Escrevo, porque é a única coisa que sei fazer,
os outros sabem viver, e eu não...não sei nada,
(ouves o eco da palavra nada? continua sem parar,
sem sequer se afastar: nada... nada... nada... nada...)
sou tão vazio como estas palavras são vazias para ti,
mas a diferença, é que elas não são a tua vida,
são a minha... tu não sentes esta dor,
esta dor que é a vida...
para ti, a vida tem outro significado...
e escrevo, porque as acções dos sentimentos falham...
se a Poesia me pudesse abraçar fisicamente
e dizer-me palavras cheias...
mas ela... ela sou eu. eu sou ela,
e só sei de mim, não conheço o outro lado,
tenho inveja, tanta inveja...
a ferida infectou...
só gostava de saber esse algo que eu não sei...
mas só conheço a sua saudade...
será que alguma vez soube?
É verdade, ainda estou vivo...
Às vezes esqueço-me disso
por me sentir morto...
Ainda tenho forças,
ainda alguém me ama...
Estou perdido,
alguém me encontre dentro de mim,
que as estrelas do meu Universo
são velas que se apagam,
e o fumo delas, ao apagar,
enevoa e enegrece o meu olhar...
Não vejo bem, não vejo bem...
mas não sei ver melhor...
Alguém sabe?
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