A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Droga Canastrona

Vamos pagar às margens do amor
uma viagem numa montanha-russa
para ficarmos com a adrenalina após o pavor,
e depois, antes que a vaca tussa,
vamos beber um gin com o boi
e fumar setas como se fossem charutos
numa mesa vermelha onde está
um porco amarelo às bolinhas rosa florescente num tacho,
recheado de tomates cortados e frutos,
aí, bêbado que nem um cacho,
ele nos segredará que é homossexual
e finge ódio ao vermelho
para não desconfiarem dele,
nós diremos: "não faz mal,
aproveita enquanto és fedelho,
não queiras ser como o porco,
já o viste? Finge que está morto.
Ainda por cima é canastrão,
mas não te ofendas, porco,
que eu também disse isto
sem intenção nem emoção"
Eis que nos responde:
"Não posso falar, Francisco,
é que estou morto."
"Mas esta voz veio de onde?"
Antes que isto dê para o torto,
vamos mas é embora,
é que a minha imaginação começou a mudar o lugar
e a obrigar-me a escrever versos mais compridos e por aí fora
até não conseguir mais respirar este ar do qual me estou a cansar,
esqueci-me de criar o exaustor ou a ventoinha,
o único que conheço é o da minha vizinha,
já o trouxe, espero que não lhe faça falta,
mas também é para refrescar aqui a malta!
Porra, esta droga não vale a ponta dum corno,
- sem ofensa, boi, não é nada contra ti -,
é que não faz um grande efeito,
vou tomar mais um,
isto assim não tem jeito nenhum.


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