se dou tudo, dou tudo errado,
se vou com tudo, vou errado,
não há possibilidade de ser,
sou barreira intransitável de mim mesmo,
contra-argumentação à razão.
Espero na esperança desesperada,
e conduzo em curvas sem atenção,
em velocidade descontrolada.
Sou acidente de reacção
do sonho entre a realidade com a ilusão,
impotente de ser melhor,
mesmo com a melhor intenção,
tentando voar, salto dum precipício
e vou em queda, sempre para pior.
E sinto que me engano,
porque também sou humano,
só me esqueço da facilidade
que é ser feliz, ou antes uma realidade
que anseio alcançar, fora do que mereço,
sem nunca saber se o seu preço
é de não merecer ou de não ser merecido.
Cada vez mais acredito na tinta
que espalho, enquanto me espalho
e faço figura de paspalho.
No final escrevo,
sem nunca saber se é a poesia que me serve
ou se sou eu que sou seu servo.
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