Devo acreditar
num mundo
seguro e controlado
em que se permite matar?
Das depravações do ser humano
repugnantes, mas quem sou eu?
Sou o maior criminoso
porque sonho e padeço
injustamente sobre quem morreu.
E tenho consciência dos factos
que nos trouxeram às crenças,
aos ódios dos inferiores
entre conversas de actos
nas falsas avenças
atentadas por gentes superiores.
E quantas dores,
mas quantas dores
terão de sofrer o Manel,
o Pedro, o João, a Isabel,
o Carlos, a Catarina,
vítimas entre milhões
que passam por mim
e eu nem dou cinco tostões
para pelo menos um aviso
que não venha apenas por improviso
e que não acabe entre risos.
Já falo para ninguém
como se houvesse um fantasma
que nem repara presença
e tem mais que fazer?
E que mais posso dizer
se vivo nas sombras
de um mundo urbano
que já nem diferencia
um mercado de um ser humano?
Tenho de te conquistar
para tu me conquistares de novo
ó meu querido Povo.
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