A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sábado, 30 de abril de 2011

Aos ignorantes que não querem saber da política, vão à merda.
Aos que votam pelo que tem mais lábia, vão à merda.
Aos que roubam sem necessidade, vão à merda.
Aos que não querem saber da História da nossa Pátria, vão à merda.
Aos que nos chulam, vão à merda.
Aos que nos descriminam, vão à merda.
Aos que nos querem exterminar, vão à merda.
Aos que dizem não ter tempo, vão à merda.
Aos que não arriscam, vão à merda.
Aos categorizados, vão à merda.
Aos da massa, vão à merda.
Aos que não descrevi aqui, vão à merda.
Vão todos à merda
e depois de estarem todos na merda
digam-me se não se preocupam por quem nos anda a escrever os nossos destinos.

P.S.: Àqueles que continuarem desinteressados façam um favor à nossa História: suicidem-se. Agradecemos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os Verdadeiros Artistas

São insatisfeitos e felizes,
sonhadores feitos de conquistas
entregam-se à luta árdua
e nunca se deixam incapazes.
Eles são obras da Natureza,
dispertam a luz das mais cegas vistas
pois artistas brilham quando fazem arte,
santos superiores e inconsientes da sua beleza
e pela arte que amam,
quando não florescem
sentem dores de cabeça,
frustração pela mente presa
mas não desistem,
esses artistas que fazem do que são,
almas humanizadas, concerteza...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Virgem Da Morte

Não tinha percepção da vida
e para me tornarem homem deixaram-me numa situação fodida.

De ti só me vou lembrar da tua pessoa
e da tua morte que me deixou à toa
porque ontem estavas de boa saúde
e hoje deixaste-me a gritar por alguém que me acude.
É chocante quando vemos alguém partir de repente,
estar à frente daquele corpo que abraçava,
antes, dizia presente, agora... amava,
vejo rastos da sua alma na sua cara sorridente,
um aperto tão grande por me sentir imputente.

Raiva e ódio dessa morte egoísta,
que não nos deixa despedir,
que leva as almas sem nos avisar,
que assim do nada risca o nosso nome da lista.
Nada mais posso fazer por ti a não ser chorar,
continuar em frente e um dia, talvez, vá ter contigo.
Não consigo dizer que estás a olhar por mim,
não quero a tua morte no meu umbigo.

Se me estiveres a ouvir,
só te quero desejar uma boa morte,
como tua tão boa alma não há-de mais vir,
espero ter eu a mesma sorte.

Os Nosso Vizinhos, As Nossas Guerras Frias

Entro no autocarro, pessoas sérias,
parecendo estarem descontentes
parecendo estarem cansadas,
fingindo serem indiferentes
como se não passasse nada.

A menina sentada sorri para o telemóvel,
querendo fugir ao tempo real:
um autocarro do funeral.

O homem da gravata está direito,
até demasiado, cara de homem,
rapazito é com medo de ser tocado.

O silêncio é de morte,
pessoas olham pela janela fora,
à espera de ir embora.

O autocarro leva todos os dias
as mesmas pessoas e pelas mesmas vias,
eles partilham tempo e espaço
e não se conhecem,
vêm e fingem que se esquecem
dos seus vizinhos...

Ó grande guerra fria,
são estes meus vizinhos estéris?
Porque se perdeu ao que fora um dia
e que agora morreu?
Onde estão as cores
que fazem renascer as nossas flores?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Apetece-me escrever, não sei o que escrever mas como estou com vontade de o fazer vou simplesmente escrever.
Não tenho tema.
Já tenho tema, o meu tema agora é não ter tema. O facto de não ter é que provavelmente este texto não vai ter um grande sentido se não satisfazer o meu desejo de escrever.
Estava a contar quantas vezes já escrevi a palavra "escrever" e com esta vou em sete. Normalmente costumam dizer para não repetirmos a mesma palavra desta maneira mas o facto é que estou a escrever para satisfazer este desejo louco ou maluco ou até mesmo esquizofrénico. Esquizofrénico sim, porque me faz lembrar a palavra "frenético", o que vem mesmo a condizer com este texto em que escrevo freneticamente a palavra "escrever", é claro que não estou a fazer nenhuma obra. Na verdade estou a sentir que este texto está muito simples e algo parecido com vazio mas não estou minimamente preocupado, se for preciso ponho umas florezinhas e pinto o texto só para parecer "cool" ou "fixe" ou outra palavra estrageirista com um significado parecido com um tacho a cheirar a comida mas está vazio.
Sempre que ponho um ponto final e um parágrafo quer dizer que acabei um pensamento e fico à espera do próximo, sem pressas.
Neste momento estou à espera de um outro pensamento, enquanto não surge vou escrevendo esta ideia, às vezes escrever coisas sem sentido originam algo, como não está a acontecer agora.
Bem, já estou satisfeito, só escrevi estupidez.
Um abraço e até à próxima.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Simplesmente Nada

Adeus,
não moro na Amadora,
não fumo,
não tenho 17 anos,
não sou pobre,
tenho água,
tenho eletricidade,
vou onde quero,
faço o quero,
visto o que quero,
não dou valor à amizade,
a minha família não tem problemas,
não tenho esperança,
sou fútil,
sou um inútil,
sou insensível,
tenho um emprego bem seguro e bem pago,
não tenho sonhos porque já os concretizei,
não tenho sequer um problema na vida,
não sou poeta,
enfim,
não me chamo Francisco
e não me orgulho disto
nem luto para melhor.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sonhadores No Meio Da Guerra

O livro que tenho escrito,
nasceu de um líder de uma ditadura,
nasceu de uma escrava sonhadora,
nasceu, e já havia na terra o orgulho másculo,
nasceu, e já havia na terra o ódio feminino,
nasceu no meio da guerra cujo o sangue foi oprimido.
Criado pela violência física do homem,
criado pela violência psicológica da mulher,
criado pelas festinhas da inveja e do ciúme,
criado pelas falsas bocas,
no entanto, foi criado sozinho,
escravo do sonho e da ilusão,
pois uma criança que não pode crer no real,
vira as costas e cai na desilusão,
porque concerteza lhe faz menos mal.

Fazendo Viver

O próprio pessimismo,
quando abraçado pelo amor,
brilham os seus olhos de lembrança
da felicidade que vive e viveu desde criança.

Momentos esses que não têm tempo,
pois tempos ninguém se lembra,
por ser profundo o momento
mais no coração do que na memória.

História essa não é escrita,
mas dita por uma boca convicta,
pois certeza tenho que a vivi
ou me não chamaria vida.

É certo sim,
pois dizem ter certeza da morte,
e o que é a morte sem a vida?
Então vivo, é certo,
como humano que sou,
como tudo o que vivi passou,
como sinto o que quero
e só por isso,
dou vida e realismo a tudo o que venero.

Sou feito dessas crenças
pois nelas me fio ao tomar opções,
desde que acredite e saiba responder
quando trazem dúvidas e questões.

Esta minha juventude de descobertas
as perguntas são demais
e as respostas não são certas.

Todas as minhas certezas
foram por mim achadas
e as certezas dos outros
somente me são relacionadas.

Só serei adulto
quando estiver construído o meu culto,
e por não o ser,
vou pensando a experimentar
para o meu ser eu achar.

No entanto,
quando tiver filhos e mulher,
juventude, parte do meu ser,
em mim vai continuar,
pois pelo significado que lhe dei,
jamais a deixarei de amar.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ignorantes Tolerantes

Ver alguém a chorar e dizer que há alguém bem pior,
que não vale a pena chorar ou sofrer,
para se conformar com o que pode estar melhor,
olhem só a Cinderela, a madrasta dela também dizia o mesmo,
até que apareceu uma fada mostrando que essa frase era nada,
que piada, as crianças que a viram, agora adultas/máquinas levam esta chapada,
por deixarem de lutar porque nunca se puseram a pensar
sobre o que está mau e pode-se melhorar,
pois só a morte não se pode mudar,
eu até duvido que não dê,
não há conhecimento que diga ser impossível,
no máximo dos máximos pode-se dizer que é plausível
e eu não aplaudo à tolerância ignorante,
porque teorias dessas não fazem a prática,
muito antes pelo contrário,
números são da matemática
mas foram vidas humanas que os escreveram.
E de estatística não nos puseram a todos,
ou era duvidosa ou se esqueceram.
E os fatos que se fazem da nossa voz
não nos entendem porque nunca viveram a vida de todos nós
mas no entanto escrevem a nossa Constituição
e acabamos por ficar para último,
sendo nós a solução remediada,
injustiça, silêncio e escravidão.
Maior parte dos povos que lessem este poema
diriam que eu acertei na descrição deste tema,
mas o facto é que não fazem a revira-volta,
é esta a hipocrisia que me revolta,
estão sempre à volta na mesma rotunda,
dizem que é por medo
mas eu prefiro erguer a minha razão
do que estar sempre a olhar para o chão e ser corcunda.

Anedota Incompreensível

Tenho andado a nadar em sonhos e ilusões,
afogado por pedras agarradas às desilusões
que me afundam para debaixo de água,
onde o silêncio das memórias à nossa volta
como quem se aproxima da morte
cujos os pulmões asfixiam cheios de mágoa,
num mundo completamente aparte, submerso,
onde são poucos os que saem dispersos,
vivos como eu para escreverem novos versos,
versos ou uma cana de ar, como lhe quiserem chamar,
sei que dos poucos que chegaram à superfície
muito poucos não se atiraram do precipício
e desses poucos só um é que compreende o que estou a dizer,
sou eu, é tão insano e macabro que até parece fictício.
Pois então, há que se entreter no meio da solidão,
e eu e a minha consciência sentamo-nos e começamos a conversar
para tentar arranjar uma solução
mas não passa de um desvio da escuridão
visto que chegámos a nenhuma conclusão.
Ando tão perdido que descrevi o que não era o meu objectivo,
estou baralhado, penso demasiado mas é só metade do que sinto,
o que é que eu posso dizer?
Sentir é viver.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Para Ti, Minha Mãe

Eu acredito, por acreditar escrevo
e tenho esperança que alguém pegue no meu papel da mesma maneira que o peguei: com alma.

Deixa-me acreditar, pois certezas não as consigo sustentar,
deixa-me sonhar para fugir às realidades de luzes fundidas,
deixa-me parar, não quero me desorientar,
abre uma porta e mostra-me o que está do outro lado dela,
necessito de algo novo, algo que eu possa estranhar e descobrir,
não me deixes desistir, se eu chorar dá-me uma paisagem para sorrir,
não me proíbas nem obrigues, deixa-me aprender a andar,
cair faz parte da aprendizagem, não quero passar a vida a gatinhar.
Deixa-me cair na solidão para me lembrar que tenho amigos,
dá-me uma oportunidade, se eu falhar, dá-me mais chaves,
porque se calhar esta chave não pertence nesta fechadura.
Dá-me esperança, sem ela não posso lutar.
Dá-me zanga, para me lembrar que há alguém que continuo a amar.
Se eu morrer, não deixes a minha alma sofrer,
que morra somente o meu corpo, se me vires morto com um sorriso
é porque a minha vida foi um álbum de fotos que quando eu abria sorria.
No final saberei que o que tu me deste foi quase nada,
que toda a minha vida, minhas conquistas e meus falhanços,
foram pedras que eu próprio pus na minha caminhada.

sábado, 9 de abril de 2011

Dedicação Ao Meu Irmão João

Este é o João,
o lutador que faz de mim um guerreiro,
a pessoa que sempre me alegra ver,
o sonhador que me faz brindar a vida,
o estilo que me faz sentir foleiro,
a vida que estou sempre a aprender,
a luz que me deixa com os olhos a brilhar,
as lágrimas que me dão revolta,
o sorriso que me faz atrofiar.

O meu irmão é-me divino,
consegue transformar-me em assassino
que faz fugir qualquer cretino só com o olhar.
Se os políticos estiverem contra o meu irmão
eu queimarei a Constituição,
e vocês dar-me-ão razão
pois eles estarão contra os bons da população.
Aqui fica o aviso a quem lhe tocar,
não se metam com ele,
é que a seguir venho eu
para fazer perguntar quem é que morreu.
Ele é tecido do meu coração,
se me o tiram transformo-me em morto-vivo,
tornar-me-ei vingativo e provocarei a destruição
que os exércitos nunca conseguirão.
Vocês sabem como é o manbo,
atrás de uma grande pessoa
está sempre um grande invejoso,
atrás do meu irmão estão cem,
dele sinto-me orgulhoso!

->[Estas palavras não são só minhas,
são de todos os irmãos,
porque quando vemos o sofrimento do irmão,
tentamos satisfazer a revolta com o fechar da mão.]<-

Quem ele é? É mais que alguém.
Alguém que me dá ar para gritar
o nome de quem precisa e não tem.
Ele é o Pypoka,
aquele que dá-me uma lição de vida
tão grande que até fico com uma ganda moca.
Ele é adrenalina que escorre nas minhas veias
que entra na minha pulsação
quando as coisas estão muito feias.
Ele é músculo das minhas pernas
que me faz andar com segurança.
Ele é a esperança e a luta
que me faz cuspir a fruta
quando tenho o direito a ter melhor.
Faço continência a tamanha experiência e inteligência,
este é o meu hino do meu homem-mor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Gritos Loucos - Desabafo

Estou farto de não ser uma pessoa, mas uma consequência, estou farto de ser um número, um caso e não uma vida, estou farto de gritar e a minha voz ser abafada. Estou farto de dizerem que acham bonito o que digo e escrevo mas não lutam. Estou farto da miséria que as leis me entregaram, estou farto desses tribunais sem justiça, estou farto da amizade inimiga, estou farto da incompetência dos humanos e da sua democracia falsificada, estou farto dos que se queixam e têm mais do que eu, estou farto de ver pessoas que conseguem comer enquanto vêem na televisão outros a morrerem, estou farto do dinheiro que só traz problemas, estou farto do meu vizinho que me rouba, estou farto das pessoas que não valem a ponta de um corno. Estou revoltado com esta merda toda que só me lixa a cada dia que passa. Não há Humanidade, não há amor, não há compaixão, não há alma, não há fé, não há luta, não há confiança, não há inteligência, não há consciência, não há nada que eu me possa orgulhar de ser um ser humano, pois são estas as merdas que escrevo nos meus poemas, que tento que as pessoas me leiam uma vez que não me ouvem, mas dizem que gostam e eu não vejo nada a mudar. Estou farto de não ser levado a sério. Estou farto de estar farto e a partir de hoje, eu não irei desculpar, não irei tolerar, não vou morrer nem criar uma bomba, para que me ouçam, para que mudem. Se eu não conseguir, o próprio tempo vos dará prazo. Eu sou vítima, e quem é o culpado? Eu próprio por não mudar um planeta que já gira sem sentido? Aqueles que sem se aperceberem, ao escreverem as leis escrevem o meu destino? As amizades falsas? A família na lama? As lágrimas que não passam disso? MAS QUE PORRA DE BURACO É ESTE QUE VEJO NO CHÃO ONDE DURMO?? Que portas fechadas são estas que não me deixam escolher?? Que vida é esta sem água?? Que apatia é esta que me rodeia?? Que egoísmo é este?? Que gentes são estas que não têm personalidade?? Que humanos são estas que não têm consciência que nos matam?? Que desumanos nos transformaram iguais a eles?? Quem me roubou a vida antes de nascer?? Que sociedade é esta de egos e umbigos?? Que dinheiro é este que afasta as estrelas?? Onde estou? Não entendo...
Será que sou único que sente esta merda? Sou o único que está mal na vida? Sou o único que nasceu para morrer sem viver? Sou o único que está farto? Sou o único que já nem quer ver notícias? Sou o único que nada contra a corrente? Sou o único que sempre que abre os olhos chora? Sou o único que sonha desilusões? Foda-se!!! Estamos todos na merda e ninguém luta?? Mas para que é que o planeta gira se não existimos?? Qual é a importância de querermos ser se não podemos?? Para que raio escrevo?? Porque não nos matamos todos?? Já nem sequer existe alma!!! Quem nos roubou a alma?? É essa a pergunta... Quem nos robou a alma...

sábado, 2 de abril de 2011

Dia Santinho

Dia santo, santinho dia
que eu acordei e não adivinhei o que viria,
qual o tempo que estaria em cima de mim.
Seria sol ou inverno?
Chuva não foi, a música não pingava,
apesar disso havia sempre aquela nuvem que ameaçava
mas a luz do sol não deixou,
inteligente foi pois não bazou.