Como poderei eu ir lutar
se daqui a cinco minutos terei de ir trabalhar?
E quando chego a casa venho cansado
por ter vendido o meu corpo, troco esforço por dinheiro
para poder comer e ir trabalhar.
Já nem ligo a televisão,
estou farto de ouvir políticos interesseiros,
dessa corrupção imensa,
desse sistema que nos faz nascer com a visão distorcida.
E ao fim-de-semana, quando olho para o luar
e acendo um cigarro, pergunto o que vai ser da minha vida
e pergunto quantos sentem o mesmo.
Quantos sentem as injustiças nos tribunais,
estiveram à frente de um juiz
e essa máquina se esqueceu da sua raíz?
Quantos sentem as injustiças policiais,
que implantam sal na terra para não nascer plantas?
Quantos sentem a dor e a revolta do prego ignorante espetado pela sociedade?
Porque ninguém nasce para sofrer,
todos nascemos para viver.
Não é isso que vejo,
por isso dou meu sangue e meu suor
para acontecer um mundo melhor
que desde criança sonho e desejo.
Porque sozinho não consigo
ainda vou falando e passando a palavra
mas ela dissipa-se e quando estamos na merda
é que vemos o que está mal
O homem vive luxuosamente na terra
e o outro Homem permanece em guerra.
e não é de meu ser criar uma bomba,
rebentá-la no meio da praça
e assim muita gente tomba.
Mas mantenho a esperança que não se cala,
apesar de infinitas foram as vezes que me falaram da bala do silêncio
e dessas, finitas foram as vezes que fiquei mentalmente cansado,
revoltado e desesperado, por falar da razão e me quererem calado
e digo trinta mil ofensas em duas palavras: ignorante tolerante.
Vou continuar a discursar e a escrever destes temas sem parar
e quando um soldado bater na minha porta
vou expulsar um sorriso e passar à fase seguinte:
vamos lutar...
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