A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quinta-feira, 6 de março de 2014

Conclusão.

   É quando chego à vitória que tenho vontade de chorar por tudo o que passei para aqui chegar. Porque nesse tempo de guerra em que luto sozinho, tenho de aguentar firme por tudo o que acredito, não posso assumir a dor, apesar de ir cedendo aos empurrões dos que mexem comigo. E, depois de tanta pressão, começo a desconfiar de mim mesmo, a desacreditar-me, a perder a minha orientação e, consequentemente, a perder-me. Instala-se uma guerra interior, sobre o que acredito, se acredito. É quando as acções e as escolhas são feitas e tomadas sem noção - por vezes, com intenções contrárias -, desenrolando consequências negativas, que não orgulham a alma porque, mesmo feitas ou tomadas por ela, não são dela, tornando-se vergonhoso para a mesma. E a firmeza que era um menir transforma-se em anta. Essa batalha é entre os que amo, que fazem parte de mim, contra as minhas crenças, contra mim próprio.

   Mas o que acredito é genuíno, e nunca poderá ser derrotado, pode sim, ser suprimido, mas o sorriso nunca terá o seu esplendor e as minhas palavras não são minhas, são dos outros.

   Durante toda esta guerra, a dor de amar, de amá-los, de me amar, é demasiada para um ser humano, mas não posso chorar, mesmo chorando por dentro, porque se o fizer, exponho-me. Sem lágrimas, vou acumulando dores e mágoas silenciosas, que me fazem despertar durante a noite e ter sonolência durante o dia. Mas, em todo este processo angustiante e frustrante,  cuja a razão se perde em loucuras de escape, que parece não ter fim vitorioso - e, por isso, nem sequer ter fim -, há algo que é imortal, que, parecendo não estar em mim, é precisamente o que mais está em mim - e invade a minha rotina -, que me mantém vivo nas horas vazias, de perdição - em que a alma abandona o corpo -, que me faz fartar de falhar mas também me faz fartar de desistir.

   Esse algo, tão básico, tão... vital, que também pode ser fatal: o amor e toda a sua desambiguação.

   A minha vida é isso mesmo, minha, ou melhor, sou eu. Sou eu nas minhas escolhas, independentemente das condições, dos acontecimentos, dos fenómenos, não é isso nem ninguém que me faz escolher, sou eu. Porque as minhas escolhas recaem, primeiramente, em mim. Estou vivo, sou livre.

   Não tinha consciência que as opções que tomei, eram isso mesmo: opções. Considerava-as consequências, nomeadamente estados de espírito, ou, emoções. A verdade é que... somos humanos, e há acontecimentos ou pessoas que nos afectam, que geram em nós emoções, às vezes, tão profundas que não sabemos - ou não temos consciência que não sabemos - como lidar com as mesmas. E a pergunta, que, no fundo, devemos fazer a nós próprios em cada escolha, mesmo ínfima, é: será benéfico para mim? Para o meu bem supremo? E esta pergunta, requer esquecermos a verdade, porque a verdade não é mais do que acreditamos que ela seja, seja ela incutida ou experienciada. Temos, antes, de olharmos e vermos a realidade, a matemática dela, como em partes e como um todo. E é com esta conclusão que fecho este meu blog, esta fase da minha vida.

   Obrigado a todos os que estiveram presentes na minha poesia.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Mas afinal, esse tudo e todo, que achava ser o mundo, era, apenas, uma repetição de acontecimentos na sua vida, era o tudo que sentiu e experimentou em toda a sua vida.