Passo esta rua.
Esta rua passa por mim.
Nem eu, nem ela, passámos.
Não me lembro. Nem ela.
Passo esta rua.
Outra vez.
Trespasso a rua perpendicular.
Passo para o outro lado.
Passei dentro dela.
Passo esta rua.
Outra vez.
Esta rua não é minha.
É de ninguém.
De ninguém que eu conheça.
Por isso passo,
de passagem.
E não paro.
É apenas uma rua.
Uma rua.
Entre milhares.
Não sei que rua é.
Só sei que não é minha.
Mas se eu te conhecer
e fores tu dessa rua,
então a rua existe,
tal como tu.
Se não, é mais uma rua.
Sem nome. Sem nada.
Por ser de ninguém.
Talvez à espera de ser.
Talvez até, num qualquer andar,
eu deva parar, por lá haver
mais do que as palavras sabem alcançar.
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