Será que não há mais nada a dizer
senão apenas um gosto?
Um mero e instantâneo gosto?
Entrego-me todo, esponho-me todo,
mais nu que uma prostituta
que se despe sem despir a sua pessoa
para no final me dizeres que gostas!?
Para no final me citares uma
merda de um par de versos!?
Mas que porra de pessoa és tu!?
A dizeres que gostas, que escrevo bem,
para eu morrer porque cheguei ao meu limite
sem haver mais nada para melhorar,
ultrapassar ou até mesmo conquistar!?
É esta a paga que recebo? Um gosto!?
Depois de ter vivido mais intensamente
esse pedaço de papel nas tuas mãos
que a minha própria vida?
Por acaso ocultas a verdade
fingindo gostares da minha reles qualidade?
Ousas dizer-me para eu deixar de escrever
porque sou um insulto à poesia!?
Sabes quantos danos eu sofreria?
Sabes o quanto deixaria eu de sonhar
para acabar envenenado na realidade?
Sabes? Não, não quero saber,
prefiro que fiques pelo gosto,
que seja antes o sonho uma mentira.
Pelo menos, que viva eu feliz
numa ilusão que não passa
do que o que eu sempre quis...
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