Hoje mantenho-me assim,
harmoniosamente pacífico,
tão pacificamente assim
que não me apetece expandir
a palavra assim...
Não estou aqui, estou só assim,
simplesmente assim,
poderiam-me descrever
pormenorizadamente as minhas humilhações,
passaria por mim como se eu não existisse,
ou não existem elas neste assim...
assim, sem princípios ou fins,
sem matéria física...
venham os inimigos, os rivais,
os malditos, os falsos,
hoje, sentar-me-ia na mesa
do inferno com eles todos
partilhando o meu cachimbo da paz...
ah... venha lá tudo que eu transformo em nada,
estou livre de responsabilidades,
livre de escolhas de possíveis erros,
porque estou assim,
muito bem assim...
Nada me ilumina
ou me abandona no escuro
porque não é luz que se trata,
venha o barulho ou o silêncio incomodativo,
nada disso chega ao meu cérebro,
não passa pelos meus ouvidos,
infiltrável....
a minha alma flutua,
dentro do meu corpo
há apenas a estufa do cachimbo da paz,
não há coração, nem cérebro nem sentidos...
ah... exclamação mais profundo
que qualquer orgasmo deste mundo,
não sou tudo, não sou nada,
nem um bocado, apenas assim,
tão simples, tão simplesmente fora de mim...
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