Sou um monstro,
horrível, nojento...
nunca deverei tentar,
estou certo que irei falhar...
Mas porque me deixaram nascer?
Até nisso falhei:
tentar não nascer...
Sempre que tentei ganhei,
mas foi a desilusão,
ainda me lembro disso,
é a primeira imagem
que vejo quando acordo:
tinha tentado,
a vitória haveria achado,
era criança,
e, com orgulho e esperança
de ser abraçado,
mostrei-lhes a conquista
e eis que me disseram
ser insuficiente,
vergonhoso do orgulho,
furioso na vitória,
assim me tornei:
o monstro
que espezinha a conquista,
que odeia os vitoriosos
e despreza as tentativas,
o monstro coberto de escamas,
cada escama uma desilusão.
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