Cigarro aceso no cinzeiro,
cama por fazer, quarto por arrumar,
roupa amontoada no chão,
cortinas fechadas, molduras partidas,
versos escritos nos armários,
café intornado, posters rasgados,
papeladas na secretária,
migalhas, luzes apagadas,
quarto desarrumado,
mas a janela está aberta,
o vento entra e fuma o cigarro
até ao filtro, faz a cama,
arruma o quarto,
abre as cortinas,
leva os cactos dos vidros partidos,
como se o tempo voltasse atrás,
põe o café intornado na chávena,
leva os posters, organiza os papeís,
transporta a roupa suja
e a luz do sol entra no quarto.
Entro sem saber o que aconteceu
e apercebo-me do amor da mãe que me concebeu.
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