Preciso de ti, inspiração,
estou estancado,
puseram em questão
a forma da minha mão,
já não passas de um caderno abandonado
onde outrora escrevi
mil poemas e projectos
perdidos, sem temas concretos.
Onde estás meu poeta, que te choro,
se és realmente, escrevo agora,
por não saber onde moro
com tantos poetas que há,
não quero ser um mas o poeta.
Tempos eram a apanhar outro cacho
do meu profundo afecto
mas agora parece que cheguei ao fim do tacho.
Tudo o que deixo por escrever
é desinteresse ou cansaço,
desinspiração ou fracasso?
O que é que eu faço?
Esperar em desespero
pela identidade que me confortei,
de um escape onde chorei,
senti e amei?
Vejo poemas amaldiçoados
por dúvidas, completamente desamados.
Triunfei-os numa outra hora
em que dava por finalizados,
agora, já não passam de palavras vazias
de alguém que fui, por amor que dei,
já nada tenho, já nada sei...
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