Absurdo sou eu,
que escrevo com tudo
e fico com nada.
Penso em ti quando escrevo este poema, sabes?
Escrevo com tudo porque me entrego e te o entrego.
Mas tu não me dás nada.
Porque a tua apreciação resume-se a dizeres-me que gostas.
Uma mera palavra dita.
Que já se esquece antes de ser falada.
E dissipas todo o nevoeiro que é sentimento...
Afinal, não te dei tudo.
Afinal, dei-te um conjunto de palavras organizadas
para que soe bem no teu ouvido.
Mas eu dei tudo.
E não te chegou ao coração.
Sou sincero.
Os meus poemas são mais sinceros que os meu próprios olhos.
E tu... gostas!
Ou sou eu incapacitado como poeta.
Ou és tu deficiente em palavras.
Ou uma terceira opção à tua escolha.
Não procuro elogios,
procuro palavras que completem os meus poemas.
Não procuro perfeição,
procuro estrelas para ocuparem o espaço do meu universo
e que iluminem a sua imensa escuridão.
Enquanto isso,
vou construindo pontes sobre rios que não existem...
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