por aqui e ali ainda se ouvem críticas,
todos falamos e comentamos
o que se anda a passar,
sentados criticando
que ninguém faz por mudar.
Acendo um cigarro,
penso para os meu botões
o que hei-de fazer pelos outros
mas primeiro tenho de me fazer
apesar de não encontrar razões
para ajudar estes loucos
e que mais valia deixá-los apodrecer.
Mas tudo bem,
não façamos por quem não mereça,
mas também eu sou quem,
na verdade só sei de mim
e mesmo assim
não sei quando devo sentença
porque o ponto de vista
é a falha de quem se apela altruísta.
Estou numa confusão tal
que pensar no suicídio
considera-se algo normal
em circunstância
de martírio.
Mas à contradição
me acrescento
por crer que há sempre solução
e é por isto que não comento.
Nunca chego a conclusão alguma
encontro sempre mais uma
excepção perdendo-me num labirinto
tão grande que em termos de memória
tem o mesmo efeito que muito vinho tinto.
Acendo mais um cigarro
enquanto o comboio dá sinal de entrada,
estou sentado na estação
à espera dele, à espera do quê?
Porquê? E tudo começa a desenvolver
para me perder e obrigar-me na relatividade
que se torna a tudo o que chamam de viver.
Mas que pachorra tenho em pensar
é como andar de comboio,
no final acabo por morrer
por ser esquecido e desaparecer,
ridículo sou eu que estou aqui sem prazer
para ser levado por um comboio cheio de anormais
que me julgam um ser estranho,
que me avaliam e fazem apostas
para adivinhar de onde venho.
Mas que paciência eu tenho,
mais vale acender um cigarro
que tanto me apraz
para ter de acender outro
depois porque o tempo passou
e o que ficou, ficou para trás.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentário