A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Cartazes Celestiais

Irei para sempre insultar
todos aqueles que ousaram usar
a boca e criar sons,
aqueles que provocaram fortes dolorosos tons
mas criaram brechas nas suas acções
e condeno todos os seus soldados com condecorações,
que para sempre verão o sofrimento eterno
de ser o amor carenciado o seu inferno.

Eu amo o mundo e a Humanidade
e por isso não consigo aceitar tal realidade
onde se geram nos ventres das mães
novas gerações de tirania
trazendo consigo a ironia
de adorar pegadas dos restos dos nossos cães.

Eu condeno nas páginas do meu caderno
todas as artes da felicidade
e espero desesperado por um momento terno
que traz a paixão ardente da mocidade.

Eu sou o homem de Deus
que, como Jesus Cristo pregara aos ateus,
eu preguei a quem não valeu a vida,
que sem lutar disseram-lhe injusta
mas nunca fizeram uma má vinda.

Eu tremo, estou a tremer,
é por esta via de ocasião
em que nada tenho a temer
senão a minha própria solidão.

Irei para sempre inscrever
torturas com enorme avidez
enquanto o ódio se torna amor por nascer
como as asas da mulher que Deus fez.

Ergo-me aos céus
para me entregar ao amor
e mando os homens vestirem véus
a toda a dor, raiva e rancor.

Eu sou o homem da paz
e declaro a mais sangrenta guerra
ao invasores da minha terra
provocadores das acções vis e más.

Eu vendo os batimentos em falta do meu coração
aos tempos da pulsação da nossa paixão.

Sou o sol à volta do planeta,
seco toda a água e leite
a todas as almas
cujo o crime foi aceite.

Eu assino o novo Terceiro Testamento
do mais terrível e horrendo
porque eu deixei-vos, abandonei-vos,
eu não quis saber
se se estão a matar ou a morrer.

Eu criei os homens sem fé
para espalhar a filantropia,
o meu nome é Deus da Hipocrisia,
criador de mares sem avistar maré.

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