A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carta Ao Adolescente

(...) Nesta sociedade não se estranha o pensamento, estranha-se o sentimento conversado pela terceira pessoa.
Qualquer relação precisa de conversa aberta, mas este século é fechado por cujas pessoas desconhecem essa luz que fortalece laços, que nos descarga mas quando a vêem, vivem melhor, mais felizes e mais confortáveis.
Devemos experimentar o que o conservador nos nega, porque o conservador conserva-se com sal, congela-se, é um conservado numa lata escura e negra, distante da realidade, comprimida numa lata cheia de imagens comerciais, tão igual às outras latas, não se permitindo abrir. Ao conservador é substituido o seu coração e a sua alma por uma lata. Destruindo-se, porque vai contra a beleza da sua natureza, um bebé chamado ser humano. (...)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta ao omem (sem "h")

Regredimos enquanto o tempo avança,
porque preferes encher a pança a saber da nossa História,
não queres aprender com os erros que nos reservou a memória.
Somos a desilusão do revolucionário que se entregou às balas,
em nome da nossa liberdade de expressão fundamentada,
coisa que tu não sabes usar mas que tanto falas.
Quantas pessoas morreram por ti? Em nome de nada.
Reclamas sem inteligência com tanta frequência
que violam a tua vida como consequência.
A tua opinião, ovelha, é pré-comprada,
comentas no café sobre a notícia do telejornal
feita por alguém a quem foi comprada a moral.
Falas de corrupção!?
Quando foste tu que corrompeste a evolução humana.
Com essa atitude matas o futuro das crianças,
inocentes. Tu sim, devias ir de cana.
Devias ser fuzilado, torturado, roubado,
vandalizado, violado, calado, condenado, gozado,
mal-tratado, descriminado, incriminado
para perceberes o que é ser preso,
indefeso, trabalhar sol a sol e estar sempre teso,
andar na rua sem nunca estar ileso.
Milhões de pessoas crucificadas por injustiças
mas até à última pulsação sonharam por um futuro melhor.
E apareces tu, cheio de preguiças,
tu te espreguiças no chão de quem deixou sangue e dor,
brincas nos cemitérios de quem lutou,
sepulturas pisas com frases comerciais que tu frisas.
Quantos viram-se mortos sem razão,
e tu julgas sem fundamento na opinião.
Os lutadores morreram em nome da Humanidade
enquanto os seus netos são rebanhos na sua mentalidade

domingo, 21 de novembro de 2010

Eu (No Ponto De Vista Do Meu Mundo No Mundo De Todos)

:
(...)O que tu me dizes são meras caganeiras
as tuas críticas são espelho das tuas asneiras.
Mas enquanto falas das minhas atitudes,
só espero, no meio desse teu paleio, que também tu mudes
porque tu acusas-me na praça pública
e tu vendes essa tua imagem como se só houvesse a parte púdica.
Até porque, contra as marés das maiores violências eu luto,
não quero saber das razões das desistências,
num mundo inteligente onde a palavra de ordem é luto.
Onde se diz que se tinha o mesmo pensamento quando se era puto,
onde a minha luta não se fica só pelo que eu não curto.
Abrangendo sempre muito mais do que isso,
com toda a minha alma, cérebro e coração presto serviço.
Construo com nada mas quando acabo tenho tudo,
porque não me faço de cego, surdo nem mudo.
Espalho por todos o meu pensamento,
insisto atingindo o meu sentimento.
Sei que sopro contra o vento,
estupidamente sozinho,
mas continuo porque amanhã terei o meu vizinho.
Procuro ser e estar melhor,
não me esqueço do seu contra,
apesar da minha parte pior,
nunca deixo a minha mensagem na montra.
Contra o Matrix do jardim,
planto sementes sem fim à espera que descubram o real ruim.
Tenho consciência de que não sou perfeito,
contra os meus males, só eu posso erguer o peito.
Mas não sou comparável aos crimes que no trono são feitos,
eu paro,
e ponho o preço do sem querer do meu crime muito caro.(...)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Guerra ≠ Humanidade

O sol brilha sobre as jovens rosas,
o vento leva consigo o pólen das suas cores.
Ouve-se a ausência da pessoa,
as plantas dançam como lhes manda o maestro vento.
As almas tomam conta da beleza do acontecimento.

Agora o cenário é diferente,
as cinzas demonstram a destruição,
a guerra infértil, os bombardeamentos,
uma orquestra de tiros, gritos de dor,
desespero, tormentos.
Tantos alguéns abandonados,
muitos outros alguéns os tinham como amados.
E tudo isto para quê? Luta de interesses,
quem apoia na tv não está lá,
não sabe o que é lá estar
recebe dinheiro e poder por nos matar?
Os nossos antepassados,
se soubessem deste teatro destroçado,
teriam eles se suicidado
para não haver estes fracassados?
Não deveríamos pertencer todos à Humanidade?
Onde estão os que tanto falam em defesa de uma nação?
Soldado defende a paz criando guerras?
O político manda matar em nome da sua cidade?
Onde está a Constituição?
Onde se encaixa o povo com a sua opinião?
Isto não é a Humanidade pois não sinto o seu coração.
Se calhar porque já não bate
numa pele fria sobre um corpo doente
que só serve para o abate.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma Carta Depois Da Morte

Não tenhas receio,
larga esse sentimento feio.
Todo o humano tem direito a ser amado,
morrer sozinho é uma questão,
mas já reparaste que em toda a tua vida gente veio e foi?
Será que morres depois da morte?
Permanecerás nas mentes da salvaguarda
porque o mais difícil é o vivo não que suporta nada,
mas que viva com a tua ausência na almofada.
As lágrimas do sentimento e da memória
de não saber para onde foste mas ter fé?
E agora...? Como é...?
Tenho saudade de viver a nossa imensa história...

Só uma dezena de pessoas no teu funeral choraram
e o resto do mundo desconhece o teu nome,
mas que interessa esse reconhecimento?
A tua partida bateu forte aos que te amaram.
As coisas más esqueci,
só me recordo dos bons momentos que me lembro de ti.
Com passar do tempo és esquecido
para dar lugar a outro desse sentimento.
Vivemos, sofremos, morremos,
porquê tanto sofrimento?
Para aprendermos?
Ou simplesmente porque os humanos são causa de si mesmos?
Porque é que culpamos a vida?
Quando é ela que dá oportunidades
e a morte é que é bandida?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Espelho Da Realidade

Prudência,
oiçam esta audiência,
os mais desgraçados sabem a realidade,
mas esses foram para outra cidade,
enviados pelos polícias que controlam as minhas ruas,
enviados por selvagens que deram facadas nuas e cruas,
agora na prisão percebem que a vida não lhes dará mais nada.

Enquanto o povo é embalado por um canto de fada,
esperança aldrabada, uma tela sempre branca
pintada por palhaços que fazem o que lhes mandar a panca.
O cheiro do egoísmo de quem vejo a cama feita,
por causa desses, muitos tiveram a vida desfeita.
Por uma realidade mais que imperfeita
construída pela arte da manha,
sugam a minha vida para alimentar a sua banha.
Enchem à ignorância com acontecimentos
que não são do nosso país
mas afectam os nossos monumentos.
Ninguém percebe com doze horas de trabalho e doze de dormida,
os trabalhadores com falsas chupetas,
jovens que mamam dos seus pais as suas tetas.

Hoje é menos mau e amanhã será melhor,
ontem é que foi pior,
dizem no meio dos seus discursos,
enquanto pescam votos como ursos.
Vejo a minha gente querer fazer frente
mas são julgados pelo lugar do seu nascimento,
reclamando serem incriminados,
no início do julgamento são abafados.
Com falsas políticas e justiças,
o povo ignorante afoga-se nas suas preguiças,
os cirurgiões disfarçam com as suas pinças.
Agora, que sentiram um cheirinho da panela,
atiram bocas como se vissem uma novela.
Está na hora de parar para pensar, acreditar e lutar.

Dedico aos poetas e "cantores de discursos", meus amigos e meus desconhecidos que se sentam na cadeira, pensam, acreditam, lutam e escrevem.

O Prazer

O prazer é irmão do vício,
o podre da inteligência,
o desespero da alegria,
a poluição da alma,
a morte do poder,
é uma deficiência excessiva,
é egoísta, é crime,
é o gesto ignorante do ser humano.

sábado, 13 de novembro de 2010

0,10€ -> Compro uma pastilha elástica
10€ -> Compro uma saída à noite
100€ -> Compro um móvel
1000€ -> Compro um pc
10.000€ -> Compro pequenos interesseiros
100.000€ -> Compro um establecimento;
1.000.000€ -> Compro uma casa;
10.000.000€ -> Compro 7 folgas por semana;
100.000.000€ -> Compro grandes interesseiros;
1.000.000.000€ -> Compro políticos;
10.000.000.000€ -> Compro países;
100.000.000.000€ -> Compro poder mundial;
1.000.000.000.000€ -> Compro a desgraça humana;
10.000.000.000.000€ -> Destruo o planeta.
100.000.000.000.000€ -> Compro a minha cova.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tempos Passados

O tempo é um passo que dou,
um passo entre muitos que já passou,
um passo após outro de consequências em sequência.
Um passo, uma opção, uma queda e um fracasso.
Um momento onde passo a ser criança,
um passo que mostrou a minha ignorância,
mas dando direito a mais um passo,
mais seguro ou não, sempre com esperança.
Um passo que deixou uma pegada,
de qualidade ou uma real cagada,
não interessa, com o tempo há-de ser apagada,
mas, o tempo foi meu e de quem partilhei,
uma pegada influenciada, influenciei alguém,
alguém que pegou a indiferença, ou o mal ou o bem.
Um passo dado consoante o pensar do sentimento,
um passo esquecido mas marcado no tempo.
Um passo, uma esperança, um acto numa duna de fé
onde todos deixamos a marca do nosso pé.
Um passo, um tempo de uma vida que foi
e uma vida que agora é.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Evitando o Destino

Bate bate coração por asfixia,
pela presença de alguém que ao meu lado queria,
o amor é sentimento incompreensível,
ansioso, a esperança do sonho irreal,
de um beijo depois do sexo,
o amor é algo bem complexo.

Olho sempe para ti como um reflexo do olhar
o meu corpo a balançar,
o miolo a fritar,
o pensamento a especular.
sinto-me a desmaiar,
já estou a andar de lado.
O amor deixa-me mocado,
e queimado porque não é amado.

Ba-beri-bó-pa-parri,
e já sorri comigo gago,
no final sou eu que pago,
acabo por pedir conselhos ao mago.

Bora lá tentar outra vez,
Pa-dleik-lofex-ês,
não vai à primeira nem à segunda nem à terceira,
ti-bua-ki-polti-eira,
e com dois Xanax voltei a fazer asneira.
Bem, vou então apanhar uma bubadeira,
não conheço outra maneira,
Um-mais-um-igual-a-laranjas,
nem assim, dizem que é canja,
pois eu vomito com mil canjas.

Lá enchi com ar o peito,
lá lhe disse e lá fiquei a chorar por este feito.

domingo, 7 de novembro de 2010

Saturday Nights

Saturday nights,
the body fights inside the soul
and the mind write the rule.
The music is the moment of transe,
diving in the waters of lights,
giving the freedom to dance,
and these are my rights.
Pumping sound to heart,
tonight, nothing can't hurt.
I am on the top,
nobody can't stop.
The column is energy
for the world that only i can see.
No feelings, just feel,
drink and don't think.
You with you and nothing more,
on Saturday nights,
on the sky's floor.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Não sei para onde ir nem por onde andar
quando a vejo com alguém, sinto-me a fracassar.
Hoje em dia, o amor não existe ao primeiro olhar,
é preciso conviver, conversar, rir para poder juntar.
Mas ao teu lado não tenho palavras interessantes para falar
e fico frustrado porque deixei mais uma oportunidade voar.
Os teus olhos deixam-me preso
e a tua voz põe-me indefeso.
Não te posso dizer o que me está a acontecer,
se disser, perco a oportunidade de te ter como minha mulher.