É o teste do fogo que faz o verdadeiro aço,
o fogo que me testa é infernal e não fracasso,
embora às vezes se carbonize mais um pedaço de carne,
mas vou-me tornando mais rijo, insensível,
e não quero, não quero não conseguir dizer que te amo
e ser demasiado tarde, sendo impossível
chamar-te quando no meu olhar te chamo,
não quero ser a pessoa que não deu,
que sem amar alguém, que sem se amar, viveu,
ou antes sobreviveu, porque assim não se pode estar bem,
que por isso, se perdeu no meio de muitos,
corrompido no seu próprio laço
porque a desconfiança da partilha tomou os meus intuitos
sem sequer dar qualquer oportunidade
nem espaço para tal possibilidade,
e choro as minhas feridas para as lavar,
tentando desesperadamente desinfectar
mas o vírus vai-se apoderando,
alastrando-se até à minha visão,
tornando-me cego na escuridão
enquanto numa questão de quando
é que o meu coração vai bater cada vez menos
até morrer, ou antes, até a minha alma desaparecer
até não mais sermos.
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