A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

domingo, 14 de agosto de 2011

Olá,

estava a passar por ali e decidi vir aqui.
Sei que te tenho falado mal
e hoje, que sou mais homem
que criança e sei pensar por mim (...)
mas tem estado em mim uma desordem.
Há desarrumações em gavetas e armários
que não foram das minhas decisões.(...)
Sei que te traí, vida,
nos momentos de tensão
fui eu quem ousou parar o coração,(...)
mas estás a esquecer-te de algo,
é que eu sou humano
e não fui quem me criou,
que nas minhas quedas
o mal quis amparar
as minhas lágrimas no seu peito
e eu nunca lhe dei esse direito,
mas claro, sentimentos?
Não existem pá,
não interessa pá,
que se foda
se foste ou se és,
a única coisa
que interessa é o trabalho,
por isso é que o governo
dá-te vacinas de borla
e é por isso que
existem instituições,
para continuares vivo
para trabalhares!
Porque raio
dás-te ao trabalho
de sentires!?
Dá-te mas é ao trabalho!
Ao verdadeiro trabalho!
Mas tudo bem,
eu vou arranjar-me,
pôr uns pregos,
uns chips, umas engrenagens,
umas placas enferrujadas,
uns fios eléctricos,
umas luzes,
vou arrancar de mim a alma,
o coração,
e vou trabalhar, que é essa
a gigantesca função
de toda a nossa vida
insignificante.

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