Há um lugar algures por aí
onde eu me bronzeie numa espreguiçadeira,
um lugar onde me deite
emergido num mar de estrelas,
onde esteja a fumar um cigarro num planeta inabitado
e bata palmas ao ver um satélite aterrar:
finalmente a Humanidade conseguiu cá chegar!
Era fácil, mesmo assim ainda demorou um bocado.
Talvez tivesse armadilhado o percurso,
mas eu consciencializei-me sem tirar algum curso,
por isso não compreendo como é que se vai vivendo
em cima da calçada onde cada pedra se vai vendendo.
Ressuscitem-me essa porra de sorriso
na escuridão para ter uma luz de presença
e traz-me um gigantesco riso
na solidão que o seu silêncio torna a alma tensa.
Quando não houver compreensão
haja um vinho feliz, quando não houver perdão
que haja um brinde à liberdade
sobre as escolhas que eu fiz.
E que lá na piela do teu coração
a gente encontre muitos ninhos de emoção,
que daí cresçam ovos e descolem passarinhos livres
para subires às nuvens acima da realidade em que vives.
Que chovam penas em vez papelinhos brilhantes
para celebrar as conquistas do que fora utopia antes,
vamos para a porta da felicidade,
pela maneira como a gente se comporta
mereceremos a sua chave.
Qualquer dia abrimos uma estalagem
para contar as nossas histórias aventurescas
onde o diálogo presenciou a coragem
e as cervejas tornaram-se grotescas.
Mas para quê um sentido?
Desde que tenho ido
ao sofá do teu coração
tornei-me temporariamente imortal
e o resto... bem, o resto...
é uma lata de ração para cão
que eu vos empresto,
não faz mal... pois não?
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