Corri atrás de uma ilusão
com os braços abertos,
certo de que estavas parada
à minha espera,
mas quanto mais corria para a frente
mais andava para trás,
como um tapete rolante
mais rápido que eu,
e tu, inanimada, afastando-te
enquanto me sorrias.
A vida tem as suas ironias,
e eu tenho certezas falidas.
Finalmente te alcancei,
antes soubesse o que agora sei,
porque quando fui para te abraçar,
desvaneceste, e os meus braços
trancaram-se no meu corpo,
abraçando-me, só.
O tempo avança,
e os sonhos vão morrendo,
no final mantém-se a esperança
do último sonho,
a poesia,
porque não sou traído
por mim mesmo.
Por cada poema que tenho escrito
o coração volta a bater,
os olhos a brilhar,
como uma fénix,
a minha alma renova
e mantenho o sorriso
neste final como prova.
Porque escrevi sem que ninguém me diga como fazer,
com regras, proibições, obrigações,
ou qualquer outro tipo de castrações,
porque escrevo para mim, para renascer.
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