Arde num fogo sem chamas
aos gritos sobre quem não se chama
perdido nas sombras do que se aclama
na pele por baixo de escamas
sem prumo ao tempo fugaz
num relógio sem ponteiros,
ânsia muito mais eficaz
na ignorância dos interesseiros.
Segurem,
está cair lentamente,
vai ultrapassar o chão
em queda permanente
sem limite e sem travão.
Está a parar de cair,
não lancem o suspiro
que o que está para vir
é rápido como um tiro.
Quem cai não é culpado,
a culpa é da gravidade
de um corpo pesado
criada pela sociedade.
Não percebem
os desesperados
porque não bebem
da fonte dos abandonados.
Quem é louco afinal?
Será o suicida
no meio da gente
que prega a moral da vida
e na prática consente
o mal que se iça?
Ou está nele a preguiça?
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