu admiras,
meu amor,
que sou muito mais
do que poesia e prosas.

O teu orgasmo é o oceano,
de onde me elevo e emerjo,
e ressuscito ser humano.
Tenho um barco de mil velas,
velas de sonhos, empurrados
pelos suspiros felizes,
sou marinheiro fantasiando
o brilho das estrelas,
reflectindo o seu reflexo no mar
viajando pelos cinco oceanos
na busca do significado amar,
com a luz da lua no seu olhar.


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Tenho uma túnica feita de tecido de nuvem.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

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Muitas iriam para a cama contigo mas nenhuma daria a vida por ti. Chama-se amor.

sábado, 20 de julho de 2013

Passo horas
na troca de roupas,
indeciso na veste
do meu corpo,
pensando no teu
despindo-se à volta
do meu universo.

É hoje. Sei-o.
Longe de ti sinto o teu sentimento,
o sentimento do teu cheiro,
o cheiro da tua voz,
a voz do teu silêncio,
o silêncio do teu olhar,
o olhar do teu desejo,
o desejo de possuíres a nudez da minha alma.

E todo eu sou
ambição do teu sentimento,
nutrição do teu cheiro,
inspiração da tua voz,
cúmplice do teu silêncio,
razão do teu olhar,
satisfação do teu desejo.

Sou sexo da paixão
escrito em vice-versa.

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O Maltês sabia todos os livros que existem à face da terra, sabia literalmente tudo. MAS, no que tocava ao amor-próprio, o Maltês era o maior ignorante do mundo, e então, ele suicidou-se.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Algo Que Eu Não Sei

Escrevo, porque é a única coisa que sei fazer,
os outros sabem viver, e eu não...não sei nada,
(ouves o eco da palavra nada? continua sem parar,
sem sequer se afastar: nada... nada... nada... nada...)

sou tão vazio como estas palavras são vazias para ti,
mas a diferença, é que elas não são a tua vida,
são a minha... tu não sentes esta dor,
esta dor que é a vida...

para ti, a vida tem outro significado...

e escrevo, porque as acções dos sentimentos falham...
se a Poesia me pudesse abraçar fisicamente
e dizer-me palavras cheias...

mas ela... ela sou eu. eu sou ela,
e só sei de mim, não conheço o outro lado,
tenho inveja, tanta inveja...

a ferida infectou...

só gostava de saber esse algo que eu não sei...
mas só conheço a sua saudade...
será que alguma vez soube?

É verdade, ainda estou vivo...

Às vezes esqueço-me disso
por me sentir morto...

Ainda tenho forças,
ainda alguém me ama...

Estou perdido,
alguém me encontre dentro de mim,
que as estrelas do meu Universo
são velas que se apagam,
e o fumo delas, ao apagar,
enevoa e enegrece o meu olhar...

Não vejo bem, não vejo bem...
mas não sei ver melhor...

Alguém sabe?

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A verdade dói aos que vivem pela conveniência.

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Todos os falhados estão apenas perdidos, precisam de se encontrarem.
O lençol enrola-se em mim
e tu surges dele sorrindo-me,
a beleza do sorriso calmo
apraz-me a saudade de te ter.

Toco-te e sinto a frieza do tecido
deformando-se nos meus dedos,
impalpável,
desfazes-te como uma rocha
transformando-se em areia,
desvanecendo com o vento.

És saudade minha,
vento que se sente
mas não se apalpa...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Verbo Amor

O silêncio do nosso olhar é o prelúdio
da realização dos desejos e fantasias
sobre a magia das magias
na acção dos verbos sexuais em gerúndio.

Dá-se o beijo,
o beijo infinito inicia a nossa perdição
ao partilharmos os nossos segredos
desfazendo lentamente esses mistérios da paixão
com o toque suave dos dedos.

As mãos decoram a dimensão corporal,
os beijos intensos fundem vontades
absorvendo a beleza física e natural,
sendo introdução das necessidades.

Sacio o desejo de posse do ser,
cresce a vontade de me encontrar em ti
enquanto em ti me estou a perder,
perdendo-me a mim e a minha razão.

Dissolvem-se os mundos,
não há barreiras nem segundos,
estou submerso nos versos
exclamados em vogais.

Não sei e não quero pensar,
se há verbo sem reflexão
é o nosso, puro demais,
criador de histórias sobre amar.

Morro no nosso prazer,
invertendo o tempo mortal,
vivendo uma vida momentânea
e no final, renascer.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Quando desligo a luz do meu quarto,
as estrelas surgem e flutuam como pirilampos
formando constelações das raparigas que amo
e os espíritos iluminam a sua presença
embalando-me cantando vogais de contos de fadas.

Desafeição da Poesia

Estou levando balas na cara,
estilhaçam os meus ossos,
perfuram-me a carne,
esmagam-me os olhos.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou sendo esfaqueado na barriga,
as minhas entranhas desfazem-se,
os meus órgãos são carne picada
caindo no chão com a  cascata de sangue.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou ficando surdo,
rebentam-me os tímpanos
ao espetarem objectos nos meus ouvidos
para matarem a curiosidade de estarem a ser ouvidos.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou cegando,
agarram a minha cabeça
direcionando a minha visão ao sol,
na obrigação de ver a beleza desnudada.

E eu parado, como se fosse nada.

Estou ficando sem corpo,
descolam-me a pele da carne,
puxam arrancando-me os músculos,
desmontam-me os ossos.

E eu parado, como se fosse nada.

Porque urgem encontrar, literalmente,
no meu corpo a minha poesia,
e se encontrarem o segredo da vida,
deixo de ser poeta para ser nada.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Um Conto de Fadas

Estes homens são indignos,
festejam em banquetes ilusórios.

Bebem vinho alegremente,
sem saberem que é sangue dos mortos.

Enfardam a fruta envenenada.

Eles enfardam.

Os mordomos são os senhores da Morte,
em silêncio obedecem aos mortais.

É noite de lua cheia.
As nuvens carregadas de raiva
anunciam a chegada do fim.

Os réis labregos não se apercebem,
e festejam. Ignoraram os ignorantes,
pensando terem ditado destinos
da nossa gente, roubando-lhes
as acções tornaram-nos inexistentes,
mas foi as ruas da miséria
que os acolheu, que,
na fome que chora,
semeou flores de sangue.

É a Morte, é a Morte a chegar,
pelas sombras invisíveis das ruelas,
nos veio abraçar, como nossa mãe,
nos pegou ao colo e sussurrou
formas de vingança.

Pegou num cravo ensanguentado
do cadáver do nosso irmão,
pousou-o junto do meu coração,
no meu peito e, pelas minhas lágrimas,
o cravo encarnado tornou-se
branco e límpido, de esperança.
A Morte tocou-me nas mãos,
guiando-as até se fecharem em volta do cravo,
e, quando as abri,
uma pomba branca surgiu delas,
voando em liberdade.

Era a Morte, que, existindo,
me fez ver a realidade.

domingo, 14 de julho de 2013

Meu corpo
é meu transtorno,
nestes meus passos
que ninguém saberá.

Não existo fisicamente,
se existir, é porque leste,
por isso existo dentro de ti.

Eu penetrei na tua mente,
manipulei o teu espaço
e teu tempo para te mostrar
o quanto eu sou fracasso.
A minha poesia
é prostituição
prazenteira
da fantasia
em forma
de alucinação,
é loucura sexual
que se deforma
na solidão,
é arrepio
colossal
de aviso prévio,
desfaz a carne
desse tédio
pretérito,
que, sozinho,
nunca alcança
mérito.
Ela era o corpo que sonhava a alma e eu era a alma que sonhava esse corpo.
Inventámo-nos, para nos completar-mos.
A minha Poesia é uma rapariga
apaixonada pelas minhas palavras

A Merda da Vida

A vida é uma merda.

Eu sou a merda dessa vida.

Eu,
que me queixo
e choro pelo que não faço,
e me enraiveço pelo que faço.

A vida é injusta.
E eu o injustiçado,
que não ajusta
a vontade com a acção,
sendo eu hipócrita
na solidão.

A vida é cão.
E eu sou esse cão,
que persegue rastos
sonhados dos restos
da realidade.

A vida é mesmo assim.
E eu sou assado,
por isso, entre mim
e todos os outros seres vivos,
está o vício e o hábito da ilusão
dos sonhos por realizar.

sábado, 13 de julho de 2013

Poder. O Passos usou o seu poder para substituição de Vítor Gaspar desrespeitando o poder de Paulo Portas e o Seguro agora anda a ver se pode poder. Enquanto isso o PR vai podendo não poder. Enquanto isto, o FMI assiste à situação como uma revista pornográfica, sendo o FMI a corporação que pode, e tem poder legal, para investir na corrupção dos Países e na miséria das pessoas. Ganhando dinheiro, como qualquer empresa financeira. Disney, ensina lá às criancinhas o quanto a ganância é mortal, nos dois sentidos.

Não é "poder", é foder. Estes meus erros ortográficos....

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Capitalistas. Dizem que o dinheiro ajuda à felicidade. E se não houvesse dinheiro? Não conheço provas de que o dinheiro foi inventado primeiro que a felicidade. E se tal acontecesse, o químico cerebral que provoca a felicidade provocaria dinheiro.

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Dinheiro para felicidade momentânea e infelicidade infinita.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Voa, pomba branca,
que o vento é nosso por termos nascido.
Procuro sem palavras exactas,
a cada jovem olhar feminino,
o encaixe das partículas abstractas...
Quero beber a tua água destilada,
que invada as minhas veias
e faça do cheiro do meu suor
irradiação da luz dos meus olhos
quando te vejo.
A Vida,
indica-me o caminho da Vida
pelo teu corpo, pelo teu sorriso,
pelo teu olhar, diz-me,
te seguirei fielmente,
sem questionar.

A Poesia

Ensina-me a escrever a verdadeira poesia,
a poesia que ama incondicionalmente:
a inesquecível poesia feita de sorrisos especiais.

Tão desejada poesia criada sem palavras,
a de semi-gestos, que, na lentidão intensa,
simplifica a humanidade da paixão.

Ensina-me a calma da loucura,
sou poeta fraco e pessoa incompleta
por não saber escrever a Vida.

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Amo-te, mesmo sem conhecer-te ou as razões que me fazem amar-te. Que se foda isso. Amo-te na mesma.

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Morreu com um sorriso na cara e isso alivia-me olhar.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Palavras Para Mim

Sou engolido pelo desejo infinito de te ter...
paralelamente, um receio eterno não te quer saber.

Eterno, porque não ajo e não saberei,
sendo-me a gravidade roubada,
levito até aos céus mas...

longe da terra, longe das estrelas,
volta a mim a realidade de eu ser nada,
o vazio do Espaço arranca-se
do meus pulmões descolando-me a alma.

Lá vou eu em queda,
caindo na minha poesia,
sendo eu mero poeta..
só, e só.

Sonhando, sou mais do que isso...

Mas a minha força está somente nas palavras,
não nas acções e nos actos, não nos movimentos...

seco as minhas lágrimas no papel,
sujando-o, manchando a tinta ainda fresca,
e volto a ser o Francisco que todos conhecem.

Quem me dera não saber escrever estes poemas...

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Nunca pensei que isto fosse acontecer. Por isto é que estou desiludido.

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Como nos habituamos à morte? Choramos.
porque fazes parte da minha infância, porque corria os corredores do mercado da ribeira, porque brincava às escondidas no meio da fruta e dos legumes com o meu irmão Francisco Sarmento, porque dançava e ria contigo, porque cantavas me a formiga no carreiro de Zeca Afonso, porque almoçamos cozido à portuguesa, porque oferecias o gelado no verão, ficam estas e outras memórias da minha infância partilhadas ao teu lado..

- Inês Sarmento

..

Vai contigo o meu perdão,
como uma chapada que se transforma em asa...

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É humano aquele que perdoa e aquele que quer ser perdoado.

Jorge Jourdan

Arranco as unhas
arranhando estas rudes paredes,
desfazendo a carne
dos meus dedos
em teu sacrifício,
berrando o teu nome
na esperança e na dor
de te ver surgir delas...
as unhas caiem-me
sem se despedirem,
materializando
a dor da tua morte.

Morreste sem nos despedirmos,
morremos ambos em silêncio...

terça-feira, 9 de julho de 2013

..

É chato tu existires e eu não poder fazer nada com isso.

As Minhas Flores Do Deserto

Eu segui em frente, porque o mundo segue em frente, o tempo segue em frente. Porque não devemos olhar e assinalar as coisas más da nossa vida como cicatrizes, mas sim cales desimpedidas da frieza. Nunca há falta de amor, teremos sempre alguém que nos abrace, até um desconhecido, se lhe pedirmos. Não existe a certeza de que a vida é um inferno, pois quem afirmasse isso, com máxima certeza, ter-se-ia suicidado. E a morte é uma escolha sem consequências. É o fim da história, da música, do poema. O autor morre. Acabou. Nada mais se acrescenta. Mas vivendo, teremos sempre a hipótese de mudar, não sabemos o futuro, talvez até possamos ver que o "normal" é errado quando a nós o normal não nos assiste. Eu caminhei por um deserto de solidão, onde a sede do amor me provocava fantasias para poder sobreviver, porque sem sonhos finitos, sem histórias criadas na solidão, não haveria esperança, mas apenas o fim, a morte. No deserto que caminhei, sozinho, as pessoas que confiava eram miragens intocáveis, e areia me engolia, esse chão, que muitas vezes significa realidade, me devorava, me sufocava. Ainda assim, tomando a minha vida nestes insignificantes metáforas, plantei flores no deserto. O que não é normal, mas eu consegui, eu fiz, porque eu também não sou normal.
... este, é o sangue que me corre nas veias, que, de tempos a tempos, se revela meu desespero, minha angústia. Mas nunca o meu destino.

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Ando rodeado de pensamentos soltos. Vê-se logo que estou solteiro.

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Ultimamente não tenho usado drogas metafóricas. Reparo nisso agora.

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Se leste um pedaço do meu blog, então pensarás que sou louco mas se leres tudo, verás que sou mais humano do que consegues definir.

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Ando cheio de ideias para escrita. Ainda bem que tenho estupidez em abundância.

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Cabrões dos leitores que aplaudam a minha Poesia. Aplaudirem funerais... sinceramente, e eu é que sou louco.
Um poeta a desprezar a sua Poesia é horrivelmente poético. Ando seco, e não é por falta de inspiração. A minha Poesia está constantemente a sofrer mutações. São fases da minha vida.

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Estou desempregado, sou poeta a tempo inteiro.

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Se sentisse alguma coisa do que tenho escrito ultimamente, não estaria escrito aqui.
Divirto-me a explorar uma parte de mim que mantive abafada durante muitos anos. E escrevo porque não há nada para fazer neste calor. O que neste momento desejaria fazer está fora do meu alcance e temo que nem vá acontecer, vendo o historial de tentativas falhadas diria que o karma anda em dívida para comigo. Mas se o disser, eu ficarei em dívida para com o karma.
A voz que não é voz nenhuma mas sei lá eu o que é. As pancadarias frustradas do meu pai, quando eu era criancinha, ainda continuam a agitar as partículas e células da minha inconsciência. Estou desmaterializado de mim próprio. Vivo "omnitemporal", no passado e no presente ao mesmo tempo. Combato contra isso com a grande ironia de não saber como combater. Aqui parece-me haver resíduos do tal algo que eu não sei o que é.
Só eu me encontro nas minhas palavras. Os outros limitam-se a dizer que escrevo bem ou que sou louco. Acho que sou as duas coisas. Acho que na solidão das palavras acho a minha loucura. Só me lembro de ser normal quando a solidão dissipa-se entre amigos. Na verdade, até os cigarros perderam o seu valor.

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Não sou louco, porque já chorei.

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Em toda a minha vida disseram-me amo-te. Foi tal palavra que me levou à loucura. Pois actos não correspondiam ao significado da palavra.
Amo-te, em palavras incomparáveis, em sugestões irrealizáveis. Amo-te, quero-te, desejo-te. Repito infinitamente estas palavras mas continuo frustrado porque não igualam o meu sentimento.

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Normal, significa ser como os outros. E o que são os outros?

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Só não dou termo porque não sei se não encontrei.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

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A melhor parte de ser poeta é que fica sempre a ganhar, até nas suas próprias tragédias!

domingo, 7 de julho de 2013

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A fatalidade não é mais do que a determinação consciente.

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Coitado de mim, que morro tantas vezes, em cada poema que finalizo.

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Mas quem é o arrogante que define a genialidade? O que eu acho é que estamos desviados no nosso pensamento. Ou, por outras palavras... burros.

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Coitada da bela adormecida, que muitos homens beijaram-na (e não só) mas ela continua a dormir. A definição de príncipe também dorme.

Ou Sopas

É fodido, é fodido... é fodido andar estes anos todos arrastado por problemas impalpáveis, estando impotente à sua prórpria desordem. É fodido cometer erros inocentes e ser atirado para a vala dos culpados. É fodido saber não saber porra nenhuma mas saber algo que tenho vergonha em dizer fora do meu silêncio. É fodido acreditar ser uma merda e não acreditar que os outros não sintam esse meu único cheiro, mas outro que me fará chorar o mundo de mentiras. É fodido estar a escrever estas merdas todas e nada mudar. É fodido me expôr assim. A verdade é que estou todo fodido mas também sei foder. Foder com os sonhos que nunca passam disso. E é absurdamente fodido ter tais sonhos. Que supostamente nem se deveriam chamar sonhos. Mas que se foda! Digo eu... que cada vez estou mais fodido. É fodido que algures eu acredito em mim, sorrindo feliz, mas é ainda mais fodido não ter presente factos que comprovem. Estou tão habituado a ser fodido que é-me quase imemorável se alguma vez fodi. A foda disto tudo é que estou a escrever por escrever. Não sentindo quase porra nenhuma do que está aqui escrito. E por isso, fodi-te.
Arranha-te, foda-se!

Sífilis

Que sa foda a Poesia. Que vão para o caralho todos aqueles que só têm a matéria física dos olhos. Morte a eles todos, que desconhecem a masturbação dolorosa da vida. Tou farto das vossas regrinhas merdosas tão praticadas e pregadas, que são sempre inquestionáveis, que no máximo dos máximos, é porque vos faz comichão. À merda com os vossos impedimentos e pipis que não devem dizer asneiras, é nojentozinho. Tenho pena da maior parte desses vossos neurónios que nasceram como eu: mortos. Cambada de filhos-da-puta superficiais, merdas ambulantes que não dizem a asneira "merda" por dar comichão! Pois caralho! Cambada de masturbadores que têm orgasmos mas (atenção!) não lhes sai fluído nenhum porque é demasiado nojento! Ainda me questiono se têm sanitas em casa, porque é nojento defecar e como a merda não pode sair pelo cu, entompe-lhes o crânio sufocando e "conservando" o cérebro! Mas quem são estes filhos-da-puta, que se acham doutorados em alguma coisa que não prostituição, que por lerem livros já pensam saberem definir a vida!? Foda-se! E chamam-nos de porcos selvagens sem educação! Mas que burros com cultura que me saíram, que usam a cultura só para se adaptarem às conversas! Inférteis de merda, nunca criaram porra nenhuma! É fácil a qualquer um inserir-se num restaurante carinho cheio de cheio de objectos para isto e para aquilo para comerem a merda de um bagosinho de arroz com nome francês! Ridículo! Agora esses não se conseguem inserir no meio de nós, no meio daqueles que trabalham a terra e a vida! Aqueles que ritualizam os livros lidos pelos "senhores", aqueles que inspiram filósofos e outros tais! Isto é tão básico, foda-se! Tão básico como a matemática simples! Mas para ler é preciso saber ler, não decorar.
Já continuarei.

sábado, 6 de julho de 2013

..

Ir desistindo, até desistir. Acontece, quando não se escolhe viver.

A Carta, Amor

Tenho medo de não te ser especial. De não ser único para ti. De ser uma pequenina pedrinha despercebida na areia que te amou, que, sem boca para falar nem membros para me mexer, viu a tua beleza gigante passar-lhe ao lado sorrindo a outros caminhos. Como na vida e na morte, espero que uma estrela caia do céu para brilhar o meu coração. Espero, especado, admirado e assustado com a beleza poética da Natureza e de possíveis bons momentos. Tenho medo de te amar... por isso fujo, correndo em corpo imóvel. Tenho medo de não me amares como te amo, de não me desejares como te desejo, pois nesta vontade desumanamente insatisfeita de te querer mais do que a palavra amor pode sustentar, somente tu tens esse poder de me fazer sentir satisfeito, desejando-me com a mesma intensidade. Sou mero humano, condicionado pela minha ignorância de ser humano, tu és... tão indefinível como o que sinto por ti.
Mas estou tranquilo, porque eu também sei voar.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Algo

Estou a tremer.
Estou a tremer.

Será dentro de mim?
Ou fora?
Ou o que sinto ver fora
está, na verdade, dentro de mim?

Quero-me perder sem perder
os meus objectivos
mas estou parado,
estancado, travado,
trancado, quieto,
paralizado, estático,
inactivo, hirto,
detido, inflexibilizado,
fixo, interrompido,
imóvel, inerte,
estagnado,
permanecido,
petrificado,
estacionado,
suspenso...

O meu corpo mexe
e move e alma remexe
e comove...

Há forças maiores
que o pensamento...

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Coitado do vinho. Que ao ser bebido, passa a ser apenas álcool no sangue.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

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O que as pessoas se esquecem é que o sofrimento tem vários conceitos. Principalmente pessoais.

sábado, 29 de junho de 2013

Ando às voltas e voltas, de um lado para o outro sem parar porque o meu pensamento encravou. Esta é a minha inquietação sobre algo que me ultrapassa.

!

Mata-me o sonho e a saudade de não ser um pedaço teu.

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Só aqueles que não conhecem a vida é que choram.
Para quê escrever a beleza se a beleza já existe?
Roubaram-me a poesia, roubaram-me tudo.
Não encontro função para os meus sentidos.
Eu sei os meus erros, eu sei os meus enganos,
eu sei tudo. Mas é como se não soubesse nada.
Desenhei constelações mas perderam o brilho
porque outras brilham mais.
Os meus poemas murcham agora,
agora que outra fragrância invadiu o meu mundo.
As palavras já não encaixam quando escrevo,
sou estrangeiro sem terra de origem.
As minhas mãos apodrecem
quando tento escrever, a alma afogou-se.
Agora vivo como os mortos vivem a paz,
vivendo a vida em tanto me faz.

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Estou definitivamente a perder o controlo do meu blog, está a tornar-se efectivamente igual aos meus cadernos de vontades.

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Já estou a voltar a acender as velas. A única iluminação da infinita escuridão do meu quarto. Duas velas com mais pavio que o cabelo da Rapunzel, e só não acendo o rasto do pavio porque não sei o que será o caminho iluminado por elas. Pode acabar em explosão.

...

Mas que merda é essa de ter medo de ser amado!?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Trouxe a magia das palavras aos animais.

O gato lambia a cauda
em sua solidão harmoniosa.
A cadela olhava-me.
O peixe nadava às voltas no aquário
como se fosse sempre a primeira vez.
As plantas mantinham-se na mesma posição.
Os pássaros continuavam a picotar o chão.
Mas ali estava eu de pé.
Recitando-lhes a minha poesia.
É o que sei partilhar.
Ninguém bateu palmas,
nada haveria mudado.
Depois de ter recitado,
agradeci sem olhar
e o mostrei o meu sorriso
de despedida por ter
acabado o poema.
Lá estava eu,
em plena queda,
de cima para baixo,
da marca das doze horas
directamente para a das seis,
sem passar pelas outras horas
desperdiçando essas oportunidades
para que a vida fosse acontecer.

Lá estava eu,
outra vez, caindo de costas,
olhando as estrelas do céu sem olhar
deixando-me ir na queda, sem pensar.

A vida passa por mim
mas ambos não existimos.

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AGORA TUDO FAZ SENTIDO! Mas estou com sono e quero mesmo mesmo dormir, que se lixe o sentido das coisas, a única razão é a minha cama. Quando dormir tudo e estiver totalmente descansado, cansar-me-ei a retirar o sentido. Mas agora, dormir. Dormir é o que interessa.

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É de manhã, acordei com o despertador pois tenho de acordar. Mas mesmo assim estou com uma insónia.

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Já não consigo aturar mais as minhas palavras. Não tenho paciência nenhuma para isto.
Estou com sono e não sei o que me fez acordar.

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Desconcertei a fatalidade. Assim sou poeta. Mas para lá da alma há um corpo que tenho de lidar.

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No início, cada poema meu era uma tentativa de suicídio, um cartucho de bala usado numa pistola apontada à minha cabeça. São tesouras incapazes de cortar.

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A vida tem das suas ironias e eu tenho certezas falidas.

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Tudo o que eu quero é a vossa compreensão, um pedaço da vossa perfeição.

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Não se enganem. Toda a minha Poesia não existe. É apenas um momento de silêncio antes de me matar, o silêncio imperceptível que imortaliza o mistério do porquê da minha morte.

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Está tudo muito bem, muito calmo, nada se passa fora do normal, até que de repente, do nada, aparece a Vida e grita: "SURPRISE MOTHER*****!!!!".
É de arrancar o coração com o susto, não é?

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Leitores sem alma servem poetas sem mãos.
Coitado do homem, viajou trezentos quilómetros de autocarro para chegar a esta linda paisagem e suicidar-se. A merda disto tudo é que se esqueceu das balas em casa e agora não tem dinheiro para voltar a casa. Tem de mendigar. Será que as pessoas vão-lhe, muito caridosamente, dar-lhe dinheiro para ele fazer a viagem de ida e volta e matar-se?
Parabéns Sábio! E que a tua sapiência seja saudavelmente louca. Ou, senão conseguires te encaixar neste mundo loucamente normalizado, então grita, porra! Grita loucamente como se num grito te saíssem todas as palavras e sentimentos, e se não ouvirem a tua liberdade, a Natureza te acolherá. Um grande abraço e felicidades.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

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A coincidência torna muito mais interessante a nossa existência.

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Esse teu amor ganancioso só nos leva à fatalidade das consequências.

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Nada do que vocês leram aconteceu, foi apenas um momento de silêncio.

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Olhos de ouro, coração de prata e corpo de bronze.

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Tenho consciência mas a minha inconsciência não está consciente, o que me lixa nos momentos de pressão.
Há muitas pessoas que me têm em consideração... não sei porquê. Não sei o que devo ter dito ou feito para tal acontecer. Quando era mais novo, acreditava inconscientemente que quando diziam que gostavam de mim estariam a mentir. Mas entretanto percebi que não. Não tenho nada de especial em mim que provoque essas reacções. Acho que é por não ter muito amor a mim próprio (e isto responde ao facto de as pessoas gostarem de mim e ao não saber porquê). Talvez porque a minha vida seja a busca incessante e constante do meu equilíbrio e da minha harmonia. E não só.
Transformo-te sem tentar
com o verbo copulativo
amar.


terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Às vezes tenho vergonha de existir. Oxalá não fosse humano e não tivesse que lutar contra os meus sentimentos. Quem me dera poder destruir estes fantasmas da minha cabeça sabendo que eles existem e amaldiçoam as minhas decisões. Nem sabes a tortura que é. Se não ouvir música e dançar o seu ritmo estaria louco com tanto ruído. Provavelmente nem estaria aqui. Como tudo seria simples, senão tivessem ejaculado as frustrações de outrém em cima mim quando era novo. Merda! É tão difícil rejeitar o espelho que me rejeita!... apetece-me chorar, mas se choro vou lembrar-me da minha infância e sentir-me-ei uma aberração... tenho vergonha de existir, o medo que me assola zumbe constantemente o meu cérebro sacudindo de mim a vontade de ser feliz. Quando falo com alguém, a minha sombra goza-me berrando. Merda! Tenho vergonha de existir, não houve quem reparasse na minha existência quando eu era mais novo, e agora sou assombrado por isso. E sei, sei tão bem disso mas não sei lutar contra isso. Posso me abstrair, é verdade, mas vai-se acumulando em mim sem me aperceber e tenho medo de explodir. Tenho forças, mas não sei por onde caminhar... alguém sabe? A pressão que se ergue em mim obriga-me a falhar por impulso. Não quero ser mais assim... estou desesperado. Merda! Conheço os meus feitos, as minhas conquistas, mas não lhes sei sorrir nem tenho orgulho. Porque o meu pai nunca me sorriu às minhas conquistas, e pior, desprezou-as e amaldiçoou-as. Não fiz mal a ninguém, não cometi os erros com intenção. Sou contrário ao meu pai, sou boa pessoa, tenho muitos motivos para me orgulhar de quem sou mas não tenho orgulho. Meu pai, esse reles, consumido pela malvadez, destruiu muita gente, enganou outros e tem orgulho demais. Toda a tristeza só me serviu para escrever este texto. Não estou triste e sei o que quero e como lá chegar.

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Bem, aqui estou eu, a olhar para o nada, sem fazer nada.
Meu amor,
não sei que morte me espera,
mas que morra no teu colo
como uma criança adormecendo
na sua paz inocente,
transportando-se para um sonho.

No dia que eu morrer,
é para acordar deste sonho
sabendo como viver.

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Não escolhemos não sofrer, apenas escolhemos não pensar nisso.

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Palavras sem alma são como peças de roupa sem vida por não terem ser humano.
Gostava de ser pequeno
o suficiente para passear
nos teus lábios e, nos cantos
do teu sorriso, adormecer
e sonhar infinitamente.


Gostava de pôr dois dedos no mar
fazendo ressuscitar montanhas,
desabrochar, assim, flores,
tornando-as receptivas.

Anseio beijar a planície,
criar dilúvios, e provocar
respirações ofegantes ao vento,
eriçando as folhas das árvores.

Descobrir a origem do oceano
na escuridão das suas profundezas,
sentir os seus terramotos
na ravina submersa.


domingo, 23 de junho de 2013

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O preconceito é a ideia que nós temos antes de possuirmos o conceito, ou seja, está entre a burrice total e a realidade.

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Se escrevo poemas com tristeza é porque estou recheado de esperança, caso contrário nem sequer os escreveria, não é?
Há pessoas que não podem ser representadas por artistas quando essas pessoas nem sequer se conhecem a elas próprias. Cujas emoções desfocam as justificações para tais críticas e as nossas partilhas de arte não atingem os corações delas pois vêem em nós, não uma partilha mas um saco espelhado para descarregar.
Ninguém sorriu por mim,
ninguém chorou por mim,
por isso choro por quem
o devia ter feito por mim.

A minha vida
é uma poesia
de versos trocados,
rimas indesejadas
com inversão de significados.
A minha raiva é inocente,
porque é de uma criança triste.

Os meus erros são inocentes,
porque temo tomar decisões.

As fugas na minha vida são inocentes
porque fujo daquele que nunca esteve presente.

O meu sorriso humilde é triste,
porque não chorei abraçado.

Tenho medo de conquistar,
não sei o que está para lá da conquista,
tenho medo...

Sou uma criança ainda,
cujo pai foi seu inimigo.

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Sou o maior ignorante do mundo, pois não sei sorrir às minhas conquistas.
Who will cry for the little boy, lost and all alone?
Who will cry for the little boy, abandoned without his own?
Who will cry for the little boy? He cried himself to sleep.
Who will cry for the little boy? He never had for keeps.
Who will cry for the little boy? He walked the burning sand.
Who will cry for the little boy? The boy inside the man.
Who will cry for the little boy? Who knows well hurt and pain.
Who will cry for the little boy? He died and died again.
Who will cry for the little boy? A good boy he tried to be.
Who will cry for the little boy, who cries inside of me?

Antwone Fisher

quinta-feira, 20 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Estes olhos brilhantes...

Sonhadores
entre inocência
e ingenuidade.
Olhos sorridentes,
cheios de vontade.

Esta criança é...

a beleza do brilho,
sua essência.
Astro iluminante.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para sempre asas,
sei que não posso,
não é suposto voar,
mas, menina do meu coração,
levas-me acima das nuvens
sem sair do chão.

Sorrirmos um ao outro
é viajar no nosso interior,
é fazer do corpo 
uma nave espacial,
minha lua, teu sol,
nosso amor especial.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Possuindo Impossível

Há uma catástrofe na minha realidade,
a catástrofe é a única coisa real na minha vida.

As estrelas apagaram-se,
as nuvens transbordam raiva
querendo descarregar mas sem poder.
O chão treme intensamente
mudando a sua orientação constantemente.
Sinto-me perdido,
as lágrimas transformam-me
na criancinha que tinha sido
num passado quase esquecido.
Quanto mais fujo correndo
mais vou ficando criança,
temendo o mundo,
mas, ao mesmo tempo,
parece que estou a morrer,
a dor tira-me o poder de ver
a minha maneira feliz de viver.

A gravidade tornou-me pesado,
estou colado ao chão, esmagado,
com os meus pulmões em pressão
sem conseguirem manter a respiração,
quero chorar, quero gritar, mas não consigo,
estou quase a desistir de lutar
sem saber quem o meu inimigo,
tão cansado, tão exausto,
a minha alma aborta
o meu corpo de consciência morta.
Tão perto do final, mais uma vez,
mas desta vez, o meu olhar brilha
sem esperança, com força,
luto contra mim mesmo,
tentando conquistar o controlo,
tendo certeza que sou eu
o autor da minha realidade,
benefício da minha liberdade,
esforço-me mais um bocado,
sem de contrariar a gravidade
sobre mim exercida,
mas sim controlar essa capacidade
de saber viver a minha vida
pelos meios da felicidade.

Rascunho Sobre Amizade

Amigo,
espero-te aqui,
no lugar da nossa infância.

Esperando a tua lembrança
sobre as nossas recordações,
só me lembro de metade,
a outra metade pertence-te.

Metade da minha vida passada
é tua, confio plenamente em ti,
tu conheces a minha alma nua
por isso não a deixes abandonada.

Vejo-te desvanecer
em fumos inúteis e fúteis,
dançando sobre ilusões
perigosas, feliz Presente.

Guardas promessas
e aguardas que se concretizem,
influenciado com conversas
que experienciem.

Não posso fazer nada,
já conversei contigo,
agora só me resta esperar
magoado para depois me levantar
na tua queda e ser teu amigo.
Tão sincero na escrita
que nem me apetece escrever
exposições de sentimentos.

Há sempre receio,
receio de me expor,
medo de recuperar,
de me abrir e sentir dor.
Em relação à criatividade, dentro do meu crânio está o Universo e no meio um meu olho com 360º de visão.

domingo, 9 de junho de 2013

Nossa Cidade

Nunca deste pela minha presença
por eu estar nos bastidores dos bastidores.

Há tanta gente neste planeta,
tantos gordos, tantos gordos,
não há espaço para todos,
não são humanos, são aberrações,
alimentam-se de bocas
sem fundamentações...

Este mundo é só ruído,
parece que cada um de nós
tem duas bocas, meio ouvido,
e vive sem voz.

Tanta gente morta a ir trabalhar
com os seus sentidos enchidos
de publicidade para comprar
a felicidade temporária.

Gente operária cuja a vida não opera
mas espera espera, às vezes desespera
acabar com esta vida mera,
infértil, só ingira infelicidade que gera.

Onde estão os sonhos da inocência?
Somos mais velhos, somos culpados
por termos consciência e não lutarmos
pelo que nos deixa bem irradiados.

O corpo continuará cansado ao acordar
enquanto a nossa alma não despertar!

..

Próximo capítulo: vida incrementada.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Apresento-me ao serviço da solidão
para descrever um momento de reflexão.

És o maior?
Onde está o diploma
a dizer isso?
Só te pode confirmar
alguém que seja maior que tu.

Notas escolares
geram notas capitais,
é a promessa dos nossos pais.
Promessas são feitas
a quem duvida.
É rotativo o que possuímos
é transformável quem somos.
Olá! O meu nome é...
não não não!

Devo perguntar-te como estás,
para não parecer egoísta.

Olá! Tudo bem?

Pronto, já soa melhor,
até me torna mais sociável.

Fim.

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Antes de perguntarmos "Porquê" temos de ter consciência do "Quê"

quarta-feira, 5 de junho de 2013

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A vida é um mar de rosas, porque as rosas também têm os seus espinhos.
Vamos ter momentos românticos
sem histórias de namorados,
sem vestes intocáveis
possuindo as nossas almas,
não os nossos corpos.

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Na Natureza é a lei do mais forte. Mas nós, Humanos, chegámos onde chegámos por causa do que tínhamos dentro do crânio.
Novo amanhecer,
reformada alma
proposta a renascer.

Ainda há sono
nesta manhã
de um dia
em sonho.


terça-feira, 4 de junho de 2013

Ó[p/c/d]io Deambulante

Salva-me além,
trespassa-me salvação,
ando por cima de linhas rectas
desequilibradamente contemporâneas
carregando sentimentos impermeáveis,
não me largo, olho para baixo
e adivinho as consequências da queda,
cedendo a divisão entre a dimensão espiritual
e a razão corporal.

Chaves-mestras
num pequeno ruído
prestes a tornar-se um estouro,
correndo entre olhares sem fechaduras
em portas desenhadas nas paredes
de um traço sem intenção
de existir ao laço incapaz
de entrelaçar por estar tão amachucado
e hirto de tanto ser tocado.

De quem é este quadro?
São precisas quantas drogas
para atingir este estado?
Não confundir nuvens com nevoeiro
tóxico e poluído,
são ilusões a ganhar vida
nos meus passos largos
passando pelos móveis
cuja madeira se torce
e contorce com o toque
nojento da transpiração.

                                                                                                                                                         
Os observadores observam as pessoas, e quem observa os observadores? O tempo.

Fumando Uma Paixão

Devia ter sido cão
e corrido atrás de ti
em vez de ter ficado a olhar,
mas sim, tu acendeste-me o cigarro
e disseste para eu esperar.

Fiquei a fumá-lo
sem sair do mesmo sítio,
mordendo o filtro
com o sorriso,
excitado, berrando
os encantos da felicidade,
e enquanto o fumava
tu passavas por mim
como se fosse nada.

E eu estranhava,
mas acreditei nas tuas palavras,
esperando fielmente de pé firme.

Mais de metade do cigarro tinha ardido
e tu ainda não tinhas aparecido,
comecei a ficar desconfortável
duvidando sem o querer fazer,
o medo de me magoar
por essa paixão deixar-me vulnerável
sem conseguir prever
o quanto me haveria de doer.

O cigarro já estava nas letras
e o desespero tomou conta de mim
procurando, no chão, as cinzas a fim
de juntá-las para ter o cigarro de novo.
Mas, como é óbvio, não consegui,
então continuei a fumar,
desesperadamente a acreditar em ti,
sem que o meu olhar soubesse alcançar
uma mínima parte do mundo exterior.

O caramelo do cigarro já ardia
e os meus lábios queimavam-se,
mas a chama ainda não se tinha apagado,
por isso continuei a fumar
porque dei o meu coração
e agora sabia que ia sair magoado,
fumava apenas para evitar
a dor da paixão que se torna maldição.

Até que o caramelo se apagou
e o fim de algo deu início
a uma história que ainda mal começou.

Jurei-te amar,
sorrir com o teu sorriso
nas nossas vastas conversas picantes..

A qualquer ponto
sabia o que viria
acontecer entre nós,
estava certo disso
e mais feliz que isso,
pela primeira vez
eu queria ser sacrifício,
nesta paixão incessante
em te deixar feliz
sendo eu teu vício.

Miúda,
o coração era o meu músculo mais forte,
fazias pulsá-lo tantas vezes eternas,
com força infinita, a mesma força
que o meu desejo por ti incita.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Acreditei ser, a minha luta interior,
uma guerra de mim para mim,
contra o outro eu com medo sem fim
e zangado com o mundo exterior.

Meu ódio contra o ódio meu
envergonhado de ser eu,
entre o futuro e o passado
o destino marcava-me falhado.

Perante tal crença sub-consciente,
vi-me de cabeça cabis-baixa
num corpo onde a alma não encaixa,
sendo eu queda omnipresente.

Mas apercebi-me 
não ser guerra minha,
mas o que se passou
antes da minha liberdade
tomar decisões sozinha.

domingo, 2 de junho de 2013

Paixão Pela Paixão

Apaixonei-me pela paixão,
felicidade infantil de sentir-me igual,
de me sentir mais humano
entre o desejo carnal e sentimental.

Quero apaixonar-me
e pensar nela toda a hora,
sentir o relógio frustrar-me
pela sua demora.

Sorrir ao vê-la,
não ter maior prazer
do que satisfazê-la
pelo meu ser.

Quero sentir a vontade
de desenhar o corpo dela
com os meus poemas,
declarar toda a verdade
do meu amor por ela
sem grandes esquemas.

Quero amar-te intensamente,
irradiar mais felicidade
que o sol em luminosidade
com sorriso pepsodente.

Tua matéria ser minha poesia,
tua personalidade ser-me previsível,
romântico, histericamente intenso:

Hei-de eu ser
total ignorante aos olhos do mundo
porque os teus lábios são meu único saber
e meu conhecimento profundo.


Simples Desejos

Não sei o porquê desta atracção por ti,
esse olhar desejoso de me provar
flameja em mim vontade de te tocar.

Não te digo te amo, não é por aí,
talvez não tenha desígnio,
simplesmente quando mordes o lábio
o meu sangue ferve de fascínio.

Os meus olhos dilatam 
para absorver melhor a tua beleza,
os cantos da minha boca
derretem-se pelos teus encantos
ansiando sentir a tua natureza.

Sei que também tens sentido
e não arriscas pelo que outros vão dizer,
mas esta história somos só nós os dois
que a vamos viver.

Simplifica a equação,
amplifica a satisfação
intensifica a acção
e fica comigo
que sou eu a razão.

sábado, 1 de junho de 2013

Estou farto de escrever,
e também estou bêbado,
o meu objectivo é escrever sobre a felicidade,
mas não o sei fazer.

Felicidade é ouvir música
e sorrir de olhos brilhantes
é dar uma gargalhada com vontade,
mas isto não tem a mesma profundidade
que os meus desabafos,
se estou feliz apetece-me fazer tudo
menos dar na escrita.

Que chatice...

Agora que sei o que é paixão,
aprendi a destingui-la da solidão.
Aprendemos a pronunciar
palavras através da audição.

Em que momento começámos a falar
ao mesmo tempo em total confusão?

Porque deixámos de ouvir?

Talvez porque é a pensar
que passamos a existir
e falamos para o demonstrar
sem sequer reflectir.

É barulho por nada
em concordância
com a ignorância
do resto da manada.

Governados
pela inteligência,
liberdade em abstenção
são direccionados
à desgraça individual
e da sua Nação.

Além da Caneta

Paz e harmonia,
encontro-vos na Poesia,
em cada poema
que dou por acabado,
fica combinado.

Poesia, minha salvação,
sou transporte de sentimentos
para o papel, criança refugiada
de terras ditatoriais
em contos de fada felizes e irreais,
verdadeiras opções e impulsos
chegam à folha no momento,
mutilada por qualquer porquê
que não meu, não consigo
escrever sem ser eu,
ou eu inverso
nas vezes que peço
algo que eu não sei
no meu verso.

És de mim para mim,
para que eu seja livre
do meu próprio medo
e não encontre o fim.

São as folhas dos meus poemas
ligaduras no meu interior,
vazios meus ganham outro valor,
são funcionais e tu nem sabes disso,
leitor.
Andas nisto há mais tempo que eu,
sou pequeno e mas consigo ver o chão,
não confundas escala com escola da vida,
nasci ontem mas passei a noite acordado
e aprendi a acreditar em mim na escuridão,
não sei muito mas sei como chegar,
que impedimentos me impedem de alcançar.
Sempre que olho para o céu é para sonhá-lo 
e nunca conquistá-lo como um troféu.
Estou certo que estou certo
mas acredito que esteja errado,
assim consigo saber para que lado
o chão fica mais perto
e me eleva universalmente,
não quero ser maior nem melhor
comparativamente, quero me expandir, 
no amor e na dor descrever
o que estou a sentir.

Manadas - Crianças Culpadas

A caminho do pôr-do-sol
para chegar lá no final da história
numa tela de uma criança cujo desenho 
possui mais imaginação do que tinta.

Não sabe o que é dinheiro,
enquanto o desconhece sabe sonhar,
sem grandes detalhes para imaginar,
não é para ser feliz mas é verdadeiro.

Em tom de brincadeira imagina
guerras sem sangue, romances simples,
fadas mágicas, egocêntrico heróico
que a todos traz felicidade.

Coitado do adolescente,
nunca conseguiu seguir em frente,
sem encarar bem a realidade
ainda é a criancinha a imaginar
ser protagonista dos outros
fazendo de tudo para o ser,
sendo substituído, sem se aperceber, 
tornando terceiros personagens principais
da história por ele vivido.

Talvez não foi amado, 
talvez foi amado demais,
seja o que for que tenha sido
o coitado ficou encravado no passado
procurando nas massas o encaixe,
desejando ser idolatrado sem usar o seu raciocínio.
Procura comprar o amor com a aparência
sem opinião própria mas por escrutínio
da moda e grupos sem valor
caídos na tendência que tende
o amor de outros mas não lhe atende.
Nem entende o porquê,
relações falsas têm aqui a sua raiz,
porque a paixão pelas calças
encaixa-se na perfeição do que o preço diz,
vão pelo preço com apreço,
acreditando em palavras comerciais
para bater o coro entre a carência
e a mente cujo o sexo é o seu foro. 
Relações assassinadas à nascença
por conhecimentos aparentes,
a aparência é a primeira impressão
e o primeiro caminho para a desavença
de sentimentos divergentes
tendo a sua razão em duas pessoas diferentes
aparentemente iguais e tudo o mais.

Brincam às posses na ingenuidade,
não passam de criancinhas, coitadas, 
com esta idade e ainda tão distantes da realidade,
inventando tantos contos de fadas,
acreditando que possuindo vão ser heróis idolatrados,
mas só crianças como estas se sentirão invejadas.

Posses são como o dinheiro,
coisas inanimadas são esquecidas primeiro,
convencidos mas vencidos sem discussão
pelos que são amados por quem são.
Os cães também conhecem a expressão animada.

Manhãs de Sol

Numa noite amanhecida vi o sol chegar,
em arrepios de frio
a esperança gélida e adormecida
tentava-se libertar.

Presa em grades de medo,
brincava com a areia do chão
nas noites sós em segredo
até a manhã pôr fim à ilusão.

Com um sopro o pó levantava-se
e ganhava a forma dos sonhos,
deixava de ver as quatro paredes
e de sentir frustrações e transtornos.

Mas a manhã acorda e as pessoas também,
rapidamente tudo desaparecia,
o pó voltava a ser pó sem poesia
que não devia nada a ninguém.

Perguntava-me se ele morria de dia,
se me via, porque não me falava,
ou simplesmente me ignorava,
enganava-me de qualquer modo,
por ironia.

Criança não conhecia outro mundo
ou o mundo à nossa volta,
vivendo no submundo
onde os raios-de-sol arrefecem a revolta.

Nos escombros da mente,
nas ruínas dos neurónios,
mantinha-se de joelhos
esperança incandescente.

O Amor tem vários heterónimos
nas histórias individuais,
há também os crimes anónimos
praticados pelos que estão a mais.

Em que categoria se enfia a esperança?
Ou é amor à vida a nossa fiança?

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Harmonia

Harmonia
Julgas-me por ter errado
sem saberes se foi mal-intencionado.
A hipocrisia realmente existe,
quando gente como tu insiste
em alimentar-se do erro de outrem
sentindo-se acima de alguém.
Fracos de espírito,
não têm conquistas,
escolhem perder tempo
em jogo de boatos satírico
entre demónios artistas
esmiuçando o momento
para gabarem-se invertidamente
acusando quem segue em frente,
gente dessa gente só se dá com essa gente,
à escolha da próxima vítima
mas essas consciências desconhecem
que as suas vítimas deles são eles
enquanto se aquecem uns aos outros
de garras com coração do do lado
para destruir casa haja confusão
e no final dizer que já sabiam
que o outro era um aldrabão.
Espero que compreendas,
não tem a ver com a tua definição de natural
que limita constantemente o percurso considerado normal.

Não existe subir socialmente, mas sim expandir
transversal e universalmente através do ser,
talvez tornando-se imortal depois de morrer,
pois é o amor que o fortalece em cada situação.
Porque acreditamos mesmo sendo ilusão,
porque já sabemos de ante-mão
que o mal consome-se a si próprio
enquanto se ri e a nossa alma se recusa
aceitar a realidade definida por quem se engana,
gente mentirosa movimentada pela certeza
de já estarem por cima de nós logo à nascença,
mas a base abala o mundo deles quando abana,
é só semear por baixo deste cimento
que as plantas insurgirão com o tempo.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Love Like Be

I love you baby!!
Oh I love you baby!!
Yeaaaaaaaa.....

Better than
drink a coffee and
smoke a cigarrette
at every morning,
is watching you
drinking my coffee
with a cigarrette
and my shirt set too!

Because, baby,
I love you
more than i can say!!

You see,
i'm singing other language
'cause i'm frustrated
and more happy than i could be!
OooOOooh!
I'm happier than me!!

OooOOooh!
Singing this pseudo-song
like years sixty!!
And is on my bath!
With my shower!
With all my faith
singing badly
for like an hour!
Oooooooh!
So badly!

'Cause baby,
let me show to this tiles
how happy i am
doing a falsetto,
they wanna run miles
away from my echo!!

AND!!

Baby, i don't wanna know
'cause you are the one
who's matter to my world!!
And believe me, girl!!
You are the world!!
OooOOooh!
The world!!
Yes, you are!

I though i couldn't be more stupid
than already am!!
BUT!!
OooOOooh!
Yes, i did!!
Yes, i can!!
OooOOooh!
How life can be so amazing!!

Like i barely manage
to write another language
and sing it worse!
Just to show
how much i love you
like i'm cursed!!
OooOOooh!
Well-cursed!!
OooOOooh!
I love you baby!!

Now that i don't have voice
bring me a tea at your choice!
Thanks!! Or...
me and you, we can do the do!!
And i know you want it too!!

So... this is the end of words.
A Ciência descreve a partícula
e o poeta escreve o seu campo gravitacional.
Envelhecer é,
sobretudo, saudade,
saudade de viver.

Velhice é
limitar a liberdade,
é ser auxiliado
a morrer.

A qualquer idade,
ser velho é, sobretudo,
uma questão de mentalidade.


Quando quero escrever sobre felicidade simplesmente, não me apetece escrever.
Como me possuíste, paixão,
e eu, cego pela tua beleza,
fascinado pela tua filosofia,
tornei-me pela tua bênção
anjo humano.

Contigo não reconheci tristeza
e as profundezas levavam-me ao céu.

Senti-me fisicamente real.
Tinha tudo decorado,
pois eras tu o tudo
na minha certeza 
do nosso destino igual.

Quero-me apaixonar novamente,
estar certo das palavras que escrevo
e escrevê-las repetidamente
sem nunca me sentir preso.

Deixai o amor aos pais e às mães,
aos irmãos e a todas as relações
cujo o amor se torna banal
por ser original e natural.

Paixão é história par,
é sorrir e ressuscitar
a razão de viver
partilhando de puro prazer.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Paixão em Chamas

Finalmente
tornei-me humano,
senti paixão.

Arde a minha carne por ela,
faz-se sempre tarde
não estar na presença dela.
Maldita matemática do tempo
e a sua dimensão espiritual,
não vejo o momento de satisfação carnal
em fusão com o ser sentimental.

Olho para o relógio
e só passaram dez segundos,
quero estar a sós contigo,
aglomerar os nossos mundos.

É disto que preciso,
tornar físico o sentimento
amor, amar com paixão,
com a malandrice dum sorriso
igualada à intenção.

Que se lixe o mundo
e o tudo o que está lá dentro,
tu é que és o meu centro
que foco com olhar profundo.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Homem Furagido

Desconhecido,
não tinha aparência mas era descrito.

Em terra forasteira 
a maior lenda entre gente estrangeira.

Ultrapassou as grades invisíveis,
as barras de ferro, as correntes,
e caminhou no campo aberto
da liberdade preconceituosa
que incrimina, descrimina,
naquele descampado
onde começa a ignorância 
e a liberdade termina
quando um desgraçado
é crucificado.

Homem lutador
transporta a tocha flamejante,
trespassado com flechas de rancor
enquanto vai avante.

A dor aumenta
com a quantidade de passos em soma,
o homem tudo aguenta
quando a sua força desconhece o estado de coma.

É uma história lendária,
provou sermos nós livres,
a nossa prisão é imaginária
quando somos firmes.

sábado, 25 de maio de 2013

Homem sente.
Gato mostra sentimento.
Homem imagina.
Gato observa.
Homem sonha.
Gato dorme.
Homem tem esperança.
Gato espera.
Homem conhece poesia.
Gato conhece gastronomia.
Homem estica o braço.
Gato estica o pescoço.
Homem de duas patas no chão,
mais próximo do céu,
o Gato de quatro patas,
mais próximo da terra,
ambos harmoniosos.

Dias Triunfantes

Não sabia o que fazer
quando me deram vida,
qual seria o propósito de viver
ou viver era o propósito de partida.

Partir para uma situação melhor
sobrevivendo a improvisar
com as regras,
ou viver com o futuro decor
cheio de imprevistos para me desviar
e não acabar rodeado de negas.

Sem livro de instruções
nem sinal de aviso antes de nascer,
surgi no mundo com mais razões
das que eu sei escrever.

Não vos posso ditar
mas sempre vou registando,
só sei que começa em amar
e o resto vai germinando.