Nos meus dedos estão os oprimidos
que outrora ousaram construir torre de Babel,
toda a vossa desgraça
está profetizada no meu papel.
A tinta que gasto são as feridas
com que deito heróis por terra,
por cada palavra que escrevo
crio nas vossas vidas uma nova guerra,
por cada ponto final
dito o fim das vossas vidas,
por cada ponto de exclamação
abraço uma nova catástrofe
da qual vocês não têm explicação,
no meu quarto fabricam-se
histórias macabras, insanas,
que fazem das vossas almas desumanas,
eu dou-vos um bocado de inteligência
para vos ver matar por poder
para fazerem o resto do mundo sofrer
e no final, quando morrerem,
vão-me conhecer,
e quando se aperceberem
vão sentir da minha força,
da minha frustração, da minha ira,
e vou-me rir da vossa desgraça
de toda a vossa vida ter sido
uma grande mentira!
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