A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

domingo, 28 de abril de 2013

Cartas No Espelho II

Olá ser humano,

escrevo com a minha Humanidade, e tu és ser humano, não um leitor, porque não escrevo palavras, mas pensamentos e desabafos. Se és leitor, não me leias mais. Toda a minha existência é a Humanidade na minha vida. Minha vida, onde estamos todos, tal como estou eu na vida dos outros, partilhando um elo igual para com o outro, e se não for, então é ilusão. Toda a partilha é amor. Ódio é amor-próprio ofendido. Na minha vida estamos todos e está tudo, até as biliões de pessoas no planeta das quais desconheço a sua existência. Isto porque sou mortal. E porque tenho sentidos, não obstante que não precise de ter os cinco. O que mais nos afecta enquanto população mundial é a indiferença. Agora estamos a falar de mentalidade, e agora, podemos usar a palavra "pessoa/s". E esta indiferença está na instrução, na cultura das pessoas, porque raciocinamos usando a primeira pessoa do singular em vez do plural. Acredito que haja muitas pessoas que, na sua inconsciência, acreditam que o mundo passou a existir no dia em que as mesmas vieram ao mundo. E por isso, a evolução da Humanidade regride. Se entrarmos no porquê desta mentalidade obrigatoriamente teria de falar não de política, mas de políticas. E em relação a isso apenas me vou limitar a dizer que se luta por ideais políticos, melhor, lutava-se, mas nunca se lutou pelos seres humanos, e tão pouco pela nossa pluralidade, o "nós" (nós de eu mais os outros, nós seres humanos, não nós de profissão, de família, de grupo adjectivado). Como prova do que digo sabemos, pela História, quantas vezes a servidão de ideais só prejudicou a Humanidade. Concluindo radicalmente esta carta, espero que percebas, ser humano, que não me fales desta carta com "eu", mas sim com "nós", pois estou certo, que somos diferentes por termos experiências de vida diferentes e que isso seja motivo de coexistência, de conviver, de compartilhar, tal como faço para contigo aqui. E neste coexistência sabermos construir, ou seja, instruirmo-nos em conjunto. Compreendes-me? Bem, desta afastei-me do que te queria escrever sem me afastar. Mas esperemos que a minha próxima carta tenha uma reflexão mais conclusiva de te chamar ser humano e não leitor.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentário