A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Carta Leitor

Enfrenta a morte com dignidade, irmão,
e não receies o tempo que ela demore.
Vive, a realidade existe.
Seja ela uma ilusão.
Se a sentires, é porque existe,
mas não vivas em sua função,
vai até onde o olhar não consegue chegar,
e não creies em definições.
Definições são como pratos de ementa,
tudo está, é certo, relacionado,
até no oposto e contrário.
Busca nos espaços das minhas palavras
o mundo que deixei por escrever,
que não conheci,
que não tive vida para conhecer,
traz algo novo ao mundo
e toma o que eu não tive
para que o que não tenhas,
de importante, realmente importante,
possa existir nos próximos que hão-de vir.
Nem sabes, leitor, o quanto amo o mundo,
o quanto amo o segundo que foi,
o segundo que é e o segundo que virá,
porque todos esses segundos são eu,
um novo segundo vem e um novo eu existe.
(Somos nós, os animados, que fazemos o tempo,
porque nós damos-lhe espaço e corpo.)
Deixa-me exprimir o amor que sinto,
sou capaz de beijar o meu sacrifício
se assim for necessário à felicidade do mundo.
E não temo, porque amor que ama,
não mede limites de visão
e tem o universo todo compilado no coração.
Eu sou o amor e a paixão,
e por isso luto ferozmente
contra quem te faz mal,
mas sou impotente,
por isso te escrevo
porque tu me és igual:
ser humano.

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