A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sociedade. Odeio-te. Odeio os filhos que pariste. Odeio-me por te pertencer. E tantas, mas tantas são as vezes que te observo só para me certificar que sou diferente. Quase que já é instinto. Às vezes dou por mim a profanar-te com tanta profundidade que me esqueço de mim. É frustrante estar para aqui a gritar contigo e tu estares à minha volta a desprezar-me. Odeio-te mais por isso. Quanto mais me desprezas mais te odeio. De vez em quando fico rouco sem sequer ter falado. Mas quanto mais te espanco mais tu te apoderas de mim. E quanto mais diferente tento ser mais igual fico a ti. Esgotas-me como um cigarro. Mas ainda não me venceste, ainda estou vivo.

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