Para quê escrever a beleza se a beleza já existe?
Roubaram-me a poesia, roubaram-me tudo.
Não encontro função para os meus sentidos.
Eu sei os meus erros, eu sei os meus enganos,
eu sei tudo. Mas é como se não soubesse nada.
Desenhei constelações mas perderam o brilho
porque outras brilham mais.
Os meus poemas murcham agora,
agora que outra fragrância invadiu o meu mundo.
As palavras já não encaixam quando escrevo,
sou estrangeiro sem terra de origem.
As minhas mãos apodrecem
quando tento escrever, a alma afogou-se.
Agora vivo como os mortos vivem a paz,
vivendo a vida em tanto me faz.
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