em te amar pensei
que tudo fosse um céu
de um mundo não meu.
Mas nada conheço
porque receio
quando penso
que nem em mim creio.
Sem altas marés,
queres tu,
ó ser que penso conhecer,
navegar nas minhas veias?
Então traz uma luz
pois aqui não há amanhecer.
Fiquei preso num dia perdido
e não consigo e sei
que o que vivo é o que tenho vivido.
Queres conquistar as terras
onde aclamam ser eu o rei
mas o que governo
são cactos da minha queda,
o meu povo sou eu desfeito em vários "eu's".
são cactos da minha queda,
o meu povo sou eu desfeito em vários "eu's".
O meu reino é uma paisagem
borrada pelas minhas lágrimas.
Nos meus campos só florescem plantas mortas e podres.
Mandei matar toda a cor,
porque tudo o que não é escuridão,
é dor.
Cheira a morte amarga na floresta carbonizada
- um deserto cinzento com figuras de pó de cinza,
à espera do fim do tempo.
Entre o fumo dum sol desaparecido,
estas terras áridas e geladas
são inóspitas e cansadas
onde eu próprio não sou bem-vindo.
Não sonhes porque o meu povo é sonhador
mas são desilusões de ilusões devido ao amor,
transformados em canibais pela fome,
comendo-se uns aos outros de consciência perdida
esperando pelo fim das suas vidas.
transformados em canibais pela fome,
comendo-se uns aos outros de consciência perdida
esperando pelo fim das suas vidas.
Não ames o que eu odeio,
porque eu sei quem criou e de onde veio
e tento travar a luta contra fantasmas
onde os meus soldados lutam confusos,
trespassando-os com as suas espadas
acabam assassinando-se uns aos outros,
trespassando-os com as suas espadas
acabam assassinando-se uns aos outros,
sem esperança de saber se sou eu que os acuso.
Governo uma cidade cheia de casas vazias,
não há lares, o povo vive nas ruas
não há lares, o povo vive nas ruas
O meu conselheiro pergunta-me o que fazer
mas eu estou sentado no meu trono empoeirado,
desligado da realidade, com meia coroa caída
e uma capa com buracos por coser,
de um olhar perdido para um horizonte desfocado
sem que veja alguma saída
onde o sol não deseja amanhecer...
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