A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Crítica Avacalhada

Esta é a corrida de ser alguém,
o dinheiro cai como a chuva,
cães e gatos,
em copos e pratos,
em factos e desacatos,
são traças e chatos,
hoje apereceram todos cá
para sentir o poder do meu coração,
trezentas mil potências de watts no meu coração,
e faço músicas eternas e efémeras
mas é no esquecimento,
este é o avacalho de rimas
desidratadas e sem trabalho,
tu nem sequer estimas
então vai para um sítio que eu cá sei,
de qualquer das formas eu sou rei
da caneta e prego ao papel
tão suavemente e facilmente
crio pláticos fanáticos
pelo estupidez de conquista sem desafios,
isto é como pôr sombra na escuridão,
é igual a nada,
porque eu escrevo à chapada,
ainda não houve respeito por esta coisa,
chamam-lhe o que quiserem,
isto é a modernidade da letra,
sou muito moderno e uso chupeta,
adivinhem quem sou,
ainda faltam tampões para os ouvidos
e já me chamam de peta,
é o deboche total,
com uma frase tão brutal
e já valho bastante
o suficiente para retirarem deste poema
a frase muito interessante
escasso em tema.
A poesia é o que eu quiser
homem ou mulher,
ou merda o quanto-basta de uma frase tamanho colher
de remédio contra o tédio,
porque é batota estar ébrio,
não bato bem da cabeça
e penso de lado porque sou buéééééé diferente
dessa gente que pensa
mas que não compensa a sociedade
ainda no avacalho falo mais uma outra realidade
e disparo bostas comerciais e tudo o mais,
olhem para mim sou um intelectual demais
e de mais a mais aparecem uns quantos iguais
que fizeram tanto quanto eu faço sentado numa sanita
a fazer um esforço para me sair caganita,
mas hoje até já se aprecia disso,
dão-lhe vários nomes,
até dizem com caridade se tira fomes,
é arte do tudo que faz rigosomante nada,
porque só nos contos de fada é que há final feliz,
eu bem que quis mas hoje prefiro aparvalhar,
caricaturar até à exaustão
ficar a falar até ensurdecer
para piorar ainda mais a situação
vou continuar até depois de morrer,
eu sei que é uma desilusão
mas olha lá a minha cara de preocupado,
encontras? Pois não existe,
não fiques chateado
se quiseres mostro-te umas montras
assim tipo pó coiso facebookianas
onde podes escrever que tens fome
e toda a gente se identifica,
é sem canas
e ainda te consome
a mentira virtual de uma vida que se estica
e pum! rompe-se,
mas que diferença fez?
foi apenas mais um
e como vez, desses temos aos molhos
que com estes meus olhos
vi-os correr à volta de uma rotunda
à procura de uma vida profunda,
mas o profundo é o vazio deles,
por isso andam em manadas
sem opinião de jeito
é só para o intelectual respeito
e concordam no preconceito,
gente destas é o que se pede,
para o demónio é um autêntico filme pornográfico,
qualquer dia ele fica demasiado cansado
porque nós já fazemos assim naturalmente
que ele se nos manipular é só para fazer o bem
e se nós já somos maus por natureza
onde está a beleza do coitado que passa a ser ninguém
porque o ninguém é sempre igual aos outros
partículas brancas de uma tela,
indistinguíveis,
a única diferença é o corpo
que lhes torna sexualmente irresistíveis,
assim se faz mais um aborto,
já devem sair pelo ânus
mas para onde caminhamos?

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