A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estou aqui nesta varanda.
A noite já se faz tarde.
Um candeeiro ilumina o caderno.
A música repete-se.
Assim se repetem as palavras...

Procuro o que não encontro.
Algo do género parecido com o que nunca vi.
Não sei por onde procurar,
talvez até tenha passado por mim
e eu não me apercebi.
Não sei descrever.
Não sei se devo continuar
ou esperar que venha ao meu encontro,
às tantas andamos às voltas
e por isso ainda não nos cruzámos.

Eu sou o realista que busca o mistério.
Talvez seja da vida, não sei dizer...
É tudo tão talvez...

Se ao menos me trouxesses o segredo oculto,
estes pés já me pesam de tanto ser realista,
os sonhos já se me acabaram,
já não quero mais ver...
só desejo amar
e adormecer nos braços de quem me ama.

Mas só sei escrever...
Viver pelas palavras que escrevo
mas as palavras que escrevo são do que tenho vivido.

Olhem para mim,
sem fazer nada pela vida,
este governo destrói-me os sonhos,
já nem consigo ir a lado algum.
E vejo tão nitidamente a corrupção,
já só me falta não ter coração para virar terrorista
e enlouquecer num canto qualquer nu
onde as pessoas olhem de lado
e comentem e critiquem e receiem...

Como é que os outros não vêem que nos matam?
Aos poucos vão destruindo a minha alma,
roubam a luz dos meus olhos,
a sinceridade do meu sorriso
e o brilho da minha alma.

Quem critica o desespero
não sabe o que é o sofrimento.
Para chegar à decadência da desgraça
é preciso resistir primeiro até já nada restar.
É assim que o meu tempo passa,
os ponteiros rodam e o mundo desacontece...

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