No meio da água existe um buraco,
um vazio de lágrimas ocupado por uma voz afónica,
incomodativa como o silêncio da morte,
como se os ossos dos cadáveres se juntassem
para chorarem, sem terem cordas vocais.
Um silêncio tão despercebido das pessoas
como a escuridão entre duas estrelas
e ao mesmo tempo arrepiam
como se fossem espíritos a atravessar-nos o corpo.
O barulho esconde, em sua falsidade,
para que não se oiça se não um conjunto de palavras
para haver ruídos nos nossos cérebros
e assim, jamais haveremos de ver olhos.
Na música está o silêncio dos ouvintes,
ouvindo o outro canto da alma,
esse canto que tanto nos identificamos
ou idealizamos na almofada do sonho...
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