Suicídio,
quando a vida é impossível,
a felicidade de outrem é imperceptível,
farto de sofrer, sem medo de morrer,
há mais amor na morte do que na sorte,
é ser forte ao ir contra a Natureza.
Suicídio,
quando o futuro é uma incerteza,
o fim do tempo torna-se uma presa,
um desejo palpável numa faca
mais realista para destruir
todas as outras lâminas
que sangram lágrimas de dor,
para abafar a pior morte:
o sufoco, as lágrimas contidas,
os gritos desprezados,
os abraços fantasmas.
Suicídio?
Não há alimento para a alma,
não razão para a pulsação,
aborto incompleto,
só o corpo rasteja
numa alma estancada.
Suicídio,
não há vida nem futuro
quando o passado é mais sombrio
que a própria morte.
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