Salva-me além,
trespassa-me salvação,
ando por cima de linhas rectas
desequilibradamente contemporâneas
carregando sentimentos impermeáveis,
não me largo, olho para baixo
e adivinho as consequências da queda,
cedendo a divisão entre a dimensão espiritual
e a razão corporal.
Chaves-mestras
num pequeno ruído
prestes a tornar-se um estouro,
correndo entre olhares sem fechaduras
em portas desenhadas nas paredes
de um traço sem intenção
de existir ao laço incapaz
de entrelaçar por estar tão amachucado
e hirto de tanto ser tocado.
De quem é este quadro?
São precisas quantas drogas
para atingir este estado?
Não confundir nuvens com nevoeiro
tóxico e poluído,
são ilusões a ganhar vida
nos meus passos largos
passando pelos móveis
cuja madeira se torce
e contorce com o toque
nojento da transpiração.
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