A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

terça-feira, 18 de setembro de 2012

D.Quixote e Sancho Pança

Estou na minha casa, sentado no sofá, a ver um filme. Na cadeira está o meu melhor amigo a dormir, adormeceu. Estava a olhar para ele e apercebi-me da nossa amizade. Eu e ele conhecemo-nos há doze anos atrás, quando entrámos para a escola no primeiro ciclo. Desde então não nos separámos mais.
Existe uma tendência de misturar fidelidade com cumplicidade na nossa sociedade. Aliás, confunde-se fidelidade na amizade com algo que nem sei se tem nome, algo que esse melhor amigo se torna, uma sombra talvez. No ponto de vista desse preconceito vulgar a nossa amizade torna-se estranha ou mesmo indigna de ser a melhor amizade. Porque discutimos. E não somos iguais como deveria ser, somos totalmente diferentes. Ele é muito mais prático, aventureiro, destemido. Eu sou mais teórico, menos social e mais queixoso. Ele faz, eu reflicto. No entanto, nós os dois somos a bengala um do outro porque a cumplicidade não é criada nem limitada a risos e sintonias nas conversas. A cumplicidade vai mais longe, consegue prever as reacções e acções do outro, os seus sentimentos e claro, pensamentos. Passámos muito tempo sem nos vermos, sem nos falarmos, afastados ao mero acaso de nenhum puxar pela amizade e não morremos, não sentimos a necessidade de  estar com o outro, porque essa é a real amizade, sabermos que o tempo e o espaço não corroem o fio, não é a física das coisas nem é o ouvir, o falar, o tocar que em ausência possa corromper este laço. Não escrevemos as nossas histórias juntos, se é isso que o geral redutor preconceitua, mas sim o que está para além disso.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Necessito de mostrar
alguém que não sou,
algo que outro sonhou,
desconfortado em estar,
desconfiado em amar,
olhos amaldiçoados
que vêem para lá do presente,
para lá do mal,
longe como um olhar distante
sem nunca descobrir um igual
ou menos inferior à dor,
para a igualar é só com amor.