Talvez não te mereça, tens razão,
mas é porque o meu cérebro pensa com o coração.
Eu engano-me a falar,
mas tu é que estás enganada ao julgares a minha intenção.
Porque eu penso sete vezes
à espera enquanto o tempo passa
e a minha alma só desespera
sem saber o que fazer ou dizer
e fico calado à espera de algo
mas a sorte não surge
e o coração urge na pulsação
enquanto cavalgo na ilusão
à espera de inspiração.
Penso no que pensei
no que disse e por que é que disse
e eu já nem sei, se eu dissesse
algo com que ela se risse.
Estou equilibrado por um fio,
não sei se hei-de saltar
porque posso falhar o desafio
e cair na escuridão de um chiu,
ou acertar na corda e ganhar balanço
para saltar cada vez mais alto
mas não há descanso ainda não me decidi.
Será que é agora que dou o salto?
Porque estar aqui só causa ânsia
quando poderia estar noutra estância.
Finalmente escolhi
embora não tivesse cosido
com conversas e outras coisas que talvez possa
não me deixar cair abaixo do chão, numa fossa
deixando-me desfeito e partido.
Não seria
um corda suficientemente grossa,
por ironia era um laço escasso
mas para uma paixão chega pouco espaço.
E a cegueira é o primeiro sintoma
para uma relação entrar em coma
ainda falta a soma
de ter vivido uma ilusão
com mais de irreal
do que razão.
Mas quando é nossa a visão
não fazemos distinção
entre a realidade
e a nossa vontade.
Eu é que fui estúpido,
essa é que é a verdade,
é que não saltei na corda
saltei na irrealidade.
E caí, ainda estou a cair
até tenho tempo para reflectir
e já sei de cor o que a queda vai parir,
é a dor de não querer sorrir...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentário