na esperança que acordasses,
para que eu te dissesse adeus
ou outra qualquer despedida
que não fosse como fora:
um par de beijos na cara
dum olhar inacabado.
Morreste a servir
um cadáver vivo,
que não fala nem sente,
e por ela te crucificaste,
anjo, e por ela
morreste inocentemente.
Agora que foste embora,
abandonaram esse corpo
ao qual prestaste serviço,
de nada foi teu meio século,
minha árvore da vida infértil,
meu sol sem planetas...
Tornaste-te um anjo,
só te faltava asas
e agora já as tens.
Nasce outra vez
e responde-me
se esta desumanidade
demoníaca
tem os seus
porquês.
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