A ti, por ti e só a ti devo o meu futuro à Humanidade,
tu, que mesmo acorrentada tiveste forças para me abraçar,
que mesmo havendo só escuridão à tua volta
criaste em ti luz para eu te poder encontrar...
tu! que na imensidão da dor desesperada,
quando te só apeteceu chorar,
nunca negaste um sorriso à minha inocência...
tu! que me cobriste quando o céu nos caía em cima,
que me protegeste das balas da sociedade,
que me obrigaste a lutar nas minhas desistências...
tu! que no deserto do desespero e da angústia
inventaste um campo recheado de flores,
que me desviaste das tuas feridas e das tuas cicatrizes...
Tu és o perfeito sinónimo da luta,
fizeste-me tornar homem no dia em que as tuas lágrimas
ousaram em não querer parar,
e nesse momento, nesse exacto momento,
descobri que o mundo era mais, muito mais,
muito mais para além das janelas do meu confortável quarto,
para além da televisão, do computador, do mundo virtual,
descobri de quantas lágrimas são feitos os nossos rios,
de quantos suores são feitos os nossos nevoeiros,
de quantos gritos de injustiça são feitas as nossas trovoadas
e que não são as pessoas, nem os políticos e os seus ideais,
nem seguranças sociais ou outras caridades
que ouvem as nossas preces, os nossos choros,
os gritos das nossas lágrimas,
mas sim os céus, os céus que choram connosco,
as estrelas a lua que sonham connosco,
porque sabem que nós existimos,
que os nossos corações são feitos de carne,
da mesma carne com fim que se desgasta,
que somos humanos e temos alma,
a mesma alma que vive e sente...
Todos somos humanos,
todos existimos, todos sentimos,
façamos então o conjunto
valer o nome da Humanidade...
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