A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sábado, 18 de junho de 2011

Para Anjo Lurdes

Chorei lágrimas sobre o teu corpo
na esperança que acordasses,
para que eu te dissesse adeus
ou outra qualquer despedida
que não fosse como fora:
um par de beijos na cara 
dum olhar inacabado.

Morreste a servir
um cadáver vivo,
que não fala nem sente,
e por ela te crucificaste,
anjo, e por ela
morreste inocentemente.

Agora que foste embora,
abandonaram esse corpo
ao qual prestaste serviço,
de nada foi teu meio século,
minha árvore da vida infértil,
meu sol sem planetas...

Tornaste-te um anjo,
só te faltava asas
e agora já as tens.

Nasce outra vez
e responde-me
se esta desumanidade 
demoníaca
tem os seus 
porquês.

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