Quem me dera descobrir que isto tudo é mentira, antes de morrer
quem me dera poder festejar isso até não conseguir mais viver,
quem me dera dar-me o ar que as árvores suspiram,
quem me dera desejar-me calar as gaivotas que não voaram,
quem me dera ser real e existir, tão real como real é sorrir,
quem me dera não haver cães com dentes opressores,
quem me dera que hoje não houvesse tempo,
quem me dera poder festejar infinitamente esse momento,
quem me dera o silêncio que não traz o ruído de pensar,
quem me dera te amar sem que houvesse espelho a questionar,
quem me dera assassinar estes poemas,
mas eles são eu eles são mentiras eu sou eles,
um berço de peles sem tendões no esqueleto
onde dormir é acordar sem seres
nas casas sem portas onde não há olhos pretos...
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