Não tenho pulmão para respirar
e o fígado está a morrer
mas eu quero fumar
para queimar os meus pulmões e a dor...
porra, vou beber!
pois o fumo só mata lentamente,
bebo para esquecer a minha mente.
É automático,
estou demasiadamente apático,
a mão já levou o vício à boca umas vinte vezes,
nem me lembro de ter fumado,
provavelmente o copo é o culpado.
Desculpe, queria um abcinto,
para parecer que vivi sem me lembrar,
como um sonho ou pesadelo
e no dia seguinte acordo
e já estou a sentir que estou a perdê-lo.
Estou com ressaca,
já dá para ver que há coisas que não resolvidas pela paka,
mas eu também não sei o que vem a seguir à estaca,
pego a faca, encosto-a ao coração,
e ele bate como uma criança que se baba ao balcão.
A vida não dá perdão,
o que foi está para tráz,
o bico afiado já perfurou a pele,
e o sangue já escorre,
o futuro diz que não sou capaz,
é incerto e não é concreto.
Será hoje?
Hoje não, hoje, o coração não morre.
Amanhã será igual,
vai ser tal e qual,
basta um pequeno mal
e começa a questão infernal...
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