Eu prometi que um dia
cada lágrima chorada
seria o sangue que se derramaria
nos corpos desse bando
de filhos-da-puta,
enquanto vou tentando
ser alguém e fazer algum bem
a quem mal me fez e mal tem
e talvez saia daqui sem ganhar
não quero saber eu vou morrer
a lutar, a gritar, a espernear,
mesmo abafado, sufocado
com tanta dor,
desprezado pelo amor,
eu vou avançar
nem que seja a rastejar
apedrejado, insultado,
que o mundo caia em cima de mim
eu é que sou dono do meu fado,
que eu tombe, não cairei calado
eu vou fazer um frenesim.
Não, eu não sou o melhor,
de facto até fico bem pior
por cada acto mas eu tento
a cura que o tempo
não traz, talvez eu seja incapaz,
mas eu já desgastei trinta sofás
longe de estar em paz
com promessas de vingança
de uma criança sem esperança
mas o tempo não se cansa...
e tudo o que eu represento
não passam de memórias horríveis,
sem sentido e falho,
porque o que vivo
é o que tenho vivido
e só me apetece mandar pó caralho
mas não posso
porque o meu coração vai também
porque não tenho nada meu,
é tudo nosso, e se o amor vai
então a minha alma morreu...
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