Olho esses teus olhos
a ver se encontro inteligência
mas só vejo a ironia
de um filósofo sentado
numa sanita como se fosse um trono,
suportada por cartas sem trunfos
como se fosse um castelo.
É claro que o teu cérebro
está em decomposição,
nunca foi lá fora apanhar ar,
apodrecido, fora da realidade,
descontextualizado nas acções,
não há modo de pensar.
Vês, achas que vês,
por essas janelas
tapadas com fotografias
editadas por miragens.
Ouves o quê?
Notícias irregulares
por quem nunca conheceste.
Que tal ouvires os gritos
de dor, de desespero
dos que nascem sofridos.
Impõe a questão de nascer
morto porque natural é viver.
E viver é escolher.
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