Basta um homem, um homem só,
para representar a Humanidade,
um homem só com uma só palavra e uma só acção
que nos faça arrepiar na pele mil anos de História,
que nos faça encontrar conquistas, derrotas...
lutas de gerações após gerações,
que nos faça sentir saudade do que não conhecemos,
que nos faça calar para ouvir o ruído das vozes mortas,
basta um homem só, que não tenha encontrado alma,
para nos fazer amar o odiado,
para nos fazer lembrar o desprezado,
um homem só, entre nós,
não inferior, não superior, mas entre nós,
cuja a alma foi não enorme, mas universal,
que cuja só acção, só palavra,
tenha emergido em todos os cantos,
em todos os lugares da Terra,
o homem só, que sem sair do lugar,
tenha nadado os cinco oceanos,
tenha voado todos os céus,
tenha atravessado os sete continentes...
um homem só, que no silêncio
conquistou a voz interior da Humanidade,
que numa só acção,
velejou nos sorrisos do mundo,
nos orgulhos das nações,
nas certezas das esperanças,
um homem só com uma só palavra,
tenha enchido corações,
tenha conduzido as multidões,
tenha, sem saber, mudado o curso da História,
um homem só que, com um grito na alma,
tenha conquistado todos os barulhos,
todos os sons da natureza, todos os ruídos da cidade...
Só, que na sua morte haja nascido flores na sua campa,
lembrado por todas as idades,
que nos seus olhos estejam o reflexo
da poesia de todos os homens,
de todas as mulheres, de todas as crianças...
o homem só, que com ele caminham
os fantasmas e os espíritos
doutros tempos e séculos,
que trouxe o brilho às lágrimas da tristeza e da felicidade,
o homem só, com uma só acção e uma só palavra...
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