A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Rua

Passo esta rua.

Esta rua passa por mim.

Nem eu, nem ela, passámos.

Não me lembro. Nem ela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Trespasso a rua perpendicular.

Passo para o outro lado.

Passei dentro dela.

Passo esta rua.

Outra vez.

Esta rua não é minha.

É de ninguém.

De ninguém que eu conheça.

Por isso passo,
de passagem.

E não paro.

É apenas uma rua.

Uma rua.

Entre milhares.

Não sei que rua é.

Só sei que não é minha.

Mas se eu te conhecer
e fores tu dessa rua,
então a rua existe,
tal como tu.

Se não, é mais uma rua.

Sem nome. Sem nada.

Por ser de ninguém.

Talvez à espera de ser.

Talvez até, num qualquer andar,
eu deva parar, por lá haver
mais do que as palavras sabem alcançar.

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