Desculpa este meu mundo confuso,
eu... eu já tento evitar falar,
porque todos os sentimentos
estão acontecer ao mesmo tempo...
Não compreendo...
e compreendo porque não compreendo...
os músculos da minha jovem face estão a paralizar...
às vezes dou por mim numa ilusão da minha própria ilusão,
é tudo causa da minha infância...
nunca cheguei a crescer...
ninguém pode avançar quando tem algo por resolver,
algo tão forte como a alma...
tenho tantos buracos e roturas...
E enfio a mão nelas a apalpar o vazio...
procuro cosê-las com ilusões
e já as levo comigo para todo o lado.
O organismo é tão perfeito como uma equação complexa,
o problema é quando há uma série de incógnitas...
quem me dera poder tocar piano,
traduziria tudo que sinto em notas
e vocês ouviriam apaixonadamente sem saberem
o que é que as notas da minha alma quere dizer...
sou ser humano, o que me aconteceu está nas minhas veias,
a merda da opressão... o planeta aperta-se contra mim,
sinto-me sufocado, só quero respirar nos pulmões de outra pessoa...
sou a decadência de um rapaz solteiro
e só sei queixar-me romanticamente
como uma criança que só se cala com chupeta.
Sou uma personagem de Tchekhov.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentário